Capítulo 6

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Paulo


- ciúmes ? – Lu me pergunta assim que a atendente sai, nos deixando sozinhos na espera da doutora.

- ele te devorou com os olhos.

- mas não pode tocar.

- mesmo assim, não gostei... você é minha.

- valeu homem da caverna. – me provoca rindo.

Odiei vê esse tal de Marcelo a olhando como um pedaço de carne, pensei que fosse coisa minha... mas quando apertamos as mãos e ele ali mediu esforços num simples gesto, me fez entender que queria se sair por cima, mal sabendo com quem estava falando.

- apenas minha. – ela para de ri.

- não sabia que era possessivo.

- nem eu.

- Lucia Dantas. – a doutora entra. Ambas conversam sobre tudo e mais um pouco, fico perdido em meio a tanta informação.

- vamos a ulta. – Lu se deita na maca.

- amor. – ela me chama, pego uma de suas mãos e aperto.

- estou aqui. – a doutora empurra mais aparelhos para o lado, para que minha cadeira não a atrapalhe. Me sinto mal por isso.

- essa sala que é pequena. – ela me dá uma piscadela, como se lesse meus pensamentos.

- concordo. – Lu se remexe.

A Dra° passa um gel na barriga dela e logo começa a passar o aparelho. A tela é preenchida por uns rabiscos pretos e brancos.

- aqui. – ela aponta para um caroço pequeno no meio da tela. – garotão de vocês.

- ou garotona. - Lu diz sorrindo em meios as lagrimas.

- chorona. – a beijo.

- culpa dos hormônios. – rimos.

Me sinto completo em vê meu pequeno ou pequena em sua barriga, crescendo dentro dela.

Não tem palavras pra expressar meu sentimento.

- sera lindo ou linda, como você. – beijo a costa de sua mão.

- que não venha com seu ciúmes. – provoca.




Lucia

 "Quanto ao que pode e o que não pode, vale tudo desde que estejam de acordo todas as partes envolvidas, sejam lá quantas forem."


- esta quieta. – Paulo me para quando entramos em casa.

- pensativa. – vamos para o quarto, me troco. Quando me viro de frente a cama, vejo ele passando pra cama a tempo.

Sorrio, ele mal percebe que esta se adaptando a essa nova vida. Reclama que não tem melhora e que eu terei mais trabalho quando nosso filho nascer, mas não enxerga que já consegue fazer coisas sozinhas.

Bem que o Diego estava certo em comprar essa cadeira com travas. Ele mesmo pode colocar e passar pra cama ou pro carro sem minha ajuda.

- que foi ? - me fraga o encarrando.

- nada, vou preparar o almoço. – o deixo sozinho.

Como sempre, preparo e comemos em silêncio na sala de jantar. Quando ele retorna pro quarto, me apresso em limpar tudo na cozinha e corro pra termos nosso momento. Já estou descansada.

- nada de sexo hoje também. – diz assim que entro no quarto.

- vamos parar e conversar... não estou o satisfazendo mais ? – grito com ele.

- descanso.

- já descansamos ontem. – explodo.

Nem sei o porque estou gritando, que se dane também.

- quero transar.

Ele me olha seriamente, e sai da cadeira retornando pra cama.

- amanhã. – para. – amanha, senhora.

Ouvir ele me chamando assim me da raiva e mais tesão. Eu sou a dominadora, eu quem dito quando e onde.

- hoje e agora. – mando.

- não.

- POR QUE NÃO ?

- porque não alimentarei seu vicio mais. – diz calmamente.

- não é vicio, sim uma necessidade. – digo entre dentes.

- olha o que você esta falando Lu... até 5 minutos atrás, minha intenção era te dá descanso. Diego comentou que na casa dele, você dormiu horrores. Então queria você descansada, mas agora a vendo assim... é pra não alimentar mais esse vicio. Sim, isso é um vicio. 24 horas e você já esta em abstinência.

- eu... eu...

- por que esta nervosa ?

- não sei. – confesso.

Quero chorar, gritar com ele... em vez disso, saio do quarto, batendo a porta forte.

Ele tem razão, estou viciada de novo.

- não, não, não... – me sento no sofá. – que porraaaa.

- olha a boca. – ele grita do quarto.

Sorrio... idiota mesmo. Respiro fundo e volto para o quarto.

- desculpa. – peço assim que entro.

- desculpado. – não tira os olhos do livro. – agora podemos dormir ?

- banho.

- já tomei. – fecha o livro.

- mais cedo. – cruzo os braços, tentando não ri.

- e não esta bom não ?

- Paulo !

- ok, ok. – coloco a cadeira de banho perto da cama e saio para pegar nossas roupas. Quando entro no banheiro, ele já esta debaixo do chuveiro.

- esperar, seria bom. – digo.

- foi mal.

Tomamos banho juntos, sempre me divirto com ele nesse momento. Mas também me enlouqueço, tocar em seu corpo porém não poder fazer nada a mais e torturante demais.

- como foi hoje ? – pergunto, me deitando em seu lado.

- o de sempre.

- o que rola sempre ?

- não consi... – ele para. – por enquanto nada de novo.

- por enquanto ? – ele ri da minha cara. Como não ficar surpresa ? toda vez que pergunto é motivo pra gritaria ou "não consegui"

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