Capítulo XII

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{Spencer}

Como não estava conseguindo encontrar o feitiço no livro, pedi para Willian procurar.

— Meu Deus, que demora! — reclamei, impaciente.

— A página com o feitiço não está aqui. — disse Willian. — Não consigo encontrá-la.

— Ah, era só o que faltava! Como uma página some assim? Quando foi a última vez que você encostou nesse livro?

— Foi quando estávamos na casa da Emily. Você saiu e ela pediu para ver o livro. — explicou Willian.

— E você não viu ela rasgar uma página? — perguntei, frustrada.

— Não vi! Você me chamou e ela ficou sozinha na varanda. — respondeu Willian.

— Aquela garota pegou a página! — exclamei, irritada.

— Por que ela faria isso? — perguntou Willian.

— Eu não sei! — gritei, frustrada.

— Tem que ter uma explicação! — disse Willian.

— Deve ser porque ela é uma... Eu vou ter uma conversinha séria com ela! — disse, furiosa.

— Spencer, calma! — pediu Willian. — Eu posso resolver isso.

— E como você vai resolver? — perguntei, desconfiada. — Por algum motivo, ela não quer que ajudemos o Slender Man.

— Vou até lá falar com a Emily. — respondeu Willian. — Mas não sei como vou voltar para o mundo real depois.

— A resposta está bem atrás de mim. — murmurei.

— Acha que aquele monstro vai me levar de volta? — Willian ironizou.

— Acredito que sim. — respondi. — Vou tentar falar com ele.

Respirei fundo, virei-me e fui até o Slender Man, estendendo minha mão para ele.

— Olha, preciso sair daqui com o Willian. Emily pegou a página do feitiço que usaríamos para te libertar. — expliquei, tentando ser clara.

Dessa vez, o Slender Man não reagiu.

— Você não precisa ir, Spencer. — disse Willian. — Você está com raiva e pode acabar agredindo a Emily.

— Está bem. Slender Man, Théo, quem quer que você seja, por favor, deixe meu amigo sair. — pedi.

O Slender Man fez alguns movimentos estranhos e um buraco negro se formou.

— Acho que essa é a passagem. Boa sorte, Willian. — disse, desejando o melhor para ele.

— Vejo vocês em breve. — disse Willian, atravessando a passagem.

Agora eu estava sozinha com aquela criatura.

— Seria muito mais fácil se você tivesse boca para conversar. — comentei, tentando manter o humor.

Ele segurou minha mão com um único movimento.

— Parece que vamos dar um passeio. — disse, seguindo-o.


[...]


Caminhamos por um longo tempo naquele lugar estranho. Parecia que estávamos andando em círculos, com tudo parecendo igual: árvores mortas, vaga-lumes como única fonte de luz, poças d'água e um cheiro nauseante.

— Não vou andar mais! — declarei, cruzando os braços.

Isso foi uma péssima ideia, Spencer.

Ele ficou visivelmente irritado com minha atitude. Logo, fui envolvida por seus tentáculos.


{Willian}

Levantei-me do chão e fui até a casa de Emily. Ela estava na varanda quando cheguei.

— Olá, Willian! — cumprimentou Emily.

— Onde está a página, Emily? — perguntei direto.

— Não sei do que está falando. — respondeu, nervosa.

— Claro que sabe! Por que fez isso? — gritei, frustrado.

— Olha, posso explicar. — disse Emily, tentando se justificar.

— Então é melhor começar a falar. — respondi, sério.

— Não queria que ele voltasse à forma humana. Quero que ele pague pelo que me fez naquele lugar. — confessou Emily.

— Você está brincando, né? O garoto por trás daquela maldição não tem culpa. Coloque-se no lugar dele. — argumentei.

— Eu sei que errei ao pegar a página. Me desculpe. — disse Emily, arrependida.

— Devolva a página para mim. — ordenei.

— Aqui está. — Emily entregou, tirando a folha do bolso.

— Obrigado. Vou dar notícias em breve. — prometi, saindo apressado.


{Spencer}

Abri os olhos e tudo estava escuro.

— Ótimo, fiquei cega. — murmurei, tentando me orientar.

Mesmo sem enxergar, comecei a caminhar e, por sorte, não esbarrei em nada. Meu braço doía e, ao tocá-lo, senti algo úmido que deveria ser sangue.

— Tem alguém aí? — gritei, esperando alguma resposta.

Continuei caminhando sem rumo e pisei em algo que me fez cair. A sensação era de estar flutuando.


{Willian}

Voltei para a floresta e a passagem ainda estava aberta.

— Olá! Voltei! — anunciei, tentando ser positivo.

O Slender Man me recebeu como antes, mas estava sem Spencer.

— Onde está Spencer? — perguntei, preocupado.

É claro que esse idiota de terno e gravata levou a Spencer.

Slender Man - O Conto [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora