Promessa quebrada?

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Capítulo 44

Christopher narrando

Vi meu pai sair do seu antigo escritório, quando era empresário, batendo a porta com uma força desnecessária. Seu rosto estava coberto por lagrimas. Será que aconteceu algo grave?

— O que aconteceu? Cadê a Dulce? — indaguei.

— Deve está chorando — Victor respondeu simples dando de ombros.

Nem quando estava chorando havia um pouco de sentimentos _ ironizei para os meus pensamentos.

—O que você fez com a Dulce? — indaguei fechando meus olhos com força. 

Senti a raiva me possuindo.

— O que eu fiz com ela? Pelo amor, Christopher — O Uckermann bufou —aquela piranha é uma mentirosa. Ela estava inventando mentiras.

Cerrei meus punhos. Ele chamou Dulce Maria Saviñon, a minha pequena, de piranha? É isso mesmo? Olhei de novo para ele e somente via sua boca se mover. Não saia nenhum som, não para mim, não naquele momento. 

—... Por isso tome cuidado, Christopher Uckermann, para não engravidar aquela biscate, porque vai se arrepender, eu sei que vai, eu sei o que estou dizendo.

— O que? — essas foram às únicas palavras que consegui formular.

A minha raiva não deixava minha mente formular qualquer outro tipo de palavra.

— Eu disse para que você tome cuidado para não engravidar aquela piranha. — ele repetiu mais uma vez.

Ele, aquele homem que já me disseram que era meu pai.

Ele a chamou de piranha e de biscate? Quando percebi estava sendo segurado por Alfonso e Christian.

— A Dulce não é nenhuma piranha. Ela é minha namorada — gritei tentando desvencilhar do aperto de Christian e Poncho no meu braço.

—Calma ai cara — sussurrou Alfonso numa voz amedrontada.

—Namorada Uckermann? Está se ouvindo? Está ouvindo que está defendendo uma qualquer e que está gritando comigo? — Victor indagou bufando irritado — Solte-o, rapazes. Quero que ele venha bater no próprio pai dele.

PAI! Ele nunca tinha dito essa palavra!

Alfonso e Christian afrouxaram o aperto dos meus braços, recebendo ao mesmo tempo um olhar assustador de Victor Uckermann. Porém esse olhar não me assustava.

Sustentei seu olhar.

— Uma qualquer? Ela é minha namorada — falei. Uma parte de mim concordava comigo. Concordava que Dulce era a minha "namorada". Mas a outra parte me recriminava...

— Eu a amo — disse fechando meus olhos. No mesmo instante senti meus músculos relaxar... Era sempre assim... Sempre acontecia a mesma coisa quando pensava na minha pequena.

— Ama? — Victor interrompeu meus maravilhosos pensamentos com aquela risada sarcástica. — Você pensa que a ama, filho, até que ela te traia — ele olhou diretamente para a minha mãe — elas não te amam, filho. Elas te iludem, te usam, enganam, metem e depois te descartam... Todas são assim — Me olhou e nos seus olhos havia brilhos, mas não de felicidade, e sim de... Dor?

Será que ele estava se referindo a mamãe?

Ouvi Manu abrir o berreiro. Nesse instante ouvi o barulho do carro de Victor arrancando do lado de fora.

— Ele não me deu o abraço — Minha pirralinha soluçou. — n-Não d-deu.

Fui até a Manuela que estava sendo abraçada pela minha mãe, e a abracei. A minha pirralhinha, que eu tanto amava e amo.

A Culpa é da Promessa - Comédia Romântica | Tema: VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora