Alto. Olhos azuis. Dezenas de tatuagens espalhadas pelo corpo. Cabelo loiro em um corte militar.
Ual, se a Nina tivesse ali ela diria algo vulgar a altura da beleza dele.
– O que você quer? – indagou um pouco ríspido.
Quesito beleza, 11. Quesito simpatia, 0.
– Eu sou Stella Timberg – ajeitei minha bolsa no meu ombro e estiquei um mão. – Sou a professora de Nate.
Ele ergueu a sobrancelha ainda sem entender que diabos eu estava fazendo ali. Quando eu achei que ficaria com uma tendinite de ficar tanto tempo com a mão estendida ele ergueu a sua e apertou a minha.
– Eric Simon, eu sou pai dele. Tem alguma coisa errada? – franziu a testa e encostou no batente da porta.
– Hum… Não sei. Ele não foi essa semana, fiquei preocupada. Disseram que ele estava gripado, só queria visita-lo.Desencostou da porta, me encarou novamente por alguns segundos. Ele estava desconfortável, será que falei algo errado?
– Ele está bem já – ele limpou a garganta com um pigarro. – Acho que vou ter que ir visitar meus pais, então eu… – olhou para trás e depois voltou a me olhar –, quer dizer, quando voltarmos ele voltará ir para escola. Não se preocupe.
– Quando tempo irão ficar longe? – não perguntei porque sou uma enxerida, só queria saber quando tempo ele ficaria ausente da escola.
– Não sei – respondeu, seco.
– Posso vê-lo? Prometo que não vou demorar, só queria falar com ele mesmo, vai ser rápido.Eric me encarou por alguns segundos parecendo pensar no meu pedido. Deu tempo dele pesar os prós e os contras, ele estava agindo de forma estranha, como se tivesse com medo de eu descobrir algo. Eu e minhas esquisitices de sempre ter essas intuições.
– Acho que não tem problema. Espera um minuto – assenti e ele colocou a cabeça para dentro do apartamento. – Nate, tem visita para você.
Ele não ia bem me convidar para entrar? Nossa! Educação tem nada a ver com grana.
– Tia “tella” – Nate gritou e abriu um sorriso enorme assim que me viu.
– Oi campeão – sorri e me abaixei para ficar da sua altura. – Sentimos sua falta.
– Papai disse que preciso comprar um… – antes que ele terminasse de falar uma mão surgiu na boca dele.
– Filho, não a incomode com essas coisas. Ela só veio ver você – Eric disse, um pouco sem graça. Acho que “um pouco” seria eufemismo, ele chegava a estar um pouco vermelho.
– Eu não me incomodo.
– Vem, “quelo” te “mosta” o Batman – Nate deu uns pulinhos animado.
– A Srta. Timberg está com pressa, Nate.Levantei e encarei o tal do Eric. Era óbvio que ele queria que eu sumisse dali o mais rápido possível. O que será que ele estava com medo que eu descobrisse? Será que ele batia em Nate? Ou vendia drogas e as mantinha em casa? Ou armas? Não importa o que fosse, ele não ia se livrar tão fácil de mim.
– Na verdade, estou com tempo – dei um sorriso angelical.
Seus lábios se abriram em sorriso muito forçado e por fim ele assentiu. Abriu mais a porta permitindo a minha entrada, tenho leve impressão que pude ouvi-lo murmurar um “merda".
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Sol que faltava
RomanceEric faz seu melhor para que Nate, seu filho, tenha uma vida decente. Quando sua namorada estava entre a vida e a morte, ela o fez prometer que jamais, sobe hipótese alguma, ele abandonasse o filho. Ele cumpriu. Mas as coisas começam a ficar difícei...