Entramos na biblioteca, e a primeira coisa que vimos foi a senhora da recepção, que olhou em nossa direção, abrindo um sorriso de boas-vindas. Yan andou na frente.
— Oi, dona Graça, como a senhora está? — Se apoiou no balcão e eu fiquei ao seu lado.
— Estou ótima, e você? Olá, querida. — Me cumprimentou gentilmente.
— Olá.
— Tô bem.
Ela continuou me observando, parecendo lembrar de algo — Era você que precisava de um livro que estava com ele, não era?
— Sim, era eu — admiti, sentindo o olhar de Yan sobre mim.
— Ah! Tadinha, tava tão nervosa, né? — falou inocentemente. — Mas vocês se acertaram, imagino. Até viraram amigos.
Mulher, não me entrega! — É...
Graça nos olhou, sorrindo, com ar de quem sabia o que estava acontecendo ali. — Mas então, o que estão fazendo aqui nesse domingo tão bonito?
— Queremos jogar xadrez — Yan explicou.
— Então podem ir. Você já sabe onde os tabuleiros estão. — Sorriu.
Ele retribuiu, afirmando, e seguiu para a ala direita, indo para o fundo. Na parede das janelas, haviam cinco mesas pequenas, do mesmo tamanho do tabuleiro, cada uma com duas cadeiras de madeira que combinavam em modelo e cor.
As janelas pegavam quase a parede e ficavam quase alinhadas com o assento das cadeiras. A cada lacuna entre as janelas, ficava uma mesa encostada na parede, de modo que a lamparina ficasse acima do tabuleiro. De uma mesa para outra não devia ter mais de um metro.
Yan foi até a primeira mesa e sentou, me indicando o lugar da frente. Ele puxou uma trava e abriu a parte de cima da mesa. Fiz o mesmo, encontrando um compartimento onde ficavam as peças do jogo. Eram de madeira, e as minhas eram as brancas.
Peguei todas, as colocando no colo, e voltei a fechar a tampa.
Yan fez o mesmo. — Você lembra onde fica cada peça?
— Só lembro que os peões ficam na frente.
Ele sorriu. — Tudo bem. Vou te mostrar. Ele pegou duas peças. — Essas são as torres. Elas sempre ficam nas pontas. — Ele colocou uma em cada primeiro quadrado. Pegou outras. — Esses são os cavalos, que ficam do lado da torre. — Colocou do lado da torre e pegou mais duas. — Esses são os bispos, esse é o rei e essa a rainha... — E colocou todos um ao lado do outro. — E os peões vão na frente. Coloca suas peças que vou te explicar os movimentos.
Pegando o lado dele de exemplo, fui acomodando todas as peças.
— Certo. Começando pela torre... — Ele a segurou, sem tirá-la do tabuleiro. — Ela só anda na vertical ou horizontal. — Demonstrou levando a peça para frente e trás, voltou, e moveu para os lados. — O cavalo só anda em "L", ou seja, três casas pra frente ou pra trás. — Mostrou. — E uma para o lado. — Afirmei. Não era tão difícil assim. — O bispo só anda em diagonal, pra frente, pra trás, tanto faz. A rainha pode se mover em todas as direções e ir pra qualquer casa. Ela pode pular três, quatro, ou todas as casas que tiver. O rei também pode ir pra qualquer direção, mas só uma casa por vez. E os peões podem se mover só pra frente. Tá entendendo até aqui?
— Sim. — E tô adorando ouvir suas explicações. — Continue.
Então ele começou a explicar as regras e o bicho pegou. E eu achei que era fácil...
Enquanto ele explicava, fazia o movimento das peças e pedia para que eu também fizesse, para facilitar o entendimento. Ficamos naquilo por uns dez minutos, talvez.
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Saint Peter: A Escola Dos Mimimis Amorosos (Vol. 1)
Ficção AdolescenteAmores, amizades, provas, ensaios de teatro, hormônios, momentos vergonhosos... Que adolescente não passa por isso e muito mais no Ensino Médio? Para os alunos da Saint Peter não é diferente, porém, há uma pequena diferença: Eles só podem dar aquela...