Valentina Rolds

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Os lençóis antes gélidos cobriam meu corpo nu depositado na cama. Minha respiração ofegante pelo ato sexual praticado minutos antes. Apesar do ar condicionado o quarto estava quente, o calor latente ainda estava pairando no quarto. Meu rosto vermelho por conta do orgasmo, meus seios eriçados, minha boceta molhada estava pedindo uma terceira rodada. Mas a frustração dele me fazia imaginar que seu dia foi bastante tenso ou desafiador, ou até mesmo cheio de obstáculos. Que culpa tenho eu? Se seu dia foi tão ruim assim, ao menos serviria de escape para ele o que acabamos de fazer. Mas pareço ser menos importante que um copo de uísque caro.
Ele estava em pé com um copo na mão enquanto olhava janela a fora.
A noite escura parecia tão sinuosa quanto ele. Sei que ele tinha segredos, mas algo dizia-me que era segredos tão obscuros quanto a escuridão.
Levantei de prontidão com a ponta dos dedos, caminhei até ele cautelosamente. Sua respiração agora acelerada denunciava que de algum modo ele sabia que eu estava chegando.
Parei logo atrás dele e fiquei admirando sua costa. A bela tatuagem enfeitava a pele bronzeada do começo até embaixo. Mesmo sem saber de fato o tal significado daquela tatuagem, ele era convidativa. Fechei os olhos inalando o maravilhoso cheiro do seu perfume. Perdida em meus pensamentos, não percebi quando ele virou apenas sentir seu toque no meu corpo. Suas mãos depositadas na minha cintura apertavam sutilmente me fazendo querer mais seu toque. Sua mão direita subiu passeando pelo meu corpo até chegar no meu cabelo e assim puxa-lo para trás tendo acesso ao meu pescoço onde foi deixando uma beijo calmo e molhado que fez cada fio de cabelo meu arrepiar-se. Seus dentes prendeu-se na minha pele com força e apesar da dor, eu havia gostado. Minhas pernas suavam e pela minha virilha escorria meu líquido de prazer.
Puxei seu cabelo levemente sem machuca-lo e em resposta recebi seu gemido no meu ouvido quase como um rugido grosso de um felino.
Nossos olhos se encontram por alguns instantes demorados. Sentir meu coração bater tão forte que pensei que fosse parar de uma vez. Eu estava apaixonada mesmo que cedo para dizer isso, mas não tinha dúvidas alguma. Vi nos seus olhos a guerra interna que estava tendo. Não estava entendendo nada. Por que ele estava assim? Qual o motivo daquela confusão?
Aproximei de leve meus lábios dos seus para iniciar um beijos, mas ele virou o rosto e apertou fortemente seus olhos. Fiquei morrendo de vergonha. No fio de voz, atrevi-me fazer uma pergunta insolente:








-Eu fiz algo de errado?







Ele voltou a me olhar e dessa vez vi um brilho diferente nos seus olhos.








-Onde você estava anos atrás? Porque não demostra ser uma pessoa má?.-Sua voz cortante parecia gemer de dor.







-Estava esperando você.







-Você me deixou totalmente dependente de você..









Suas palavras foram como música para meus ouvidos. Meu sorriso estava indo de orelha a orelha. Mesmo que não dissesse que me amava, ele sentia algo por mim e isso era tudo que eu precisava.







-Eu quero fazer amor com você.-sussurrei bem perto da sua boca.









