12. WCKD

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Já se passaram duas semanas desde o dia que os pais de Nash me contaram sobre a WCKD.

Eu e Nash voltamos à escola e tivemos que repor as aulas perdidas, na detenção, durante 8 dias. Voltei a ver o Sammy e a Ruiva todos os dias, não só na escola, mas também após ela, na casa de qualquer um dos três. Falei com Shawn sobre meus pais, ele disse que só ficou sabendo de tudo dois dias antes da minha saída de Toronto, e foi um alívio saber que pelo menos o meu melhor amigo não mentiu para mim durante a vida toda.

Descobri que ele e Nash estavam bem próximos, já que os dois vinham se falando desde o dia que ele soube da verdade, assim Shawn poderia ficar sabendo de tudo por um ponto de vista diferente do meu, e Nash conseguiria me deixar mais à vontade e cuidar melhor de mim com os avisos do Shawn – o que explica como ele sabia coisas minhas que eu jamais havia contado.

Descobri também que os pais do Sammy e a mãe da Amanda trabalham na WCKD, assim como alguns jovens, inclusive eles e o Nash.  Assim que descobri isso, tive a ideia de me juntar a eles e trabalhar na WCKD. E claro, o Nash não aprovou a ideia.

— Pessoal, preciso contar uma coisa – falei atraindo a atenção dos três na sala, Sammy, Nash e Amanda, e Elizabeth na cozinha.

Por sorte, hoje Elizabeth está trabalhando em casa, em algum tipo de investigação ou pesquisa, e como os garotos também estão aqui, achei que fosse uma oportunidade ótima para contar.

— Eu quero trabalhar na WCKD, como vocês – direcionei o olhar para cada um dos três que estava na sala.
Nash olhou desconfiado para a Ruiva.

— Ih, não me olha assim – ela encarou as unhas. – Eu não sabia de nada disso – disse tranquila

— Mabi, você não pode. – Nash disse e se levantou. Sua voz estava tranquila, mas não era isso o que ele demonstrava no olhar.

— Por que? – franzi o cenho

— É tudo muito arriscado, perigoso, e você não conhece nada sobre o que trabalhamos, você nunca treinou, nunca atirou, não está preparada nem acostumada com nada disso.

— Eu posso treinar – sugeri

— Eu imaginei que uma hora ou outra você iria querer isto – Elizabeth estava agora na sala, eu não tinha a visto antes e me assustei. – A WCKD está de portas abertas para você, Beatriz – ela disse calma e foi até as escadas

— Mãe – Nash suplicou. Ela olhou calma para ele e subiu as escadas, e Nash a seguiu.

Virei para a Ruiva e sorri, ela fez o mesmo e veio em minha direção.

— Bem-vinda à WCKD. – falou animada e me abraçou.

Isso foi há uma semana, e desde então eu não falei mais nada sobre a WCKD. Talvez o Nash ache que eu tenha desistido, mas não. Eu jamais desistiria.

Pedi para Nash ir até o banco, conferir se minha mesada já havia caído e agora estou no quarto dele, sentada em sua cama, conversando com Shawn enquanto o espero voltar.

A porta abriu e Nash entrou, me levantei por conta do susto e ele sorriu.

— Buu – falou brincalhão – o dinheiro já foi depositado – ele me entregou o extrato do banco e passou por mim, indo até o guarda roupa

— Obrigada – guardei o papel no bolso e me virei para ele, que estava trocando de camiseta, esperei ele terminar. Respirei fundo e comecei a falar.

— Você precisa saber que eu não desisti de trabalhar com vocês – falei e ele virou para mim, me olhando atento, o maxilar cerrado.

— Mabi você n... – o interrompi

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