Capítulo 42: Produto Não Disponível

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Boa leitura!

***

Eu tinha acordado cedo, como sempre. Era raro conseguir dormir até tarde, a menos que eu estivesse muito cansado. E, como das outras vezes, peguei um dos livros, que trouxe da biblioteca, e fui para a varanda para ler.

Perdi a hora enquanto lia e um barulho baixo tomou minha atenção. Uma pequena movimentação puxou meu olhar, e automaticamente olhei para o lado, vendo alguém abrindo a porta de sua varanda e andando até a grade. Bruna olhou para o jardim, parecendo feliz. Pelo jeito havia acabado de acordar. Seu cabelo estava um pouco bagunçado e ela estava de pijama.

Voltei a ler. A parte onde eu estava era justamente quando o personagem principal acordava pela primeira vez ao lado de sua esposa. Eles eram recém-casados, e ele ficou impressionado em como ela ficava bonita daquele jeito, quando ainda estava sonolenta e dizia coisas com a voz rouca.

Eu também gostava daqueles momentos. Sempre enchia o saco da minha mãe dizendo que ela ficava bonita quando acordava. Ela ria e perguntava o que eu estava querendo. Acho que com a Bruna não era diferente. Apesar dela estar longe, e de eu não enxergar direito, ainda dava para ver sua "beleza matinal".

Dei mais uma olhada para lá. Parecia que ela estava olhando em minha direção e, antes que eu levantasse a mão, ela acenou. Geralmente eu que acenava primeiro.

Sorri e acenei de volta.

Será que ela ficou brava pelo beijo de ontem? Gabriel disse que com certeza ela não ficou brava, mas que com certeza ficou com vergonha. É claro. Era de se esperar...

Bruna pareceu hesitar, sem saber o que fazer. Deu uns passos para trás, virando devagar, e entrou.

Ela ficava muito bonitinha quando estava envergonhada.

Eu não sei se foi certo o que eu fiz. Eu continuo querendo que ela se acostume comigo, então eu precisava ir aos poucos. Por isso escolhi aquele lugar para beijar. Era o meio termo, não era? As professoras me disseram que estávamos livres para tirar ou colocar alguma coisa que a gente quisesse, mas acho que elas ficaram decepcionadas, já que não teve nenhum beijo direto, afinal, elas falaram que tínhamos química e que combinávamos com os papéis.

Não sei quanto tempo ela vai demorar pra se acostumar. Eu queria que...

Parei de pensar quando a vi novamente. Parecia que ela estava pegando algo no criado-mudo, e depois colocou algo nos ouvidos. Um fone? Não conseguia distinguir o que era. Minha visão estava embaçada.

Ela ergueu os braços e... começou a dançar?

Levantei rápido e entrei. Peguei meus óculos na mochila e voltei a me sentar na varanda a tempo de ver Bruna em cima da cama, dançando e usando o celular de microfone.

Sorri.

Ela pulou, sumindo de vista. Apareceu de um lado da cama, e sumiu de novo. Apareceu do outro lado e sumiu de novo. Pouco depois subiu de novo na cama e continuou a dançar, sumindo e aparecendo. Eu não conseguia deixar de sorrir. Não imaginava que ela gostasse de dançar.

Depois de sair de vista mais uma vez, ela deitou.

Voltei minha atenção ao livro e puxei os óculos, sem tirar o sorriso da cara. Me senti ansioso para irmos à livraria. Também fiquei curioso para saber o que ela estava ouvindo, porém... com certeza ela morreria de vergonha se eu perguntasse e...

Olhei para frente, mas baixei o rosto novamente. Ela parecia olhar para cá. Segurei o riso e me esforcei para ficar quieto. Segundos depois, dei mais uma espiada, e ela não estava mais lá.

Saint Peter: A Escola Dos Mimimis Amorosos (Vol. 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora