My Hero - Saga Supremos ( livro 1)

Capitulo 3

- Seu pai aparenta ter muito orgulho de você. - escuto Gabriel falar enquanto desço as escadas, ele está olhando as fotos de família que temos na parede.

Não conheço Gabriel a muito tempo pra ter cem por cento de certeza, mas sinto um toque de inveja na sua voz.

Ele por fim para de olhar as fotos e me encara, ele tenta parecer neutro e sua expressão me lembra a sua mãe, mas ele estava longe de conseguir manter e ter a perfeição dela com aquela máscara por muito tempo e ainda mais pra mim que era quase um mestre em utilizá-las, eu percebia as suas rachaduras em tentar só se mostrar neutro.

Fico calado e lhe dou um sorriso de lado pra ele.

- Nem sempre foi assim, quando me assumi gay foi bem difícil pra ele, já que todo pai cria aquelas expectativas sobre o filho homem, depois de um bons meses e com ajuda da terapeuta foi que voltamos a uma boa convivência e evoluímos até como somos hoje. - respondo quando parando ao seu lado olhando a nossa foto de família. - Hoje em dia ele esbanja até demais seu orgulho e me deixa envergonhado como hoje. Acho que ele gosta mais por eu já ter decidido a carreira que quero seguir e ter minha irmã finalizando a sua segunda graduação, aí acaba que ficamos bem livres pras nossas vidas e ele e mamãe ficam despreocupados.

- Queria que meu pai não fosse tão controlador, acho que minha vida seria mais fácil. Depois que meu irmão saiu de casa para ingressar na faculdade ele começou a ter uma fixação em mim, já que ele sabe que não consegue controlar meu irmão. - ele fala com calma e percebo que ele não foca seu olhar em nenhum local, ele está perdido nos seus pensamentos enquanto fala comigo. – Aconteceu algo entre você e seus vizinhos antigos? Desculpa perguntar assim do nada mas percebi que você ficou meio estranho quando falamos deles mais cedo.

- Pode apostar que aconteceu. - falo e é a minha vez de me perder nos meus pensamentos. - Resumindo a história pois é meio longa mas resumindo eu sempre fui amigo do filho deles, e quando me assumi aqui em casa contei pro meu amigo também e ele foi super legal me apoiando até que acabou rolando de ficarmos e acabou que se tornou recorrente ficarmos juntos no quarto dele e em uma vez esquecemos trancar a porta do quarto, a mãe dele abriu a porta de uma vez e pegou nós nos beijando.

- Por um momento achei que diria que pegou vocês no meio do sexo. - ele fala fazendo graça e rio.

- Seria hilário, mas só para falar depois de um tempo como está sendo agora, mas com certeza só com o beijo foi assustador na época.- falo e volto a sorrir de lado. - Ele dizia que me amava toda vez que fazíamos sexo, mas quando a mãe dele descobriu e fez uma cena digna de novela, ele disso que eu era culpado de tudo e que o induzi e tudo mais. Por fim cortamos contato e ele nunca mais olhou na minha cara, chorei muito mas já superei quem perdeu foi ele mesmo.

- Desculpa por fazer você se lembrar disso, deve ter sido horrível mesmo. - ele pega no meu ombro como se tentasse me reconfortar.

- Relaxa garotão, é como aquele ditado: O que não te mata, te fortalece.

- Verdade. - Gabriel abriu um dos seus lindos sorrisos pra mim e por um momento fico só admirando a sua beleza.

Beleza essa que me impressionava a cada momento, com cada pinta pelo seu rosto.

- Você quer chocolate? - pergunto parando de olhar para ele não pensar besteira.

- Claro que sim, quem recusa chocolate? – ele fala com um sorriso irônico nos lábios.

- Só um doido, ou alguém com alergia. - respondo rindo.

Gabriel ri comigo, a sua risada é suave e com um tom grave que fica muito boa de ouvir, é grossa, assim como sua voz. Ele me segue para a cozinha, ela é grande com uma mesa redonda que cabe fácil umas doze pessoas se colocar tudo bem apertadinho, era nessa mesa que costumávamos fazer nossas refeições e deixávamos a sala de jantar para quando havia visitas, vou para trás do balcão e abro a geladeira e tiro o pote cheio de bombons de chocolate.