Já que havíamos pulado e reclamado do cheiro ruim antes, o odor só aumentou à medida que descíamos pelo buraco. Finalmente, aterrissamos em algo.
— Eu achei que iríamos cair em algo mais sólido. — disse Justin.
E realmente ele tem razão. Nós dois caímos em cima de algo mole, mas ao mesmo tempo era duro. Eu não sei explicar, e estava escuro.
— É impossível respirar aqui! — disse Justin.
— Também é impossível enxergar. — digo.
— Espere um pouco. — disse Justin.
Justin lembrou que neste lugar havia uns insetos voadores, semelhantes aos vaga-lumes, e que com vários deles por perto, haveria luz suficiente para enxergarmos onde estávamos pisando.
— Parabéns, você pensou em algo! — digo.
— Você é uma palhaça. — resmungou Justin.
Dito e feito. Justin conseguiu atrair os insetos e nós conseguimos enxergar um pouco onde estávamos pisando. E não era coisa boa.
— Meu Deus, Spencer, são cadáveres! — disse Justin.
— Droga! — digo. — Vamos embora daqui!
Nós saímos correndo, mas com um pouco de dificuldade por conta da quantidade de pessoas mortas que havia ali. Enfim, conseguimos.
— Eu quero sair daqui! — gritei.
— Spencer, calma. Nós precisamos encontrar os outros. — disse Justin.
— Nós dois vamos morrer aqui que nem eles. — digo.
— Nós vamos encontrar nossos amigos. — disse Justin.
Eu sei que Justin estava tentando ser positivo para me acalmar, mas não estava funcionando. Nós dois decidimos andar mais um pouco e encontramos um muro.
— É um muro? — perguntei, confusa.
— Parece que sim. — respondeu Justin.
O muro estava revestido com uma lama gosmenta.
Eu coloquei minha mão para ver se havia outro lado e estava certa, aquilo era uma passagem.
— Nós podemos atravessar. — digo.
— Você tem certeza? — perguntou Justin.
— Sim, eu tenho. — digo. — Vamos.
E assim atravessamos a passagem. Era outro lugar, com um riacho e uma ponte para atravessar.
— Pelo menos aqui está mais iluminado. — digo.
— Sim, os vaga-lumes estão mais concentrados por aqui. — disse Justin.
— Vamos passar pela ponte, deve ter algo mais à frente. — digo.
Quando subimos a ponte, percebemos um cheiro ruim pairando no ar.
— É aquele cheiro de novo, Spencer. — disse Justin.
— Deve ser porque há algum corpo ali embaixo. — digo. — Nós precisamos ver.
— Está bem. — disse Justin.
Nós voltamos pelo caminho seguindo o cheiro, até encontrarmos a fonte.
— Aquele cabelo enrolado... É a Clarice! — gritei.
Sem hesitar, corri até onde ela estava, mas pelo estado, já era tarde. Clarice estava magra e aparentemente desidratada.
— Nós chegamos tarde. — digo, com lágrimas nos olhos.
— Eu sinto muito, Spencer. — disse Justin.
— Ele deve tê-la trazido para cá para ela beber água ou sei lá. — digo. — Não quero acreditar que algum monstro traz as crianças para uma realidade paralela só para deixá-las morrer.
— Eu não sei mais o que pensar. — disse Justin. — Ainda podemos ter chances de encontrar William vivo.
— Sim, mas onde ele deve estar? — perguntei.
— Não sei. Vamos ter que procurar até encontrá-lo. — respondeu Justin.
— Estou cansada, este lugar é frio e eu não aguento mais. — digo.
— Força, Spencer, nós vamos conseguir! — disse Justin.
— Será que temos chances de encontrar Amberlly viva também? — perguntei.
— Eu não acredito que sim. Se formos lógicos, ela provavelmente não está mais viva. — respondeu Justin.
— Se Clarice não está... — digo. — Tenho tantas perguntas, sabe? Eu nem acreditava nisso tudo e olha só no que deu. Que lugar é esse, afinal?
— Eu acho que aqui é a casa dele. — disse Justin.
— Bom, se este lugar é a casa, deve haver um lugar para ele se esconder. — digo.
— Pode ser. — disse Justin. — Mas este lugar é muito grande, pode demorar para encontrarmos.
— Nós vamos encontrá-lo antes que nosso tempo acabe. — digo.
Então, Justin e eu continuamos andando. Doeu profundamente deixar Clarice ali, sozinha, mas desta vez não pude fazer nada.
— Você já pensou que o Slender pode ser uma pessoa boa? — perguntei.
— Não, isso é loucura. — disse Justin.
— E se ele for alguém muito solitário e sequestra as crianças para não ficar sozinho? — digo.
— E por que só as crianças? — perguntou Justin.
— Porque as crianças são cheias de energia e transmitem alegria. — respondi.
— De onde você tirou isso? — perguntou Justin.
— Eu não sei. Pensei nisso agora. — respondi. — Precisamos basear em alguma teoria.
— Spencer, não quero cortar seu barato, mas isso não faz sentido. — disse Justin.
— Você é um idiota. — resmunguei. — Willian concordaria.
— Eu duvido. — disse Justin. — Vamos deixar sua nova teoria de lado e pensar em algo melhor.
— Está bem. — bufei.
Naquele momento, eu queria socar Justin, mas me contive. Acho que ele poderia ao menos considerar minha teoria.
Enquanto caminhávamos, no meio de insetos voadores e água por todo lado, Justin avistou um corpo no chão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Slender Man - O Conto [Livro 2]
Kısa HikayeA história continua e desta vez será contada com a Spencer dentro do portal, buscando por uma saída. Coisas inesperadas vão acontecer agora e ela precisará lutar por sua própria sobrevivência e tentar salvar seus amigos antes que o Slender Man ataqu...