Capítulo 15

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No meu primeiro dia de trabalho, acordei bem cedo, eu tive que acostumar com isso, pois a partir daquele dia minha rotina começava cedo. Com muita preguiça me levantei, me arrumei e logo fui pegar uma condução.

Dentro do ônibus comecei a refletir sobre tudo que minha tia disse quando falei onde eu tinha conseguido um emprego. Primeiro ela quase enfartou de preocupação, porque o bairro não é conhecido por ser muito seguro, e ficou repetindo várias vezes que eu não assumiria o emprego, porque eu estava colocando minha vida em risco, que eu era muito bonita e tal, que os malandros que andavam por aquela região iriam fazer algo comigo.

O receio que estava sentindo triplicou depois dessa conversar, mas eu tive que passar quase toda a noite explicando a ela, que eu iria trabalhar porque eu precisava. Até no momento que sai de casa, ela ainda ela ainda tentou convencer-me de não ir. Mas não pude me dar esse luxo, por isso me encontrava naquele ônibus super lotado, com gente pisando em meu pé.

Até assediada eu fui, um sem vergonho aproveitou o estado que estava o ônibus e passou a mão em minha bunda. Minha sorte foi que logo cheguei na minha parada e desci, apesar da luta que travei para passar por aquele mundaréu de gente.

Parada em frente a lanchonete, fiquei observando o estabelecimento, a rua, os transeuntes, e me conformei que dali para frente ali será meu local de trabalho. Respirei fundo e entrei.

O ambiente era o mesmo do dia anterior, os clientes mal caráter, o ambiente imundo e a menina do balcão, a Emma, se encontrava lá com cara de sono e mascando seu inseparável chiclete, com certeza tomou um porre daqueles.

— Bom dia – cumprimento com educação ao passar por ela.

— Bom dia — diz de mal vontade.

Jorge surgi imundo e sebento, mas com um sorriso sinistro no rosto, que me fez ter um calafrio.

— Oi linda...

— Bianca Senhor Jorge, meu nome é Bianca.

— Ah sim Bianca – sua mão asquerosa foi em direção ao meu rosto na minha bochecha e começou a acariciar.

A princípio eu fiquei travada, sem nenhuma reação, enquanto ele continuava a me acariciar, logo o entorpecimento passou e retirei suas mãos de mim.

— Senhor Jorge.

— Ok, ok lindinha me chame de Jorge, senhor me deixa bem mais velho. Vamos que lhe mostrarei a sala dos funcionários e você poderá começar a trabalhar.

Jorge continuou me explicando tudo, me mostrou meu uniforme que era tão sujo como tudo ali. Então decide que eu faria o possível e o impossível para deixar aquele ambiente habitável.

Com um pano e um rodo na mão comecei a operação limpeza. Assim passei o dia naquela tarefa, no começo da noite já era possível ver um ambiente melhor, apenas tinha um porem eu estava um bagaço de tão cansada.

Morta cheguei a casa da minha tia, querendo apenas a minha cama, ou o meu sofá. Minha vida a partir daquele dia se resumia a acordar cedo, pega ônibus lotada, ir para o trabalho, trabalhar feito uma escrava, chegar em casa morta e ainda aguentar cantadas dos clientes e assédio sexual do chefe, pois ele com o tempo começou a fazer outras coisas que não eram apenas acariciar meu rosto. Jorge sempre procurava está no mesmo ambiente onde me encontrava, sempre fazendo o possível para passar suas mãos em algum lugar do meu corpo. Assim foi minha vida durante 15 dias.

Mas no 16º houve uma mudança na minha rotina e uma alegria que a tempos não sentia. Julia se mudaria para São Paulo. Como tinha apenas uma folga por semana, aproveitei aquele dia para buscar minha amiga e seus pais na rodoviária.

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⏰ Última atualização: Dec 26, 2016 ⏰

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