° Capítulo Onze °

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Três meses e dezoito dias antes - 13 de setembro de 2016.

Em algum lugar perto do covil.

Parker e seu amigo haviam saído do hotel e alugado um apartamento próximo à mansão - tudo constava no nome de Adriel, pois para todos os efeitos, Parker estava necessitando de dinheiro urgentemente, já seu amigo tinha uma bela condição de vida. O apartamento ficaria mais para Adriel, já que Parker teria que passar a maior parte do seu tempo na mansão. O apartamento já estava todo mobiliado, teriam que mudar apenas algumas coisas para que ficassem do gosto deles. O apartamento era grande, e muito luxuoso.
O espaço no primeiro andar era gigantesco, onde todo o piso era de um tom claro. Aquela parte para todos os lados era rodeada por paredes de vidros, com uma vista privilegiada de toda a cidade. Um bar ficava na parte norte, abaixo da escada que levava para o segundo andar. O sofá cinza escuro ficava de frente pra uma linda lareira, com uma imensa Tv plana acima. No andar de cima podia se encontrar um escritório muito sofisticado, uma academia, quatro quartos entre outros cômodos.
Quatro dias haviam se passado, e durante todo esse tempo Parker havia passado por um treinando teste, para em fim poder assumir seu posto de guarda costas da maior herdeira da America do Norte. Foram feitos exames de sangue, psicológicos, físicos, entre outros mais. Em todos, ele saiu com êxito.
Mas agora Parker teria que esquecer seu verdadeiro nome, suas verdadeiras raízes, e se concentrar em que seria a partir de agora. Sean Madden, um nova iorquino nascido em 27 de janeiro de 1987, cujos pais nunca conheceu, pois, foi abandonado em um orfanato com dois dias de nascido. Sem parentes, filhos ou qualquer pessoa para quem possa voltar no fim do dia.
À noite em que assinou o contrato de trabalho e confidencialidade veio a sua mente, enquanto ele treinava na academia que era destinada aos seguranças da família. Ele viu o carro dela chegando, mas pela posição que estava na janela não pode ver seu rosto, apenas que possuía os cabelos abaixos um pouco do ombro e loiros. Permaneceu assim quando ela entrou, e conversou com seu pai, então veio à hora em que ele se virou e pode ver com clareza quem ela era de verdade. Mas nada poderia ter o preparado para o impacto que teve ao vislumbra-la.
Ela estava vestida em um simples vestido florido de alcinhas, onde possui um decote que pra infelicidade de Parker, os deixavam com uma bela visão. Ela não tinha uma sequer marca de maquiagem no rosto, que a deixava ainda mais bonita, assim tão natural. Ela tinha sapatilhas brancas nos pés, e de maneira alguma ela se parecia com a mulher que vinha escutando há dias. Seu amigo quis infinitas vezes mostrar uma foto dela, mas ele nunca aceitou. Queria ter o prazer de poder vê-la de verdade pessoalmente.
Ao olhar para seu rosto, Parker teve certeza que o sangue sumiu da sua face. Aqueles olhos castanhos eram iguais aos dela. Até mesmo o formato do rosto era parecido, por frações de segundos ele pode ver no rosto daquela mulher a imagem da mãe da sua filha. A mulher também mantinha uma expressão confusa, e de total surpresa.
- Esse é Sean Madden, ele vai estar ao seu lado pra todos os lados que você for. Quando eu digo isso Amie, quer dizer que ele vai estar na sua cola o tempo todo.
A voz do pai da mulher o tira de pensamentos, não sem antes notar o olhar magoado e enfurecido dela. Ela parece em luta interna com alguma coisa que a machuca e empurra para o desastre.
- Tudo bem, papai. - ela diz com escárnio, sem deixar passar em branco a desaprovação da decisão do pai.
- Filha..
- Não. Eu acho que vou subir, não estou me sentindo muito bem.
Ela levanta a mão para o pai, pedindo que ele pare, e se vira para Parker o analisando com raiva, mas que em segundos passa para algo que ele não consegue desvendar.
- Seja bem vindo a essa família senhor Madden. - ela diz com um sorrisinho nos lábios, pisca para Parker e some de suas vistas.
Ele ficou olhando atentamente o lugar por onde ela entrou, e se segurou para não ir até ela e ensinar a ter boas maneiras. Ele sentia uma vontade imensa em deita-la em seus joelhos, e bater na sua bunda até que largasse de ser engraçadinha. Ele sabia que não seria fáceis os dias ao lado dela, que ou ela sucumbiria a ele, ou, ele a ela. E a última opção não era válida de forma alguma para Parker. Ele jamais deixaria que uma mulher como ela atrapalhasse seus objetivos.
Já era difícil demais estar ao lado do assassino da sua mulher, sem soca-lo, tortura-lo, fazê-lo sentir na pele tudo o que sua mulher sentiu. Quem olhasse para o homem a sua frente - sempre carregando um sorriso amigável no rosto, honroso, respeitador, amoroso com sua família- imaginaria que por trás de toda aquela " bondade" existisse um assassino cruel, impiedoso, que no final do conto pagaria na mesma moeda por todo o mal que causou a Parker.
Não seria o rostinho bonito, e o temperamento tempestuoso da filha dele que o faria desistir. Não o faria parar, nem se sua mulher ressuscitasse dos mortos. Depois que ela saiu, Parker, seu amigo, um homem chamado Alec e outro chamado Ecoli, e Hugh sentaram e conversaram por um tempo. Até que foi entregue o contrato para que ele assinasse:

Desaparecida entre os Sete PecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora