Acordei em um quarto desconhecido, era pequeno, simples e graças à cortina a luminosidade não estava tão alta. Não observei muitos detalhes, apenas queria descobrir onde estava.
Me sentei na cama e senti várias partes do meu corpo doerem; tentei ignorá-las e me levantei, meus pés também doíam, mas o carpete de madeira estava frio, o que causava um certo alívio. Meu ombro esquerdo e a área logo abaixo dele estavam envoltos em uma faixa branca, então me lembrei do tiro que havia levado no carro.
Fui descalça até a porta aberta e saí.
Não conseguia me lembrar de como havia chegado até ali.
Parei no meio do corredor e senti cheiro de ovos mexidos, continuei andando, agora na direção de onde vinha o aroma de comida. Enquanto me aproximava, comecei a ouvir também barulhos de panelas e talheres.
Cheguei ao que deduzi ser a sala – por causa da televisão e o sofá-cama no centro. Três metros à frente havia um balcão, separando o cômodo da cozinha, e após ele, estava Nash, virado para a pia.
Fui até lá e me senti cansada, então resolvi sentar-me à mesa. Ele se voltou para mim quando ouviu o barulho da cadeira.
— Boa tarde, bela adormecida – falou entusiasmado e levantou a panela que estava em sua mão – está com fome?
Como se o respondesse, meu estômago roncou. Assenti. Nash nos serviu e comemos em silêncio.
— Shawn? – falei alto assim que me lembrei do meu amigo.
Nash me entendeu antes mesmo que eu perguntasse.
— Ele está bem – respondeu calmo e se levantou – não precisa se preocupar – ele começou a tirar as coisas da mesa e eu o ajudei. – Sammy o levou ao hospital, Shawn tomou soro na veia, eles receberam os curativos necessários e foram liberados. Agora ele está com os pais, no Canadá – falou enquanto lavava a louça. – Todos nós trocamos os números dos celulares, quando você voltar para o seu quarto, vai encontrar seu celular na gaveta da cômoda junto com um papel com vários números – peguei o pano que estava na pia e limpei a mesa, prestando atenção no que ele falava. – O do Shawn está lá, assim como o dos outros, você pode ligar pra ele se quiser.
O agradeci e coloquei o pano de volta na pia. Antes de voltar para a mesa, encarei a janela e observei a paisagem, havia uma vegetação rasteira e areia branca, quase nada além disto.
— Onde estamos? – Nash abriu um largo sorriso e desligou a torneira.
— Achei que você nunca fosse perguntar – secou a mão e andou rápido até a sala, virou-se para mim e fez sinal com a mão para que eu o seguisse. – Vamos – disse animado. Ele esperou até que eu chegasse ao seu lado, pegou minha mão e saímos da casa juntos.
Fiquei sem palavras, o lugar era lindo. Não havia ninguém na praia, o mar estava calmo e o sol já estava forte. Fechei os olhos e respirei fundo, sentindo o cheiro do mar, que estava a apenas 200 metros de distância.
Nash ainda estava segurando minha mão e não parava de sorrir em nenhum momento.
— Conheça o meu paraíso – me fitou com os olhinhos brilhando de animação, minha única resposta foi sorrir junto a ele.
Por impulso, subi minha outra mão na altura do peito, onde fica o pingente do meu colar, meu coração acelerou quando não o senti. Olhei para baixo, assustada.
— Não precisa se preocupar, seu colar está guardado no quarto – Nash disse, me tranquilizando. – Vem, vou te mostrar o resto da casa – e me levou para dentro novamente.
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My Protector
Fiksi Penggemar"A vida é cheia de reviravoltas, em um segundo você está feliz com a sua família, no outro, está sozinha em uma sala de espera de um hospital. Eu sempre acreditei que as coisas acontecem por um propósito, mas eu não entendia esse. Qual seria o objet...