Capítulo IV

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Nós realmente havíamos caído no sono de tão cansados que estávamos, mas eu acabei despertando e percebi que o Slender Man não estava mais perto de nós.

— Meninos! — gritei.

— Spencer, o que houve? — perguntou Justin, assustado com meu grito.

— O que está acontecendo? — perguntou Willian.

— O Slender não está aqui. — respondi.

— Não estou surpreso. — disse Justin.

— Não achei que ele iria embora depois de nos ajudar. — digo.

— E agora? O que faremos? Temos que continuar. — perguntou Willian.

— Vou procurá-lo. — respondi.

— Para de maluquice, Spencer! — disse Justin.

— Maluquice? Estou tentando sair daqui desde que cheguei. Estou cansada, quero minha casa, quero minha mãe, não aguento mais! — digo, irritada.

— Se acalma, Spencer! — disse Willian.

— Você acha que não tentei sair daqui também? — perguntou Justin.

— Você quis tanto entrar aqui, seu gosto é duvidoso se realmente quer sair daqui. — respondi.

— Já chega vocês dois! — disse Willian. — Olha, Spencer, sabemos que há uma maneira de sair daqui, certo?

— Sim. — respondi.

— Li uma vez que existe outro portal que leva as pessoas de volta ao seu lugar de origem. — disse Willian.

— Ótimo, mas o problema é encontrar essa saída. — digo.

— Teremos que buscar até encontrarmos. — disse Willian.

— Por que Spencer não pergunta ao Slender onde é a saída? — perguntou Justin.

— Ele não vai dizer, esqueceu? Foi um desafio descobrir se há uma saída aqui. — respondi. — Ele não fala, apenas sinaliza respostas para perguntas objetivas.

— Tudo bem, Spencer. — disse Willian. — Você fez um bom trabalho tentando se comunicar com ele.

Respirei fundo e comecei a caminhar, os meninos me seguiram.


[...]


— Por quanto tempo mais teremos que andar? — perguntei.

— Estou cansado. — disse Justin.

— Willian, não lembra de mais nada? Entre todos nós, você foi o único a ler o arquivo completo sobre o Slender Man. — perguntei.

— Lembro que existe um lugar aqui que é o centro de tudo. — respondeu Willian.

— Um lugar onde se pode saber de tudo o que acontece? — perguntei, confusa.

— Tipo uma bola de cristal? — perguntou Justin.

— Não tenho certeza, não me lembro bem. — respondeu Willian. — Mas basicamente, se danificarmos esse centro, o portal pode se fechar para sempre.

— Ainda não entendi. — digo.

— Não se preocupe, posso explicar melhor depois. — disse Willian.

— É possível comunicar-se com pessoas do mundo real? Este lugar é onde vivemos, mas em outra realidade. — perguntou Justin.

— Sério isso? — perguntei, rindo.

— Sim, por quê não? — respondeu Justin.

— Justin, não estamos em uma série de ficção científica, onde coisas estranhas acontecem. — disse Willian.

— Mas tem que admitir, o que estamos vivendo não é normal. Talvez Justin tenha um ponto, dadas as circunstâncias. — digo.

Willian não gostava que as pessoas fugissem da realidade, e nossas teorias estavam deixando-o irritado com tantas especulações.

— Spencer? — ouço. — Oi, Justin!

— O Slender está ali adiante. — disse Justin.

Finalmente! Depois de tanto caminhar, encontramos ele novamente.

— Não fiquem nervosos. — digo.

— Não prometo nada. — disse Justin.

Sem mais delongas, fui até o Slender Man.

— Slender... — digo, aproximando-me.

— O que está fazendo, doida? — perguntou Justin.

— Justin, cala a boca! — gritei.

Peguei uma das mãos do Slender Man e perguntei se tudo estava bem, esperando por um sinal de resposta.

— Spencer, não se arrisque tanto perto dele. — disse Willian.

— Ele não está aqui à toa. — digo.

— Spencer, solta ele, por favor! — disse Justin.

— Tudo bem. — digo, soltando-o. — E agora, o que você quer que eu faça?

— Só não fique perto dele. — respondeu Willian.

Voltei para onde meus amigos estavam, e o Slender Man começou a caminhar.

— Vamos segui-lo! — digo.

E assim o fizemos.

Quando paramos, estávamos diante daquelas paredes viscosas que eu e Justin tivemos que atravessar.

— O que é isso? — perguntou Willian.

— É aquela parede viscosa que atravessamos, Justin! — respondi.

— Sim, sei. Dessa vez, não custa nada atravessá-la. — disse Justin.

— Sobre o que estão falando? — perguntou Willian.

— Apenas confie em nós, Willian. — digo.

— Podemos descobrir algo desagradável. — disse Justin.

— Justin tem razão. — disse Willian.

— Eu sei que ele não nos traz aqui sem motivo. — digo. — Mas vamos arriscar.

— Então, vamos juntos. — disse Willian.

Contamos até três e atravessamos. E como Justin disse, foi algo desagradável.

— Quem é aquilo? — perguntei.

— É Hudson. — disse Justin, aproximando-se.

— Mas não parece real. — digo.

— Como assim? — perguntou Willian.

— Não sei explicar. Pode ser uma alucinação. — respondi.

— Assim como os outros corpos? — perguntou Justin.

— Não, aqueles eram diferentes, mostravam sinais de desnutrição. — respondi. — Hudson está bem.

— Spencer, isso não faz sentido! — disse Justin.

— Sei que não, mas tenho certeza de que ele está vivo. — digo. — Talvez o Slender Man o trouxe aqui para ensinar uma lição a ele, algo assim.

— Se você tem tanta certeza, tudo bem. — disse Willian. — Deixemos ele aqui e vamos embora.

Concordamos em continuar a caminhada, mas antes pedi ao Slender Man que levasse Hudson de volta para casa.

Slender Man - O Conto [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora