Uma Patricinha Fora De Beverly Hills

CAP 11

                 POV : Thomas

   
    -- Eu entendi muito bem o que você quis dizer. E não precisa retirar nada. Eu só estava precisando disso pra acordar de verdade. Eu sabia que nada foi sério. Não queria acreditar. Mas agora acredito. - falo quase sem fôlego.

    Olho para a lixeira que estava ao lado de Jenny e jogo meu milk shake dentro dela. Mas foi com mais força que eu esperava, pois assim que o copo caiu dentro do latão fez um barulho muito alto e ela, que estava à minha frente se assustou dando um passo pra trás. Caindo na rua.

    Assim que Jenny pisou um pouco longe do meio fio, veio um carro desnorteado e deu uma pancada na loira que estava comigo. Jenny foi arremessada pra longe e eu nao pensei mais em nada. Somente que eu não me perdoaria nunca se algo pior acontecesse a ela.

    -- JENINFFER. - grito enquanto corro pra perto do seu corpo desmaiado no chão frio. - Jenny, acorda. - olho em volta e as pessoas estão paralizadas vendo a cena -PELO AMOR DE DEUS ALGUÉM CHAMA A AMBULÂNCIA. - assim que eu gritei isso, várias pessoas pegaram o celular ao mesmo tempo, mas eu não ligava mais, pois pra mim o tempo tinha congelado. Ouvia vozes gritando, buzinas, cachorros latindo, até uma sirene de ambulância. Mas tudo estava desfocado. Eu só tinha olhos pra loira desmaiada no asfalto frio. Seus cabelos estavam espalhados, ora no chão e rosto, onde havia sangue. Não muito, mas ainda sim me assustava.

    -- Ei menino. Você precisa se afastar do corpo. Vamos levá-la para o hospital do Centro, se quiser pode ir vê-la, mas não poderá entrar na ambulância.

    -- Tá. Tá. - saio em direção ao meu carro passando as mãos no bolso, procurando as chaves.

                               ...
    
    Assim que vejo o nome do hospital, estaciono a minha Mercedes de qualquer jeito e corro para a grande casa branca.

    -- Com licença senhora, você pode me dizer onde e como está Jeniffer Collins?- digo rápido, assustando uma senhora que aparentava ter seus cinquenta anos e cabelos vermelhos.

    -- Ainda não posso dizer seu quarto, mas- Ela dá uma pausa e digita algo no grande computador ao seu lado-  vejo aqui que a senhorita Collins acabou de entrar na sala de cirurgias.

    -- Ai Deus. É muito sério? - aperto a bancada verde com força e ignoro a dor que vem logo depois.

    --Eu ainda não tenho muitas informações mas o carro que atropelou Jeniffer bateu forte em sua cabeça e com a queda ela acabou quebrando o braço...- Leslie, a senhora que eu descobri que tinha um nome, força os olhos para ler algo na grande tela de computador- além disso, um corte um pouco profundo no rosto, que lhe custou 7 pontos.

    -- É tudo culpa minha. - bato com força na parede assustando Leslie e outra senhora que dividia a bancada com ela - Desculpe - passo a mão nos cabelos impaciente - onde eu posso esperar?

    Ela aponta para uma sala cheia de cadeiras e pessoas. Agradeço e entro na sala, olhando para o grande televisor pendurado na parede.
   
     Me sento em uma cadeira isolada de todas pensando em como o meu reencontro com Jeniffer Collins foi mais problemático que eu penseo que seria.

                         ********

                      POV : Jenny

    O que aconteceu?

    Onde eu estou?

    Isso aqui é um hospital?

    Eu não lembro de nada. De repente eu estava em um café e agora em uma sala toda branca.

    Olho pro meu braço e vejo uma agulha ligada a uma bolsa de soro.

    Que merda está acontecendo???????

    Movo o olhar um pouco pra direita, tem um cara aqui. Moreno. Ele está dormindo todo desajeitado.

    Thomas?

    Flashes de momentos antes vem em minha mente com uma certa força, pois minha cabeça dói, me fazendo soltar um gemido de dor.

    -- Ai - coloco as duas mãos na cabeça e massageio tentando aliviar a dor, o que é inútil. A única coisa que eu consigo fazer é acordar a pessoa que estava sentada na poltrona ao lado da maca onde eu estava.

    -- Jenny?- ele esfrega os olhos sonolento e se levanta, tirando toda a minha dúvida de quem era. - Finalmente você acordou.

    -- Acordei? O que aconteceu? Por que eu estou em um hospital? E por que a minha perna dói tanto?- olho pra frente vejo que a mesma está enfaixada. - Eu quebrei a perna? Que merda aconteceu? E por que você está
aqui?

    "Eu entendi muito bem o que você quis dizer. E não precisa retirar nada. Eu só estava precisando disso pra acordar de verdade. Eu sabia que nada foi sério. Não queria acreditar. Mas agora acredito." Ele gritava comigo, e eu assustada dou um passo pra trás.

    --Você fez isso comigo! - grito com raiva espantando Thomas. - Eu odeio você.

    Ele se desespera balançando a cabeça para um lado e pro outro dizendo "não" "não" "não". Desviando o olhar de mim, Thomas olha para um botão vermelho pregado na minha maca e aperta várias vezes.

    Em menos de trinta segundos três pessoas pessoas, enfermeiros suponho, entram no quarto dizendo para Thomas se afastar.

    -- O que está acontecendo? Eu quero ir embora - me mexo tentando tirar os aparelhos de mim, mas um homem me segura impedindo toda a minha movimentação então eu grito muito alto - SOCORROOOO.

    -- Me dá logo a seringa - uma mulher não muito nova pede para a terceira enfermeira que assiste tudo calada e com medo nos olhos. Ela não diz nada e tira a tampinha da seringa que estava em sua mão e entrega pra ogra que me segurava.

    O homem ajuda a segurar o meu braço e caramba, ele era muito forte. A senhora injeta em mim o líquido me fazendo parar de mexer e gritar.

    Me sinto fraca. Impotente.

    -- Jenny me desculpa, eu não queria. - Thomas chega perto de mim e segura a minha mão.

    -- Não encosta em mim - tento gritar, mas sai como um sussurro.

    E tudo apagou, novamente.

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    Desculpe a demora. Mais um capítulo pra vocês ❤