Seus olhos fecharam-se novamente e palavrão saiu de sua boca no perfeito italiano. No piscar de olhos eu estava sendo carregada nos seus braços fortes até a cama.
Meu corpo foi depositado na cama delicadamente. Suas mãos tremiam pelo contato com minha pele enquanto explorava meu corpo. Meus seios eriçados receberam tal atenção merecida. Sua língua quente fazia meus pelos arrepiar-se.
Quando sua língua quente tinha terminado temporariamente o trabalho com meus seios, sua boca descia lentamente, matando-me de prazer até que chegasse na minha boceta. Mas infelizmente, nada acontece do jeito que esperamos. Batidas leves mas impacientes, interrompeu nosso momento. Ouvir novamente um palavrão sair da sua boca.
Ele levantou e cobriu meu corpo com o lençol de seda vermelho.
Seus pés caminharam com pressa e agonia até a porta.
Vi quando um homem alto, forte, vestido com roupas alinhadas e com cara de poucos amigos. Reconheci seu rosto de primeira. Seu segurança.
Ele falou algo no seu ouvido e mesmo de longe vi seus ombros levantarem numa respiração acelerada e tensa.
Aconteceu alguma coisa... Ele olhou nos olhos uma última vez antes de sair. Sem dizer nada, ele apenas saiu.
Bufei frustante.
Levantei da cama indo direto para o banho. Não sei quantas horas se passou. Mas já estava vestida e a cama arrumada. Ele estava demorando demais.
Como não consigo ficar quieta por muito tempo, decidir vasculhar sua casa.
Saí do seu quarto e fechei a porta sem fazer barulho.
Havia um corredor com várias portas e no começo dele uma escada oval que dava caminha para a sala.
Olhei todas as portas com calma, mas apenas uma chamou minha atenção. Ela era na cor vermelha entre todas as brancas e tinha as iniciais C&D.
Caminhei cautelosamente até lá. Toquei a maçaneta e girei o mais rápido que podia. Estava tudo escuro. Entrei logo de uma vez e procurei luz. Acendi a mesma e então tive a visão clara de tudo. Era o escritório dele.
Tudo tinha seu cheiro de perfume caro, uísque e charuto. Havia vários livros, no canto da sala era um bar e na outra um sofá em forma de L com uma televisão na parede. Fui até sua mesa de mármore e sentei na sua cadeira. Fechei os olhos inalando seu cheiro gostoso e inebriante. Perdida nos meus pensamentos, fui interrompida por um barulho de bip que vinha do notebook que estava sobre a mesa. Pensei... Pensei... Não queria mexer naquilo que não era meu, mas quem nunca teve uma curiosidade se quer? Depois era apenas arquivar.
Por algum motivo desconhecido meu coração batia descontroladamente. Por sorte ou azar não tinha senha.
Apareceu na tela um email para o destinatário Cruel DeVallar. Cruel? Quem se chamaria assim? E qual a finalidade desse nome?
Respirei fundo e abrir.
Ao ler o conteúdo, meus olhos arderam quando as lágrimas insistiram em cair. Esse tempo todo eu estava completamente cega de amor que não desconfiei de nada. De qualquer forma nunca desconfiaria disso. Ele sabe como enganar muito bem. Cretino. Filho da puta. Mentiroso. Descarado.
Meu coração estava doendo, partido em pedaços.
O único homem que amei em toda minha vida, estava apenas me usando por achar que eu tenho algum envolvimento com a morte de Leonard.
Deus! Será que isso vai me perseguir sempre? Não fui eu. Não fui eu. NÃO FUI EU.
Leonard não morreu por minha culpa. Não tive nada a ver com isso.
E agora vem ele com esse teatro todo... Isso é uma espécie de vingança?
Como me arrependo amargamente de ter conhecido ele. Mais eu juro, juro que o farei pagar por tudo que me fez. Dessa vez eu irei me vingar. Já que ele pensa assim, Assim será.






Levanto e saio e mais rápido possível daquela casa. As lágrimas banhando meu rosto embaçou minha visão. Só f lado de fora, eu só ouvia o som das buzinas dos carros. Dessa vez chorei, chorei pela raiva de saber que fui usada pela ganância de uma pessoa cruel, chorei pela desilusão de estar apaixonada por ele apesar de saber de tudo que ele pensou de mim, chorei pelo fato de relembrar a morte de uma pessoa que tanto amei com o passar dos tempos, chorei por ele, chorei por sentir pena, ódio e amor por ele.
Agora eu serei a responsável pela sua dor. Voltarei e dessa vez, não vai ter nada de ingenuidade. Eu vou descobrir quem matou Leonard, vou pesquisar fundo sobre isso e mostrarei a todos quem realmente foi o culpado por isso, mas voltarei também para me vingar. Agora a vingança é minha.











-É minha. A vingança é minha. E eu farei você pagar pelo que me fez. Eu serei o inferno e você o demônio que não vai escapar dele.

A Vingança é MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora