Capítulo 36: Ginásio

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Meus passos estavam rápidos, sem que eu notasse. O nervoso crescia no meu estômago, fazendo minhas mãos ficarem frias, para variar um pouco.

Cedo demais, Yan ergueu a cabeça e me viu, abrindo um sorriso e mostrando a covinha que eu tanto queria ver. Meu coração pulou de alegria e meu rosto respondeu ficando quente;

Jesus do céu, esse homem não existe.

Quando estava a poucos passos, Yan marcou a página e fechou o livro, levantando. Sem pensar muito, me aproximei para cumprimentá-lo, mas ele abriu os braços no último segundo e me abraçou. Eu ri, não sei se de nervoso ou de felicidade, mas o abracei de volta, ficando na ponta dos pés.

Ele riu também, apertando minha cintura, e eu me senti mais em casa do que antes. Parecia que aquele abraço preenchia algo dentro de mim que estava vazio. Me senti até mais leve.

Yan me soltou, ainda sorrindo, apesar de parecer meio desconcertado pela atitude que teve. — Como foi o seu fim de semana?

— Foi bem legal, e o seu? Ficou aqui? — Era impossível conter minha animação ao vê-lo. Até a grama devia ver isso.

— Fiquei. Achei melhor ficar. — Deu uma olhada rápida para o livro

Segui seu olhar. — É pra lição?

— Sim. — Ele voltou ao seu lugar. — Senta aí. — Esticou o braço e puxou rapidamente minha mão para baixo, em direção ao banco.

Me sentei, sentindo as bochechas arderem.

— Como foi a festa do James? — Apoiou os braços na mesa e cruzou os dedos. — Foi legal?

— Foi. Foi bem divertido. Tinha vários tipos de comidas, teve um espaço pra dançar, e até os pais dele dançaram. Ele ficou com vergonha, mas no fim quase todo mundo dançou.

— Você passou a noite lá ou voltou pra casa da Lili?

— Ficamos lá. Até assistimos um filme antes de dormir. E hoje... — Tentei não pensar na conversa com James. — Aproveitamos a piscina e voltamos pra casa da Lili de tarde.

— Então você se divertiu bastante. — Sorriu gentilmente.

Posso derreter com esse sorriso? — Sim. E você? O que fez?

— Ah, nada demais. Sexta e sábado posso resumir em lições sem fim. — Riu, passando as mãos no livro fechado. — No sábado à noite fui buscar esse livro na biblioteca e encontrei a Micaela... Você lembra dela?

Afirmei, sentindo uma pontada de ciúmes.

— Ela tava jogando xadrez e me chamou pra uma partida. Quando fui perceber já era dez horas e iam fechar a biblioteca. Nem terminamos o jogo... E hoje, acordei mais tarde e vim pra cá depois do almoço.

Pensar nos dois naquela biblioteca, a noite e sozinhos, não fazia bem pro meu coração... Não tem porque ficar nervosa, não foi nada demais.

— Do que é? — Indiquei o livro com o queixo, mudando de assunto, tentando tirar aquilo da minha mente.

Yan pegou o livro e olhou a capa. — Literatura francesa. Não é a melhor coisa do mundo que eu já li, mas é interessante.

Ele começou a ler o texto da contracapa. Como sempre, era uma gracinha ver ele todo concentrado.

Seu rosto levantou, voltando a me observar. Baixei o olhar, sentindo as bochechas arderem e levantei, tendo a reação mais idiota do mundo. Querer fugir.

— Tem coisa pra fazer? — perguntou ele rapidamente.

— Ah... Urgente não.

— Quer fazer alguma coisa?

Saint Peter: A Escola Dos Mimimis Amorosos (Vol. 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora