Capítulo 5

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Paulo


- bom dia. – Vitor, o enfermeiro que me acompanha todos os dias no tratamento me cumprimenta na porta.

- bom dia.

- animado ?

- não. – respondo rindo.

- foi o que imaginei. – seguimos para a sala onde faço meus exercícios desnecessários.

Em todo tempo, pensei na caixinha que o Diego me deu ontem... não custa nada tentar.

Passo a fisioterapia toda conversando com o Vitor e Augusto que me acompanha nessa 'jornada'.

- espero o vê mais vezes assim. – Augusto se despede de mim quando me ajuda, empurrando minha cadeira até o estacionamento onde Lu, acaba de encostar.

- ei. – entro no banco do carona sozinho, acabei que me acostumei fácil a fazer isso, como passar pra cama. O medico falou que foi porque passei esses anos malhando, então meus braços não sentiram o impacto de ser minhas pernas quando necessário, já que estou acostumado a pegar peso na academia. Quer dizer, pegava.

- você esta bem ? – ela me olha confusa.

- sim. – seguimos em silencio pra casa. Ela perdida em seus pensamentos e eu nos meus.

Chegando, ela me ajuda a sair, mas faço o máximo para que ela não pegue peso, por mais que queira apenas ajudar, não posso a deixar pegar peso.

- vou preparar o almoço, quer algo ?

- não, estou bem. – ela segue pra cozinha e eu pro quarto, meu refugio de sempre.

Pego o presente do Diego e leio o primeiro Desafio.

"A primeira parte do desafio hoje é bastante simples. Apesar do amor se comunicar de varias formas, as palavras na maioria das vezes, refletem o estado do nosso coração. Para o próximo dia, decida demonstrar paciência e de modo algum diga algo negativo para o seu cônjuge. Se a tentação surgir, não digo nada. É melhor segurar a língua do que dizer algo do que possa se arrepender depois."

- onde isso é simples ? – digo a mim mesmo. Pego meu celular e tiro foto do cartão com o desafio e envio ao Diego.

Sua resposta é imediata...

Diego : muito fácil, vamos mudar isso aí... seu desafio é não dizer nada de negativo, NADA. Nem pra si e nem pra ela.

Eu : imbecil.

Diego : também te amo kkkkk'

- Paulo. – Lu me grita.

- oi ?

- comida esta pronta, quer comer aí ou aqui ?

- aí, já estou indo.

Escondo os desafios e vou para a sala almoçar com ela.

Comemos em silêncio, como esta sempre sendo.

- vou me deitar. – digo deixando meu prato na pia.

- já estou indo, também. – paro.

- não vamos transar hoje. – ela me encarra perplexa, mas logo se recompõem.

- vamos sim.

- não vamos não. – cruzo meu braços. - você vai dormi.

- mais...

- não tem mais. – a interrompo. – descansa.

- não quero. – faz bico. – quero sexo.

- nunca pensei que fosse negar isso, mas hoje não amor.

- Paulo... – ela se senta no meu colo. – por que não ?

Como toda mulher, ela usa sua beleza pra cima de mim e ainda sarra em mim... ela beija meu pescoço, me deixando sem folego.

- não. – seguro suas mãos, a impedindo de tentar algo a mais.

- não te amo mais. – se levanta e vai batendo o pé pra dentro do quarto.

- e eu te amo mais. – sussurro.

Não sei de onde tive forças para não ir na dela e acaba transando por aqui mesmo. Na verdade nem sei o porque de não transar hoje.





Lucia

 "Não perco energia odiando ninguém. Para mim existem apenas 2 tipos de pessoas. Os que gosto e cuido... e o resto, a quem sou indiferente."


- ele esta estranho. – digo a Serena no telefone.

- como assim ?

- ele não quis transar ontem.

- e desde de quando isso é motivo pra ser considerado estranho, doida ? – pergunta rindo.

- ele não é de negar sexo... tentei o convencer com beijos no pescoço. Mas nada.

- jogo baixo... mas talvez ele estava cansado da seção de ontem da fisio.

- pode ser... hum, te ligo depois. Ele esta vindo.

- ta, te amo.

- também te amo. – encerro a ligação.

- ama quem ? – Paulo para a minha frente. – me traindo é ?

- sim, estou pegando uma gostosona. Ainda esta gravida também. – rimos.

- conheço ?

- acho que não.

- huuum, então não é a Serena. – gargalhamos. Amo esse homem, se fosse outro estaria fazendo uma cena, ele não.

- me esperando aqui dentro... o que houve ?

- tenho consulta. – informo.

- por que não me falou antes ? – arqueia uma sobrancelha.

- nem vem com essa cara, estava puta com você. – confesso.

Ontem ele me rejeitou, tomou banho sozinho... mas confesso que gostei dormi de conchinha e o ter fazendo carinho em mim a noite toda. Sem beijos, só carinho.

- exagerada.

- idiota.

Ele me olha rindo, odeio essa cara dele. Da vontade de beijar o rosto dele todo, morder.

- smurf. – Marcelo, um ex colega de trabalho, para ao nosso lado. – como esta ? – seu olhar pelo meu corpo, me deixa desconfortável e pelo que conheço do meu marido, ele percebeu.

- ei, estou bem e você ?

- melhor agora.

Paulo o olha sério... – prazer, esposo dela... Paulo.

Ele estende a mão, eles se cumprimentam, porém pela cara dos dois vejo que estão tendo aquele momento de quem é o mais forte. Sorrio com a careta do Marcelo.

- Lucia. – a atendente me chama.

- aqui... Marcelo, foi bom revê-lo. Amor, vamos ?

- você não frente. – passo na frente dele.

Seguimos a atendente ate a sala da doutora Carla, essa é a nossa primeira consulta e juntos... não sei o que sinto, quero chorar, ri, estou ansiosa para me vê de barrigão.

Estou de 2 meses ainda.

Apenas MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora