17. Raimann

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Mais uma noite com o mesmo pesadelo.

Acordei tremendo, me sentei na cama e passei a mão nos cabelos grudados em meu rosto por conta do suor. Suspirei cansada e tentei me acalmar.

Eu já estava começando a acreditar que havia me livrado desses sonhos, mas isso claramente não aconteceu.

Olhei a hora em meu celular, ainda era 9 da manhã. Me levantei e fui até o banheiro, fiz minhas higienes matinais e tomei banho. Depois passei no quarto de Nash para acordá-lo, já que Elizabeth não estava em casa.

Fomos avisados ontem que ela e Chad sairiam de casa logo cedo, por conta de uma investigação que fariam em Hemet – uma cidade que fica há uma hora e meia de distância de San Diego.

Fui até a cozinha e comecei a preparar meu café da manhã. Coloquei cereal e leite em uma tigela, e me sentei à mesa.

Os pensamentos sobre meus pais foram interrompidos pela voz sonolenta de Nash.

— Bom dia – falou e se sentou, estava bocejando enquanto colocava seu cereal.

O respondi e voltei à comer; quando terminei pedi a ele seu notebook emprestado, para que eu começasse a fazer minha parte do trabalho de geografia.

— Posso pegar depois que eu terminar de comer? – perguntou com preguiça e eu apenas assenti sorrindo, achando cômica a situação que ele estava.

— Que horas você foi dormir?

— Tarde – respondeu e bocejou novamente. – Fiquei boa parte da noite em um jogo online com o Cameron.

Fui para a sala, logo em seguida Nash subiu as escadas e voltou com um notebook na mão.

— O meu está descarregado, então peguei o da minha mãe – o olhei receosa e ele estirou a mão em minha direção. – Pode usar – me entregou o aparelho e sentou-se ao meu lado, colocou a senha e indicou um ícone verde e branco na barra de tarefas.

— Quando você for pesquisar algo, use esse navegador, é como o Chrome ou qualquer outro, a diferença é que ele impede que outras pessoas invadam o notebook e seus arquivos através da internet.

Ele se levantou e deitou no outro sofá, ligou a tevê e começou a passar canal por canal.

Fiquei olhando o símbolo e percebi que havia um "W" nele.

— O que significa WCKD? – perguntei curiosa

— Nada – o olhei confusa. – WCKD não tem um significado em si. Cada letra representa o sobrenome dos seis fundadores da empresa, só que dois eram irmãos, os Collins, e dois tinham sobrenome com a mesma inicial, Walker e Waddell, então colocaram apenas as quatro – ele terminou de falar e bocejou novamente.

Antes de começar a pesquisar sobre o trabalho, uma ideia surgiu em minha mente.

Olhei para Nash e ele estava com os olhos fechados, em pouco tempo estaria dormindo. Vi ali a oportunidade perfeita para começar a investigar o assassino dos meus pais.

Comecei pelo navegador que Nash havia me falo e pesquisei sobre a WCKD. Nash me contou uma vez que não há nada sobre a empresa na internet – e eu conferi antes –, mas quem sabe por aqui eu tivesse alguma chance.

Bom, não tive. Os resultados eram sobre Maze Runner e coisas do tipo.

Desisti e coloquei o nome de meus pais na barra de pesquisa. Novamente, sem sucesso. Não aparecia nada além de sites comuns de notícia.

Bufei irritada, apaguei o histórico e comecei a fazer o trabalho. Assim, se Nash acordasse, não desconfiaria do fato de eu ter passado quase uma hora com o computador sem fazer "nada" no mesmo.

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