Emily's POV
O Sr. Sanders se retira na mesma hora em que eu falo enquanto o outro ruivo continua ali, me olhando fixamente. Harry parece furioso, não sei se por que o desobedeci ou por que pedi demissão.
- O senhor pode nos dar licença, por favor? - Ele fala para o ruivo, que faz um leve protesto antes de sair. - Você está pedindo demissão por que derramou um café no Sr. Sanders? - Seu tom debochado me irrita. Não é como se ele soubesse realmente o que acontece na empresa pelas costas dele, ou o que acontece comigo.
- Eu sei que não preciso dar explicações.
- E nem eu quero ouvir. Espero que saiba que precisa cumprir o aviso prévio de um mês. - No meu íntimo, estou revirando os olhos. - E, por favor, hoje temos uma festa para ir. De madrugada, estaremos voltando para Nova York.
***
Quando a noite chega, estou mais recomposta e menos sensível. Até fui na piscina a tarde, onde encontrei Harry e fiz menção de devolver o celular, o que não deu muito certo.
Nesse meio tempo, também descobri que o Zayn estava no mesmo hotel, embora eu não soubesse o motivo, e pude desabafar um pouco com ele sobre as coisas que vinham acontecendo, os comentários das outras funcionárias como se eu fosse inferior, o tratamento de Harry comigo, o fato dele ter me beijado e o medo da minha mãe ter algum problema de saúde enquanto eu estivesse fora. Ele parecia meio distante, mas me ouviu atentamente, até arriscou algum conselho.
Contei a ele da minha demissão e dos meus próximos planos e acho que nunca tive alguém que me apoiasse tanto numa ideia tão repentina: ele ofereceu ajuda e isso me fez lembrar de todos os pensamentos que tive no banheiro bem equipado daquela construção enorme. Eu tinha que agradecer pelas coisas que tinha e não podia me esquecer delas em nenhum momento, ou deixar que as coisas ruins apagassem os efeitos do que de bom já havia acontecido comigo. Zayn era uma dessas coisas.
Agora eu estava olhando para o vestido nude que a camareira me mandou.
- Você vai ter mesmo que vestir isso? - Zayn perguntou levantando as sobrancelhas ao olhar para a peça.
- Parece que sim. - Coloco ele no cabideiro ao passo que pego a sandália.
- O Harry é mesmo muito abusado... - Ele divaga e eu sento do seu lado.
- Eu pensei que vocês dois fossem colegas de profissão ou algo assim.
- É, mais ou menos, temos objetivos diferentes. - Zayn afirma com convicção e se levanta. - Mas vai lá se arrumar, qualquer coisa, pode me ligar.
Sou deixada sozinha no quarto e vou me arrumar para a festa. Pensar que teria mais um mês trabalhando naquele meio não era muito animador, embora se pensasse por outro lado da moeda, era necessário: seria o tempo para me organizar e ainda tinha a oportunidade de ganhar algum dinheiro antes de conseguir um novo emprego.
Dar essa notícia para minha mãe poderia ser engraçado ou desesperador, só que no momento eu preferia não pensar nisso.
Em uma hora, eu e o Harry já estávamos na festa e me sentia mais deslocada que nunca. Parecia que todas as moças estavam em burburinhos maldosos. O Sr. Sanders e o ruivo trocavam olhares, e o Harry, a única pessoa que eu conhecia minimamente ali, não parecia dar a mínima.
Passei a noite inteira ouvindo músicas que nunca passaram perto do meu gosto, observando os garçons e constatando que a maioria dos senhores ali estavam acompanhados de mulheres, e não o contrário. Todos ali eram machistas desse jeito?
Observo sair alguma fumaça da cozinha e imagino que o jantar já devia ser servido. Eu não podia estar mais ansiosa para aquilo acabar logo, mas o que acontece não é bem isso.
De repente os garçons e cozinheiros saem gritando da cozinha e antes que qualquer um ali possa assimilar um barulho estrondante soa e tudo parece começar a pegar fogo.
Sou jogada para trás, em direção a cristaleira com vinhos. Minha mão treme, estou cheia de feridas abertas e não consigo entender o que está acontecendo. Tento me arrastar no meio da confusão de gritos e correria por que não consigo levantar.
Minha cabeça dói e eu paro de conseguir mexer. A fumaça me faz tossir e o fogo parece cada vez mais se alastrar pela sala. Alguns estão caídos, outros tentando sair enquanto eu permaneço parada. A dor de cabeça é latente demais, parece que meu cérebro está sendo apertado, chutado ou... não sei.
Uma garotinha está a poucos passos de mim, chorando e tossindo. Quando me vê, corre até mim e eu tento falar algo ou me mexer, embora simplesmente não consiga reagir. A menina me abraça com força e o único movimento que consigo fazer é a proteger com o meu corpo. Alguns poucos segundos depois, ouço um barulho de algo quebrando e não vejo mais nada.
×-----×
Hope you like it :)
Sei que ainda preciso melhorar muuuito minha escrita, mas espero que estejam gostando da fanfic :3
O capítulo foi bem bomba, quase literalmente (entenderam a piadinha sem graça? Ahsushaushwu)
→ Vocês acham os capítulos pequenos?
Se gostaram, deixem o votinho e o comentário de vocês que é muito importante pra mim ^^
Love you all ♡
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Somewhere 》Styles
Fiksi PenggemarA vida tem dessas coisas que todo mundo fala: ansiedade, inquietação, angústia, egoísmo, mas nada é mais supervalorizado do que a felicidade, o amor e a tristeza. Se são todos sentimentos, por que esses três seriam constantes? Talvez nosso ma...