0.1 | honra? não com eles

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Verão, 2024

Os dias são imensidões de segundos, transcorrendo contra a luz, se encontrando com a lua. Se encontra na escuridão um brilho, bilhões de pontos escavando o céu negro, tempestuoso. Será possível enxergar quando nossas vistas estão comprometidas com a mentira e intrigadas a contornar a verdade? Seremos heróis ou vilões? Existe um meio-termo? Anti-heróis de um conto terrível, uma tragédia onde somos os protagonistas. Entretanto, distantes da bondade dos mocinhos e mocinhas. Anjos, toda via, caídos. No fundo, o poço, há uma porta para despencar ainda mais? Limites são impostos ou criados? Exercer a linha do aceitável proferido comum entre a comunidade dita o valor de nossa alma?

Para cada pergunta sem resposta, outra nova questão duvidosa.

O verão carrega o calor, a ardência, o estado febril, tanto de Lauren quando de Camila. É a garota de pele bronzeada quem soa, expressa cansaço por cima do corpo da morena de pele acetinada, conduz vermelhidão de sobra na pele, sua face, seus braços despidos, finos, sua barriga chapada, nas coxas grossas. Tudo nela exala características voluptuosas. Poderiam continuar lá, na cama, noite adentro, caso o cansaço sofrido não tivesse lhe atingido em uma explosão prazerosa do contato íntimo, carnal.

Camila levanta, desfazendo a penetração, e fora o ambiente é frio. Lauren intenta reclamar do gesto, mas a lamentação não combina com ela. Não mais. Ela liberta lufadas de ar para reencontrar o equilíbrio na respiração, ao mesmo tempo, assiste sua colega de turma relaxar a cabeça no travesseiro, tranquilamente, de olhos fechados e nem por um milésimo de segundo pondera a nudez.

Para Lauren, é insuportável a ideia de tirar sua atenção dela, seu colo bronzeado, onde até agora pouco abraçava, apertava, beijava, mordiscava, executava o vai e vem incontrolável.

— Se permanecer me encarando assim, irei refletir o fato de descansar em sua cama depois do sexo.

— Não vale seus pensamentos valiosos. Tome fôlego, não há de ter presa. Aqueles idiotas podem esperar chegarmos.

— Os idiotas, nossos amigos, devem estar se divertindo bem mais sem nossa ilustre e estorva presença.

— Bom, nos divertimos aqui, eles, lá.

Lauren prefere descer da cama porque tem outras necessidades, isto é, acender um cigarro e permitir a nicotina impregnar nos seus pulmões cansados. Para levantar, ela se cobre com o lençol azul titânio procura por sua cueca perdida na bagunça na qual transformaram o ambiente, se veste, pelo menos na parte de baixo e permite o pano deslizar por suas pernas. Tenta não corar na frente de Camila por tamanha exposição.

O maço está no fim. Ela segura um entre a ponto dos dedos, com a mão canhota busco o fósforo e acende o objeto cancerígeno. A jovem atriz odeia o cheiro de pós-fumo, caminha para a varanda e abre as janelas, e devido às rajadas de vento no alto da montanha, se contento em assoprar a fumaça para fora om os pés fincados no quarto.

Um, dois, três tragos em sequência.

— Esquecemos a camisinha.

— Estou tomando remédios. — Não é o suficiente para mim, Camila sabe. — Amanhã compro uma pílula para te aliviar. Envio até foto.

— Paramos no caminho, pego uma pra você.

Camila imita o revirar de olhos.

— Se te conforta.

A pequena Van Der Woodsen, na cama, respira a fumaça espirrada para dentro do ambiente, isso a obriga levantar de imediato, vestir a camiseta branca, lisa, sem estampas, dançando em seus joelhos na qual Lauren usava antes de ser arrancada por ela mesma e segue ao banheiro da suíte.

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