Eu não sabia o que pensar, simplesmente minhas pernas fraquejaram eu me sentei no chão. Quem é essa mulher? Será possível ela ser minha mãe biológica? Isso tudo é muito mais complicado do que eu imaginei, uma mulher desconhecida está pagando o Harry para me proteger de não sei quê ou de quem.
- Harry, ela disse mais alguma coisa? – Falei tão baixo que não sei se ele escutou bem.
- Foi basicamente isso, ela quis manter sigilo de tudo, a conta está no nome de uma mulher chamada Annie, mas duvido muito esse ser o nome verdadeiro dela. Eu tentei rastrear o número, mas só consegui saber que a ligação foi feita aqui na Inglaterra. – Harry disse ainda em pé do meu lado.
- Ela só pode ser minha mãe. Minha mãe biológica. - Eu falava mais para mim do que para Harry, eu estava perdida em meus pensamentos.
- Como assim mãe biológica? Aqueles dois que morreram não eram seus pais? – Ele falou se sentando ao meu lado, só que nem olhei para ele.
- Eu descobri no mesmo dia do atentado que eles não eram meus pais verdadeiros, que eu fui entregue para eles com 5 anos por minha mãe biológica. O nome dela é Kate. E só pode ser ela que está te pagando, ela devia saber de alguma coisa e mandou você para me ajudar.
- Não sei, Jenna. Pode ser qualquer pessoa. – Ele parecia refletir sobre o que eu tinha falado e eu vi ele mexendo os lábios dizendo bem baixinho "Kate", como se já tivera ouvido esse nome antes.
- Não.... É ela, eu sinto. – Senti uma lágrima descer pelo meu rosto, mas acho que Harry não percebeu, estava escuro demais, apenas a luz do corredor iluminava o ambiente. – Antes de morrerem meus pais me disseram para ir atrás dela. Eu preciso ir atrás dela!
- Opa, calma aí. Minha missão aqui é te manter em segurança até segundas ordens. Não quero me meter nessa história maluca. – Ele disse se levantando e eu logo me levantei em seguida, o desespero era evidente em meu rosto.
- Eu preciso da sua ajuda Harry. É importante, ela é pode estar em algum lugar. Eu tenho que encontrá-la! – Quando percebi já estava gritando de novo.
- Eu não vou ajudar Jenna, isso não tem nada a ver comigo! – Eu fui para cima dele e o empurrei, mas logo ele segurou meus braços me impedindo de continuar e olhando bem nos meus olhos continuou a falar. – Isso é só mais um trabalho para mim, só isso, não vou deixar você colocar sua vida em risco e muito menos vou me envolver com seus problemas. E com certeza essa foi a pior missão que eu já recebi.
Ele me largou ali, sozinha e foi para o seu quarto, a raiva subia pela minha cabeça parecendo que eu ia explodir. Não dava para aguentar, como pode isso tudo estar acontecendo comigo? Não entendo porque o destino me colocou aqui com esse idiota! Bati a porta bem forte ao entrar no quarto e me joguei na cama deixando a minha raiva sair em forma de lágrimas. É claro que o Harry tem uma grande parcela de culpa, mas a raiva está em eu não saber o que fazer, é uma raiva pessoal. Me sinto incapaz e refém das vontades dele, não tenho ninguém para me ajudar a não ser a mim mesma. E eu sei que não vou conseguir achar a Kate sozinha, sem saber nada sobre ela, sem saber nada sobre quem tentou me matar, sem saber nada sobre quem eu sou.
Eu sei que eu tenho que encarar isso com força e coragem, não posso deixar o meu medo me dominar, mas é tão difícil quando você perdeu tudo que tinha, perdeu as pessoas que te faziam feliz, e agora? Agora estou aqui num quarto que não é meu, em uma casa que não é minha e vivendo uma vida que nunca imaginei viver.
Acordei mais uma vez em lágrimas por causa dos pesadelos, não sei quando eles vão passar, mas espero que seja logo. Resolvo ficar a manhã toda no quarto, não estou me sentindo muito bem para brigar com Harry de novo, já que é só isso que a gente faz. Ele é tão insuportável, só pensa nele e acha que manda em mim. Minha vontade é de sumir desse lugar, tentar apagar tudo que aconteceu, mas como vou fazer isso? Para onde eu vou? Estou presa nessa vida. E ainda tem a Kate, esse envelope e esse tanto de segredos que não entendo. Preciso descobrir quem ela é e o que aconteceu no seu passado para me deixar e desaparecer.
