― E então, quando parecia não haver saída, Terwin deu um passo à frente e ergueu seu cajado mágico acima da cabeça. Vocês sabem, ele não levava nada consigo senão um livro de feitiçaria, um cajado de salgueiro e uma garrafa de vidro encantada que aprisionava cinco ventos do mundo ― Havia um confortável silêncio implantado no salão, todos os olhos lhe encarando brilhantes de expectativa. Aeion se inclinou para frente ― Então, quando os Mestres se calaram, esperando para ver o que Terwin faria, o mago bateu cinco vezes com seu cajado na pedra dourada. Ele não esperava que funcionasse, entendam, mas por coincidência ou talvez sorte a pedra rachou, trincando, e dedos com garras afiadas se esticaram para fora...
― E então o Grande Dragão do Oeste nasceu! ― bradou Wiselin, levantando-se de seu banco e derramando cerveja no chão. Todos os olhos se voltaram para ele, quase irritados ― Com um rugido de fúria, o dragão cuspiu fogo em todos os Mestres, até que nada restasse além de ossos carbonizados, e então voltou-se para Terwin e disse...
Aeion riu do amigo.
― O dragão era só um filhote, Wis, do tamanho de uma serpente média. Não conseguiria cuspir fogo até ter no mínimo seis meses. ― a plateia vaiou o garoto, irritada pela interrupção e batendo as canecas de bebida no balcão. Wiselin bufou antes de se sentar novamente, e Aeion prosseguiu ― Mas bem, era o Dragão do Oeste que nascia ali sim, Wis não mentiu. Quando os Mestres avançaram para aprisionar a criatura rara, no entanto, Terwin deu um passo à frente e tomou-a nos braços. Ele disse que o dragão partilhava de seu coração e de sua alma, e que não poderiam tê-lo para si ― baixou os olhos até uma criança sentada a seus pés, os olhos cintilantes a cada palavra dita. ― Então Terwin pegou a garrafa dos cinco ventos e tirou sua tampa, deixando que um dos ventos fugisse em desespero. Com o dragão nos braços, jogou-se na corrente de ar e se deixou levar para longe, bem além das Montanhas Nebulosas.
(texto incompleto)
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Árvore dos pássaros mortos
FantastikAeion é seguido por um corvo, uma sombra, desde o dia em que nasceu. Ele sabe que o animal é na verdade o Rei Corvo, aquele que governa sobre a árvore dos pássaros mortos, erguida no topo de uma colina de grama amarela, com galhos feios e pontudos q...