Capítulo 04

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Ei, se você puder, deixa aquele comentáriozinho maroto para eu saber o que está achando, pode ser? Isso me faz ficar animada para escrever. Que tal se a gente tentasse um capítulo por dia? Ou um dia sim e outro não? Será que dá?

Um beijão e até o próximo!

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"Hakuna matata, é lindo dizer
Hakuna matata! Sim, vai entender!
Os seus problemas, você deve esquecer
Isso é viver, é aprender
Hakuna matata!"
- Hakuna Matata, O Rei Leão.

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BETO

Alguns minutos antes do final do capítulo anterior...

— De nada pela carona. — eu disse para a Tatiana assim que parei o carro na porta da casa dos nossos avós. — O seu uber deu... — chequei o painel de horário. — Dezesseis reais e trinta e dois centavos.

— Ficou doido, é? — ela riu. — Deus te pague, porque euzinha aqui não vou pagar.

— Ah, pois é. Por falar em pagamento, me passa a sua conta. — pedi e ela fechou a expressão numa carranca.

— Eu já disse que não quero o seu dinheiro, primo. Estou me virando bem, se precisar de qualquer coisa eu juro que te falo.

— Jura nada.

— Eu prometo que sim. — ela me garantiu. — Mas só se você também me prometer uma coisa.

— Hum... — murmurei. — Que coisa?

— Que você vai parar de se esconder de nós quando estiver chateado. Somos sua família, Beto. Somos imperfeitos? Com toda a certeza, mas nós nos importamos com você e sentimos a sua falta. Você tem se distanciado muito e isso me preocupa.

— Não precisa se preocupar comigo, Tita. — lhe chamei pelo apelido que só eu costumava usar, que era Tati ao contrário.

— Preciso sim. Afinal, quem é que vai ficar no seu pé e ir te buscar na porta da sua casa durante esse um ano que eu estiver fora?

— Se está tentando dizer que vai sentir a minha falta, saiba que eu também vou sentir a sua. Exceto pela parte das dezessete ligações. — brinquei e a Tati sorriu.

— Estou tentando dizer isso também, mas tem mais. Beto, por favor, escuta com muita atenção o que eu vou te falar, tá?

Eu me ajeitei e esperei por uma frase de efeito, talvez até mesmo um provérbio chinês, mas então...

— Hakuna Matata... Você sabe o que significa?

— É uma pergunta retórica? Ou não?

— Significa "sem problemas", ou "não se preocupe". Tudo bem?

— Tudo bem. — assenti. — Mas posso saber o porquê disso?

— No fundo você já sabe, Beto. — ela disse e levou a mão até a maçaneta do carro, enquanto eu fingia que entendia. — Você volta mais tarde?

— Estarei aqui. — lhe assegurei, ainda bem pouco feliz com a ideia.

— Até mais então. — a Tati sorriu e saltou para o lado de fora.

Abri o porta-luvas para checar se tinha levado a minha carteira, pois precisava abastecer, e acabei me distraindo por um segundo. Quando ergui os olhos, foi como se eu previsse a cena em câmera lenta: a Tati se virou na minha direção, dando-me mais um tchau, e tentou me dizer alguma coisa, algo como "se você não vier, eu te busco". Nesse mesmo instante, um rapaz descia a rampa da casa dos nossos avós totalmente molhado. Quando dei por mim, já era. Mal tive tempo de avisar.

Um Acordo Imperfeito | Completo na AmazonOnde histórias criam vida. Descubra agora