Capítulo 4

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Pov"s Leon

Acordei era 8:30 da manhã, levantei da cama e vi que já estava bem melhor.

- Ótimo assim vou poder ir no conselho tutelar - pensei.

Quanto antes eu fosse resolver esse problema, que na verdade eu nem sei se é problema, melhor. Fui ao banheiro fazer minha higiene matinal e depois fui fazer café para tomar. Quando foi por volta de 9:20 chamei o Uber e cheguei lá no local era 10:10, achei que fosse chegar rápido mas pegamos um trânsito no meio do caminho.

- Oi, o senhor é o Leon Martins? Sou Mariana a assistente social.

- Oi Mariana, sou eu sim. Prazer e desculpa me atrasar.

- Foram só 10 minutos, não tem problema. O senhor pode me acompanhar até a outra sala?

- Sim. - falo a acompanhando

Seguimos poucos passos até uma salinha de tamanho médio, eu estava olhando para o chão acompanhando os meus passos. Quando entramos na sala levantei lentamente o rosto e vi sentada a minha frente uma criança no colo de uma mulher, branquinha, loira e dos olhos azuis. Imediatamente veio um feedback na minha cabeça.

Feedback on

Era 7 anos atrás, eu tinha 15 anos de idade. Meu pai havia falecido fazia poucos meses e eu não me conformava com aquilo. Passei a ficar meio rebelde, desobedicia minha mãe e não conseguia mais ser um bom aluno. Conheci uma menina no meu bairro, branca, loira, olhos azuis, um ano mais nova que eu, a coisa mais linda que já tinha visto na minha vida, mas ela era pobre e era maltratada pela mãe, a única pessoa da família que ela conhecia. Passei a seduzi-la e a lhe dar falsas esperanças de que à amava, ninguém nunca tinha demonstrado amor por ela. Eu até que gostava dela mas não queria nada sério, só queria aproveitar minha vida. Até que um dia depois que voltei da escola fui até a casa dela, ela estava sozinha, sua mãe tinha ido na casa de um amigo e só iria voltar a noite. Foi lá que tudo aconteceu, ela era tão inocente e carente de atenção, nunca mais voltei a procura-la.

Feedback off

- Nilce Moretto? - falo espantado

- Oi Leon - ela fala com a cabeça um pouco baixa.

- Sente- se aqui senhor Leon -  Mariana fala apontando para uma das cadeiras.

- Ok.

- Então senhor Leon, essa aqui, como você já pode perceber, é a Nilce Moretto e a menina é a Alice filha dela.

- Sim. - falo sem saber muito o que fazer.

- Alice você pode ir até a outra salinha brincar um pouco pra gente ter uma conversa de adulto?

- Ta bom, tia. - ela fala saindo da sala.

- Ela nos procurou para que pudéssemos ajuda-la, se possível, com algum dinheiro, abrigo ou que a indicássemos algum lugar que pudesse fazer isso. O que acontece é que ela ganha muito pouco no que trabalha e não está conseguindo sustentar a filha, que no caso, ela diz ser sua também. Perguntamos a ela sobre o pai da criança e ela disse que não sabia do paradeiro dele, perguntamos o nome e então chegamos até você de uma maneira fácil, já que tem um canal no Youtube. E acho que você como pai, deveria ajudar com pensão e afeto, quaro, depois de um exame de DNA para confirmar.

Fiquei paralisado sem saber muito o que dizer, estava surpreso com a ideia de que tinha uma filha.

- Senhor Martins?

- Ah, desculpa. Eu aceito fazer o exame de DNA para, caso ela for minha filha, eu ajudar com algum dinheiro, coitadas. Mas eu não quero ter responsabilidades de pai, não quero a assumir como minha filha e ter que ficar brincando e levando-a pra passear e essas coisas assim.

- Mas senhor Martins, ela é sua filha. Mais importante do que o dinheiro é o amor, o carinho.

- Ela ta precisando é de dinheiro, amor ela já tem dá mãe.

- O que você acha disso, Nilce? Não está certo.

- Deixa pra lá, ele nunca cuidou dela mesmo. O dinheiro já ajuda, mas se não quiser dar não tem problema, eu me viro. - ela fala com a voz baixa

- O dinheiro eu dou sim, não vai me fazer falta, já que elas estão precisando. O que eu tenho que fazer?

- Amanhã o senhor compareça aqui pra gente fazer o exame de DNA e caso ela for sua filha mesmo, vai ter que assinar um papel se comprometendo a pagar 10% do seu salario para ela.

- Ok.

Nesse momento Alice entra na sala indo em direção a Nilce, vejo que ela esta usando um colar com desenho de flor.

Feedback on 

 Estava jogando bola na rua com alguns amigos quando vejo minha irmã vindo em direção a nossa casa com um colar na mão.

- Que colar é esse?

- Ganhei no sorteio do supermercado, mas eu já tenho um parecido.

- Posso pegar pra mim?

- Ué, você vai usar? - ela fala rindo

- Não né, vou dar para uma amiga.

- Pode levar. - ela fala com indiferença 

...

- Oi, Nilce.

- Oi.

- Eu trouxe um presente para você. - falo com um pouco de vergonha.

-Serio? o que é? - Ela fala animada.

- Fecha os olhos. - falo colocando o colocar em seu pescoço - Pode abrir.

- Ah, que lindo. É a primeira vez que alguém me dá um presente, eu amei - ela fala me abraçando

Feedback off  

- Mamãe, eu estou com fome.

- Depois eu compro um pãozinho pra gente comer.

- Posso ir então? - falo abrindo a carteira e pegando uma nota de 50 reais

- Pode sim, senhor Leon.

- Toma pra vocês comerem alguma coisa - falo entregando a nota para a Nilce

- Obrigada - ela fala com um sorriso

Saiu então em direção a porta e percebo a Alice ficar olhando pra mim até eu sumir de vista.

Pending the pastOnde histórias criam vida. Descubra agora