Após uma boa noite de descanso, acordei e fui ao banheiro fazer minha higiene pessoal antes de seguir para a cozinha.
— Bom dia, mãe! — cumprimentei.
— Bom dia, filha! — respondeu ela. — Preciso te contar algo.
— Está tudo bem? — perguntei, confusa.
— Não. Vamos sair de Hallstatt. — respondeu minha mãe.
— O quê? Para onde vamos? — perguntei, surpresa.
— Para Innsbruck. Tomei essa decisão porque estou com medo de algo acontecer de novo. — explicou.
— Mas mãe, Innsbruck é longe. É a capital. — comentei.
— Filha, sei que você não quer ir, mas é necessário. Não posso arriscar te perder novamente. — disse ela.
— Mas estou bem! Tudo acabou! — argumentei.
— Willian também vai embora, Spencer. Ninguém quer reviver isso. — disse minha mãe.
— Eu não vou! — gritei.
— Você vai porque sou sua mãe e decido o que é melhor para você. Vá arrumar suas coisas agora! — ordenou minha mãe.
Saí emburrada e voltei para o quarto.
Não queria deixar Hallstatt, apesar de tudo o que aconteceu. Posso até ir, mas pretendo voltar.
Terminei de arrumar minhas coisas e desci com as malas.
— Está tudo aqui. — informei.
— Ótimo! — respondeu minha mãe. — Conversei com a responsável pela casa onde vamos ficar, podemos ir agora.
— E nossas coisas? — perguntei.
— Voltaremos para buscá-las depois. A casa já está mobiliada. — explicou.
— Tudo bem. Posso pelo menos falar com o Willian? — perguntei.
— Já falei com a mãe dele, eles já saíram da cidade. Podem se falar depois pelas redes sociais. — disse minha mãe.
Não disse mais nada, apenas entrei no carro para irmos embora.
Enquanto minha mãe ligava o carro e começávamos a viagem, percebi que estava deixando tudo para trás.
— Não posso acreditar que isso está acontecendo. — comentei. — Abandonando tudo.
— Foi para o seu bem, Spencer. Não queria que você sofresse mais. — justificou minha mãe.
— Mãe, acabou. Não há mais portal, nem Slender Man. — insisti.
— Pode ser, mas não há garantias de que não possa acontecer novamente. Só quero te proteger. — explicou minha mãe.
— Ah, ótimo! — respondi sarcasticamente.
— Filha, vai ficar tudo bem! — tentou acalmar minha mãe.
— Não, não vai! Quero voltar para Hallstatt. Este é o meu lugar. — afirmei.
— Silêncio! Não precisa querer nada! — gritou minha mãe.
— Se soubesse que seria assim, teria ficado com o Slender mesmo. — desabafei.
— Pelo amor de Deus, Spencer! Estou tentando proteger você. Fiquei meses sem saber de você! — gritou minha mãe.
— Só estou falando a verdade. Poderia pelo menos ter me consultado sobre isso. — disse.
— Você precisa me entender. — insistiu minha mãe.
— Não, não preciso. — respondi.
Passamos o restante da viagem em silêncio, até que acabei adormecendo.
[...]
— Spencer? — ouvi uma voz.
— O quê? — perguntei, abrindo os olhos.
— Chegamos. — respondeu minha mãe.
Saí do carro e olhei para a casa. Era antiga, mas bonita, admito.
— Posso entrar? — perguntei.
— Sim, pode. A moça disse que a chave da porta da frente está embaixo do tapete. — informou minha mãe.
Fiz como ela disse e encontrei a chave. Assim que entrei, percebi que a casa era ainda mais bonita por dentro.
Começamos a descarregar as coisas do carro e a arrumar dentro de casa.
— Terminei. — avisei.
— Pode ir brincar, se quiser. — disse minha mãe.
— Ok. Mãe, para onde Willian foi? — perguntei.
— Ele foi para Viena. Os pais decidiram que seria melhor. — explicou minha mãe.
— É bem mais longe. — comentei.
— Vocês podem se falar pela internet. — disse minha mãe.
— Não é a mesma coisa. — afirmei.
Deixei a casa em direção ao quintal. Fiquei olhando pela cerca enquanto algumas crianças brincavam na rua. Poderia me juntar a elas; sempre fui boa em fazer amigos. Mas não, queria meus amigos de volta. É difícil lidar com as perdas, mas preciso ser forte.
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Slender Man - O Conto [Livro 2]
Short StoryA história continua e desta vez será contada com a Spencer dentro do portal, buscando por uma saída. Coisas inesperadas vão acontecer agora e ela precisará lutar por sua própria sobrevivência e tentar salvar seus amigos antes que o Slender Man ataqu...