Faço o retorno para meu quarto com calma, não queria fazer nenhum barulho para não chamar atenção da minha família. Piso em cada degraus das escadas com cuidado para não fazer a madeira ranger, quando entro no meu quarto fecho a porta e me escorei nela, sinto minha respiração começar a ficar irregular e sinto meu corpo todo tremer.
Jogo meu roupão no chão e ando devagar até minha cama, me deito com calma e nem me preocupo em voltar a cobrir meu corpo com meus lençóis, fico encarando o teto sem ter foco, minha mente estava trabalhando a mil me deixando soterrado de pensamentos aleatórios e algumas lembranças vagas que eu não conseguia entender.
Minha cabeça começou a doer fortemente e então apaguei.
Acordo cedo e faço a minha rotina matinal, fico aéreo durante o desjejum em família, parte de mim esperava que algum deles viesse falar algo sobre o que escutei ontem a noite, mas lembro que eles não sabem que escutei algo. Vou para a escola com meu pai novamente, ando todo o percurso até a sala sem perceber se alguém falava comigo e desviando das pessoas no meu caminho, eu estava totalmente no automático com meus pensamentos a mil.
Quando chego à sala olhei ao redor e vi que Rebeca não tinha chegado, sento no mesmo local que havia sentado no dia anterior e guardo o mesmo local para Rebeca, Gabriel chega com uma bolsa de musculação e o músculo do seu braço esquerdo estava saltado com a força que fazia ao carregar a bolsa, ela parecia bem cheia e pesada. Ele sorri pra mim assim que me vê quando passa pela porta, ele anda em minha direção e seu sorriso parecia brilhar mais a cada instante, ele estava com os seus óculos novamente e seus olhos pareciam mais vivos e brilhantes através das lentes, ele se senta na cadeira atrás de mim novamente.
Seu perfume chegou até mim e respiro fundo aquele delicioso aroma amadeirado que vem dele e logo em seguida escuto sua voz que me tirou do transe que seu perfume me colocou.
- Bom dia, passei na sua casa para ver se você queria uma carona, mas sua mãe disse que você já tinha vindo.
- Pois é, eu venho com meu pai às vezes quando o plantão dele é de manhã, quando não é minha irmã ou minha mãe.
- Há entendi.
Me viro na cadeira para ficar de frente pra ele, e o pego me olhando, ele abre mais seu sorriso pra mim e sorrio de volta.
- Mas você já tem carteira de motorista? Qual é a tua idade? - pergunto curioso.
Gabriel começa a ficar levemente vermelho e retira o óculos do bolso e um paninho do seu bolso e começa a limpar as lentes do seu óculos.
- Por causa dos meus pais, eles sempre se mudaram muito durante a minha infância e isso acabou atrasando meus estudos, até tentamos ensino em casa mas acabou que nem isso deu certo pela frequência das viagens e tudo mais. - ele esconde a sua feição envergonhada e fica um pouco de tempo sem me encarar. - Eu vou fazer 19 mês que vem. - complementa em voz baixa que só eu posso escutá-lo.
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My Hero - Saga Supremos ( livro 1)
Fantasy- Um amor pode sobreviver a tudo? - O que você faria se descobrisse que não é tão normal quanto acha? 1/4 (Inicio em 07/18) (Concluído em 09/18 ) Obra intelectual registrada na Biblioteca Nacional, todos os direitos reservados, incluindo o direi...