25. Paradise

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Acordei em um quarto desconhecido, era pequeno, simples e graças à cortina a luminosidade não estava tão alta. Não observei muitos detalhes, apenas queria descobrir onde estava.

Me sentei na cama e senti várias partes do meu corpo doerem; tentei ignorá-las e me levantei, meus pés também doíam, mas o carpete de madeira estava frio, o que causava um certo alívio. Meu ombro esquerdo e a área logo abaixo dele estavam envoltos em uma faixa branca, então me lembrei do tiro que havia levado no carro.

Fui descalça até a porta aberta e saí.

Não conseguia me lembrar de como havia chegado até ali.

Parei no meio do corredor e senti cheiro de ovos mexidos, continuei andando, agora na direção de onde vinha o aroma de comida. Enquanto me aproximava, comecei a ouvir também barulhos de panelas e talheres.

Cheguei ao que deduzi ser a sala – por causa da televisão e o sofá-cama no centro. Três metros à frente havia um balcão, separando o cômodo da cozinha, e após ele, estava Nash, virado para a pia.

Fui até lá e me senti cansada, então resolvi sentar-me à mesa. Ele se voltou para mim quando ouviu o barulho da cadeira.

— Boa tarde, bela adormecida – falou entusiasmado e levantou a panela que estava em sua mão – está com fome?

Como se o respondesse, meu estômago roncou. Assenti. Nash nos serviu e comemos em silêncio.

— Shawn? – falei alto assim que me lembrei do meu amigo.

Nash me entendeu antes mesmo que eu perguntasse.

— Ele está bem – respondeu calmo e se levantou – não precisa se preocupar – ele começou a tirar as coisas da mesa e eu o ajudei. – Sammy o levou ao hospital, Shawn tomou soro na veia, eles receberam os curativos necessários e foram liberados. Agora ele está com os pais, no Canadá – falou enquanto lavava a louça. – Todos nós trocamos os números dos celulares, quando você voltar para o seu quarto, vai encontrar seu celular na gaveta da cômoda junto com um papel com vários números – peguei o pano que estava na pia e limpei a mesa, prestando atenção no que ele falava. – O do Shawn está lá, assim como o dos outros, você pode ligar pra ele se quiser.

O agradeci e coloquei o pano de volta na pia. Antes de voltar para a mesa, encarei a janela e observei a paisagem, havia uma vegetação rasteira e areia branca, quase nada além disto.

— Onde estamos? – Nash abriu um largo sorriso e desligou a torneira.

— Achei que você nunca fosse perguntar – secou a mão e andou rápido até a sala, virou-se para mim e fez sinal com a mão para que eu o seguisse. – Vamos – disse animado. Ele esperou até que eu chegasse ao seu lado, pegou minha mão e saímos da casa juntos.

Fiquei sem palavras, o lugar era lindo. Não havia ninguém na praia, o mar estava calmo e o sol já estava forte. Fechei os olhos e respirei fundo, sentindo o cheiro do mar, que estava a apenas 200 metros de distância.

Nash ainda estava segurando minha mão e não parava de sorrir em nenhum momento.

— Conheça o meu paraíso – me fitou com os olhinhos brilhando de animação, minha única resposta foi sorrir junto a ele.

Por impulso, subi minha outra mão na altura do peito, onde fica o pingente do meu colar, meu coração acelerou quando não o senti. Olhei para baixo, assustada.

— Não precisa se preocupar, seu colar está guardado no quarto – Nash disse, me tranquilizando. – Vem, vou te mostrar o resto da casa – e me levou para dentro novamente.

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