¨ Capítulo Sete¨

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Três meses e vinte e cinco dias antes - 06 de setembro de 2016.

Em algum lugar perto do inferno.

 O dia começava a apontar no céu de Vegas, enquanto dois homens pegavam suas bagagens. O voo durou horas intermináveis. Enquanto Parker ficava sentado em sua poltrona, concentrado em olhar as estrelas no céu, seu amigo estava mais apto em apenas dormir e relaxar, pois ele sabia que ao pisar na terra do pecado nada mais seria calmaria. Ele sabia dos fantasmas que atormentavam seu amigo, e por mais que ele falasse e tentasse fazê-lo para-lo, sabia que nada no mundo o faria parar.

Eles tinham acabado de pousar no aeroporto da cidade, e já estavam saindo quando Parker se distraiu por segundos ao colocar seu celular no bolso, quando trombou fortemente contra outra pessoa. Irritado e agoniado para chegar ao seu destino, ele virou-se para com certeza brigar com a outra pessoa, quando escutou uma voz suave percorrer junto com o vento e pousar em seus ouvidos delicadamente, causando um arrepio nele.

- Desculpa senhor.

Ele não viu o rosto da mulher, apenas seus cabelos curtos um pouco abaixo dos ombros, vestida em um casaco preto e saltos bejes que batucavam pelo piso liso. A mulher correu em direção à outra mulher mais velha, abraçando-a escandalosamente.

- Parker ..

Ele ouve sendo chamado e balança sua cabeça voltando a seguir seu caminho junto com seu amigo. Pegando um táxi os dois seguem direto para o Aria Sky Suites, um dos melhores hotéis de Vegas. Quando termina o check-in cada um segue para sua suíte descansar. Depois de tomar um banho relaxante, Parker senta na cama enrolado apenas com uma toalha branca na cintura, encostando-se na cabeceira, e pega seu celular. Depois de dois toques a pessoa atende.

- Papai.

A menina grita feliz do outro lado da linha, e é impossível não sorrir de volta. Seu coração vibra de alegria ao ouvir a voz doce de sua garotinha.

- Como está minha princesa? – ela pergunta suavemente.

- Bem, papai. Muito feliz pelo senhor estar ligando. Quase que o senhor não me pega em casa mais a vovó. – sua vozinha sai agitada.

- Posso saber pra onde as senhoritas estavam indo?

- Íamos fazer bonecos de neve na praça com meus amiguinhos, papai. Que nem aquele grandão que fizemos juntos.

Logo depois de jantaram, na noite em que recebeu a ligação de seu amigo pedindo que fosse para Filadélfia, eles ainda fizeram um enorme boneco de neve. Colocando uns dos cachecóis da garotinha, uma cenoura como nariz e copos descartáveis pretos sendo os olhos.

- Tenho certeza que você fará o boneco de neve mais lindo de todos. – Parker afirma com amor para a filha.

- Ah, papai. O boneco de neve mais lindo de todos é o nosso. O senhor fez comigo, e por isso ele é o melhor.

Seu sorriso se alarga e uma vontade enorme de abraça-la surge em seu interior.

- Se você diz eu acredito meu amor. Eu só liguei pra saber como vocês estavam, agora eu preciso ir filha.

- Eu sei papai. Fica bem tá, e come direitinho o senhor tá magrinho.

- Vou comer princesa, fica bem também. Manda um beijo pra sua vó. Te amo querida.

- Também te amo papai.... Sinto sua falta.

Antes que ele possa respondê-la dizendo que também sente sua falta, a menina desliga o telefone e o coração do homem se aperta fortemente. Ele caminha até o closet e abre pegando dentro da sua bolsa uma pequena foto. Onde um casal está sorrindo para um bebê embrulhado em uma manta de crochê rosa.

Desaparecida entre os Sete PecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora