Capítulo 07 - A caçada continua

16 3 2
                                    

Acordo morrendo de fome e logo sinto um cheiro maravilhoso vindo da cozinha, seria ovos com bacon? Mas quem estaria cozinhando? Larissa?

Levanto da cama e contra a vontade do meu estômago vou primeiro até o banheiro, tomo um banho e faço minha higiene matinal.

— Hmm... que cheirinho bom!- digo chegando por trás de Larissa que estava fritando os ovos.

Larissa usava o mesmo vestido florido de ontem, provavelmente teria passado a noite com ele. Por cima do vestido ela usava um avental branco, sujo de óleo. Na bancada da pia havia uma caixa de ovos pela metade e alguns pedaços cortados de bacon crú. M cima da mesa alguns pedaços de bacon frito e uma jarra de suco de laranja fresco.

— Você fez tudo isso? - pergunto impressionada, eu era uma  péssima cozinheira.

— Sim, espero que goste, cozinhar é a minha paixão, se bem que agora gosto algum se compara a sangue- diz ela pegando um prato de vidro transparente do armário de madeira, branco.

— Eu tinha uma amiga...uma irmã... Ela também amava cozinhar, tinha até seu próprio restaurante... O nome dela era Olívia- digo sentindo as lágrimas em meus olhos - Ela até tentou me ensinar algumas vezes mas.... eu nunca conseguia...

Ao perceber o meu estado ao falar de Olívia, Larissa desliga o fogo e coloca o ovo no prato depois vem até mim e me conforta com um abraço carinhoso.

— Tudo bem... Não falar mais nada se não quiser, tenho certeza que onde ela estiver ela deve ter muito orgulho de você, mesmo não sabendo cozinhar.

— Obrigada... Pelas palavras bonitas, pela atenção, pelo café da manhã - digo apontando para a mesa farta- Obrigada por tudo.

— Ah e antes que eu me esqueça acho que aquela sua bússola está com defeito, normalmente essas coisas apontam para o norte e a sua estava agora a pouco apontando para o leste- diz ela como se fosse a coisa mais estranha do mundo.

Só então eu me lembro o verdadeiro motivo de estar aqui. Corro até a sala e vejo a bússola que ganhei de presente de Tamires em cima da minha de centro ao lado da minha bolsa e assim como Larissa falou ela estava apontando para o leste como louca.

— Não está quebrada... Está dizendo pra onde ele foi...

— Ele quem?- pergunta Larissa e só então me dou conta de que estava pensando alto. Resolvo então abrir o jogo com ela.

— O caçador que matou meu ninho, minha família- digo e a vejo ficar de boca aberta, assustada- Eu não sei o nome dele, nem como ele é... Essa bússola foi um presente de uma bruxa poderosa e meu único meio de encontra-lo e puni-lo.

Ela passa um tempo sem dizer nada, sem saber o que dizer, apenas se senta e começa a observar o nada, até finalmente ter coragem o suficiente para falar.

— Olívia... Ela fazia parte dessa sua família não fazia?

-- Sim, éramos em 9 vampiros e quando não estávamos viajando ficávamos em um sítio nos arredores de Florianópolis...- digo segurando minha bússola fortemente em minhas mãos- Francisco era o mais velho de todos nós, ele amava a natureza e os animais. Depois vinha Elias, ele era ótimo em matemática, era contador. Maria era como uma mãe para todos nós, era professora, amava crianças. André era médico, ele sempre tentava trazer o máximo de bolsas de sangue possíveis pra casa e dividia com a família. Thiago era cabeleireiro, ele jogava no outro time sabe? Mas era um ótimo companheiro de balada. Isabel era psicóloga, ela adorava comprar coisas novas e era ótima em dar conselhos amorosos. Mateus era policial, ele que me ensinou a atirar, ele sempre gostou de proteger as pessoas e por último mas não menos importante Olívia, ela havia acabado de abrir seu próprio restaurante, era uma ótima cozinheira, ela era como minha irmã gêmea- digo sentindo o peso no meu coração.

— Eu poderia dizer que te entendo, que sei o que está sentindo, mas não sei. Eu nunca tive uma família, quer dizer eu já fui adotada uma vez mas a família não gostou muito de mim... Já morei um tempo na rua também até ser indiciada por roubo e ter que voltar pro orfanato- diz ela me puxando para deitar em seu colo- Se essa é a única coisa que vai faze-la se sentir melhor, eu vou ajuda-la a se vingar.

-- Obrigada, isso significa muito pra mim- digo enquanto aprecio o contato das suas mãos fazendo cafuné em meus cabelos.

Larissa se levanta e vai até a mesinha onde estava a bússola mágica e começa a analisa-la.

— Ainda está apontando para o leste então vamos para o leste- diz ela determinada.

— Vamos tomar café da manhã primeiro, afinal acho um desperdício não comer essa comida deliciosa- digo com um sorriso de criança travessa.

Tomamos o café da manhã falando sobre assuntos aleatórios e fazemos as malas.

-- Mas afinal como vamos chegar até ele ou ela...? De avião poderíamos acabar tento que pousar em outra cidade e perdendo a trilha...

— Então acho que o mais viável seria usar um carro- digo completando seu pensamento.

— Mas como se não temos carro? Bom pelo menos eu não tenho, você tem?- pergunta ela puxando sua mala, preta de rodinhas.

-- Não, mas... Posso conseguir um- digo com um sorriso maldoso, olhando um Honda Civic preto estacionado no outro lado da rua.

Olho para os dois lados da rua e como não está muito movimentava aproveito para atravessar e quebro o vidro do carro com o cotovelo, acionando o irritante alarme, enquanto Larissa me encarava de boca aberta por minha ousadia.

— Você vem?- pergunto já abrindo a porta do carro por dentro e entrando no lugar do motorista.

Larissa não responde apenas sorri travessa, abri o porta malas colocando suas malas lá dentro, depois ela da a volta no carro entrando no lugar do passageiro.

— Você faz isso todo dia?- pergunta ela ligando o rádio. Estava tocando Maps do Marron 5.

— Só em ocasiões especiais - digo dando partida no carro.

*****
Gente vocês querem um grupo no whats?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Dec 09, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A caçadora de caçadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora