7-Desertor

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Pegamos um ônibus para uma rota desconhecida por mim. Caterine me explicava como funcionava os renegados, o que me deixou confuso pois ela mesmo havia me dito que eles eram independentes, mas agora eles tinham líder que lhe dava missões para concluírem. Estou pensando em nem sequer ver o que eles tem para me mostrar, mas estou curioso. Tinha a esperança de ter algumas respostas para varias perguntas.

Engraçado o rumo que a minha vida tinha tomado. Alguns dias atrás eu era um garoto triste e zoado do terceiro ano que perdeu um grande amigo de forma trágica e que se sentia culpado, logo depois retornei ao local da morte do mesmo, me afoguei, fui revivido, depois morto e agora estou aqui a caminho de um lugar desconhecido com uma vidente que, na verdade, nem consegue ver o futuro realmente e também com a possibilidade de encontrar meu amigo vivo.

Fomos até a área norte da cidade, próximo ao píer. Paramos em frente a loja de sapatos eden shoes, caminhamos a pé por mais alguns quilômetros pisando na areia da praia — uma coisa muito irritante a areia entrando no seu tênis novo.  Caterine dançava, pulando e girando enquanto caminhava até o nosso destino. Ela era engraçada, encantadoramente louca. Girava olhando para o céu de braços abertos.

— Não está animado, c
Charlie? — quis saber a garota de vestido preto com bordados brancos, em seus pés as sapatilhas vermelhas, imagino que carregavam caminhões de areia da praia. Seus cabelos negros desarrumados voavam com o vento enquanto ela tentava olhar para trás sem virar o corpo.

O fato de agora eu notar todos os detalhes dela não significa que eu estou apaixonado, puf... nem tem como, eu a conheço a quase uma semana... mas devo admitir que fico feliz quando estou com ela.

Depois de uma longa caminhada pela praia, chegamos a um galpão abandonado cheio de pichações. The Snake Rules foi o que mais me chamou atenção, que estranho. O cobra detona? Caterine me contou que vieram pra cá a pouco tempo, com o aumento de suas visões relacionados a essa cidade.

O galpão cinza com telhado de metal parecia vazio, o portão verde quadrado estava aberto. Entramos e a primeira impressão que tive é que estava realmente sem ninguém. O galpão era enorme e escuro com colunas de aço sustentando o teto de metal. Não conseguia ver claramente o fim do galpão que só guardava caixas de madeira. Tive a sensação de que alguém estava bem do meu lado, e não era Caterine. Ao fundo, vindo do escuro, silhuetas começaram a surgir. Um homem todo de branco se aproximava. Caterine apontou.

— Esse é Dream Walker, o monge que ficou comigo depois da rejeição da agência. Ele é como um pai pra mim — disse ela.

O homem de roupas brancas, pouco cabelo e rugas profundas se curvou.

— Vocês mentalistas tem que ser sempre monocromáticos desse jeito? — quis saber.

— Charlie, engraçadinho, meus bordados são brancos. — levantou o pé e disse balançando-o — Olha minha sapatilha Charlie, é vermelha, "ver-me-eli-êlia". — Caterine levantou o pé na altura do meu rosto, sem se preocupar com a brecha que o vestido deixaria a partir da coxa.

O outros começaram a aparecer das partes sombrias do galpão, todos me cumprimentavam após serem apresentados por Caterine.

— Snake, nunca toque a mão sem luvas, seu DNA foi alterado e agora suas mãos liberam um veneno mortal. — o homem moreno vestia uma boina preta jaqueta de couro marrom, combinando com as luvas. Por baixo da jaqueta, uma camisa gola polo azul, uma calça jeans azul e um colar dourado de crucifixo.

— Não tema, menino caça. — disse o homem de voz aguda.

— Dr. Boom, esse trabalhava para o esquadrão ante bombas. Em uma experiência ele virou uma bomba. Calma ele não se explode, mas tudo que ele tocar e escolher, demonstre Boom. — o homem pegou uma pequena pedra, ela acendeu como uma pequena lâmpada e a lançou para frente. A pedra sofreu uma pequena explosão.

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