Dentro do envelope tinha algumas folhas com um monte de códigos estranhos, não sei o que essas coisas significam, mas vou descobrir. Passei a manhã toda lendo e relendo as folhas, tentando entender e decifrar os códigos, no fim das contas não deu em nada. Será que o Harry saberia decifrar isso? Eu sei que ele já disse que não quer me ajudar, mas talvez ainda tenha uma chance, talvez ele mude de ideia. Quem sabe.
Resolvo sair do quarto, fiquei tanto tempo entretida com os papéis que nem vi o tempo passar até minha barriga roncar de fome. Vou para a cozinha, por sorte o Harry não está lá, pego um pouco de suco de laranja e quando me viro para pegar alguns biscoitos em cima do balcão, levo um susto ao ver Harry atrás de mim, de onde esse doido apareceu? Mas um pequeno detalhe fez com que eu quase deixasse o copo cair no chão. Harry estava só de cueca preta.
- Que foi? – Ele me pergunta com um sorriso idiota no rosto. Eu percebo que estou de boca aberta encarando o corpo dele, rapidamente volto ao normal. O que esse garoto tem na cabeça?
- Porquê.... É.... você está só de cueca andando pela casa? – Que raiva, gaguejei de novo, odeio quando isso acontece. Fecho os olhos e passo por ele indo em direção aos biscoitos.
- Qual o problema Jenna, a casa é minha e ando do jeito que eu quiser. – Ele disse voltando a olhar para mim. – Por acaso isso está te incomodando?
- Sim, você deve ter um parafuso a menos na cabeça. – Sem perceber estou encarando ele novamente. Encarando aqueles olhos verdes, que parecem entrar dentro de mim e ver minha alma. Aqueles olhos que me salvaram no pior momento da minha vida, os olhos de um anjo. Cada vez mais perto de mim, Harry estava bem perto de mim, perto até demais para eu responder por mim mesma. O que esse garoto tinha para me deixar paralisada desse jeito? São seus olhos penetrantes e maravilhosos, talvez seu perfume que invadia meu corpo.
- Jenna? – Harry disse me fazendo voltar a realidade. – Acho que você está em outro mundo.
- É que você está muito perto de mim.... Eu tenho claustrofobia. – Menti abaixando meu rosto e olhando para o peito dele. Ele tinha muitas tatuagens, mas uma coisa que me chamou atenção foi uma cicatriz.
- Você não gosta que eu fique perto de você? – Harry falou dando mais um passo ficando mais perto ainda de mim, já podia sentir sua respiração calma, ao contrário da minha que estava bem acelerada.
- Harry, o que aconteceu para você ter uma cicatriz desse tamanho aqui? – Eu disse tocando a cicatriz no seu peito, mas eu mal toquei e ele se afastou tão rápido de mim que me assustei.
- Não é da sua conta. Nunca mais toque nesse assunto. – Ele se virou e foi para o quarto, me deixando sozinha na cozinha. Eu juro que eu não entendi essa reação dele, porque uma cicatriz o deixaria desse jeito?
O resto do dia Harry ficou trancado no seu quarto e eu não conseguia tirar ele da cabeça, eu devo estar ficando louca, eu não sei o que aconteceu naquela hora na cozinha, ele só podia estar brincando com a minha cara de novo. Mas por um instante eu gostei de ter ele tão perto de mim, poder sentir sua respiração e seus olhos olhando fixamente para mim. Mas isso já está virando maluquice da minha cabeça, o Harry é um idiota e eu tenho que deixar isso bem claro para mim mesma, um idiota!
Mds! Quem não ia querer esse homem assim? Mas o Harry é sempre estranho, tem que ter muita paciência kkkkk
Espero que estejam gostando da história, obrigada por tudo gente.
Até o próximo capítulo!
XOXO :*
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Ligações Perigosas
FanfictionJenna é uma garota que completou 18 anos a pouco tempo, sua vida é um tanto comum. Passava a maior parte do tempo lendo e treinando com seu pai. As coisas começaram a ficar estranhas desde o seu aniversário, ela tinha o pressentimento de que alguém...