Stella
Era sábado a noite, tudo que eu queria era deitar na sacada e ler um livro ou simplesmente pedir uma pizza e ver filmes no Netflix até dormir, mas parece que minha melhor amiga não estava disposta a me deixar ter meu programa tedioso que pra mim era a coisa que eu mais desejava no momento. Sossego. Eu só queria sossego. Tudo que não tinha em uma balada.
– Aquele seu vestido preto, ele te deixa tão sexy – Nina havia depositado todas minhas roupas em cima da cama. – Você poderia colocar com aqueles seus sapatos vermelho puta, nossa, você com certeza vai arrumar alguém.
– Eu não quero ninguém – revirei os olhos e ajeitei meu óculos com o dedo indicador, subindo-o.
– Você pode não querer porque você não sabe como é bom. Sexo, você precisa de sexo. Sem compromisso. Só sexo, sem emoções. Sem risco de você entrar em uma relacionamento por seis anos, ficar noiva e duas semanas antes do seu casamento pegar seu noivo dando a bunda – ela arregalou os olhos e suspirou. – Ok, eu falei demais. Mas você precisar arrumar um jeito de superar isso e voltar a viver. Duvido que aquele cara tenha te dado um orgasmo decente.
– O Tyler está superado, Nina – fui sincera. – Eu não o amava. Fiquei chocada e decepcionada por ele ter me enganado. Já conversamos sobre isso, ele não é o motivo por eu querer ficar em casa hoje – a encarei, para que ela acreditasse em mim e me deixasse em paz. – Vá, se divirta, arrume alguém para te fazer gritar feito uma vadia no cio. Eu vou ficar bem.
– Você é um porre, eu realmente vou. Eu vou espalhar cartazes pela cidade atrás de uma melhor amiga que saía comigo e beba até a gente não lembrar nossos nomes – ela poderia ser uma atriz, seu drama era quase um dom.
– Não seja dramática. Eu prometo que sábado que vem sou toda sua, eu deixo até você escolher minha roupa e me maquiar. Vamos sair, beber até tirar a calcinha em cima de um balcão.Isso pareceu iluminar seu rosto um pouco. Ela fez uma careta e saiu do meu quarto pisando firme com seus saltos agulhas e eu soltei um suspiro de alívio. Eu teria a noite toda para mim, uma noite de paz. Eu amava minha amiga, mas as vezes ela era demais para se aguentar, um descanso caía bem.
***
Meu celular tocou quando o dia estava prestes a amanhecer, quando terminei de ouvir a pessoa do outro lado da linha, só tive tempo de me enfiar dentro de um conjunto de moletom e sair que nem uma louca. Me lembrei no caminho que nem penteei o cabelo. Eu deveria estar parecendo algo saído de um filme de terror.
– Não grita comigo. Eu te amo, você é minha irmã – Nina murmurou baixo, assim que abriu os olhos e me viu furiosa.
– Não venha com esse papo de merda
– apertei meus olhos e apoiei minhas mãos nos meus quadris. – O que você pensa que estava fazendo? Que merda, Nina! Você quase entrou em coma alcoólico.
– Eu sei. Eu sei – grunhiu. – Só um pouco de glicose e eu vou ficar bem. O médico disse.
– Eu deveria matar você.Ela bateu seus cílios me lançando uma olhar angelical, mas minha raiva ainda estava presente. Como ela pode ser tão irresponsável? Nina às vezes me tirava do sério, ela parecia uma criança e eu a sua mãe. Só que mãe de verdade vem com um dose extra de paciência. Bom, eu não. A minha deve ter se diluído com a placenta.
– Quanto tempo ainda preciso ficar aqui? – resmungou, se ajeitando na maca.
– Você está horrível – realmente ela estava. Sua maquiagem estava borrada, seu rímel desceu em volta do seus olhos lhe dando uma aparência de um panda, só que sem a fofura que os pandas têm.
– Você também está péssima – me mostrou a língua em uma atitude nada madura me fazendo revirar os olhos entediada.
– Bom dia, meninas – ouvi uma voz masculina, me desencostei da maca que a Nina se encontrava e olhei para trás.
– Acho que estou bem por aqui – sussurrou, olhando para médico de cima á baixo.Ele realmente era bonito. Alto, olhos castanhos claros. Aquele jaleco dava um “quê” a mais. Posso ter certeza que ele era fetiche de muitas mulheres. Sabe, uniformes as vezes são sexys. Céus, eu estava parecendo a Nina.
– Ela já está liberada? – cruzei meus braços e o encarei.
– Sua amiga chegou perto de um coma alcoólico – explicou e virou-se para Nina. – Diversão é ótimo. Mas tudo apreciado com moderação é melhor.
– Sim, eu concordo. O Dr. tem algum remédio que coloca juízo em uma cabeça vazia?O médico riu e mostrou seus lindos dentes brancos. Caramba, ele era realmente bonito.
– Vou ficar te devendo essa – sorriu novamente e começou escrever algo em sua prancheta. – Aqui está sua liberação.
– Oh, graças a Deus! – Nina se levantou, mas fez uma careta quando sentiu a intravenosa em seu braço.
– Vou tirar isso de você.Ele se aproximou e tirou a agulha de seu braço. Agradeci a ele e depois fomos embora. Eu estava irritada.
– Ele gostou de você – Nina disse entrando no carro. – Você se sentiu atraída por ele. Nem lembro a última vez que você se sentiu atraída por alguém.
Rolei meus olhos. Eu fazia isso com frequência perto dela.
– Eu vou fingir que não estou te ouvindo – enfiei a chave na ignição e dei partida.
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Sol que faltava
RomansaEric faz seu melhor para que Nate, seu filho, tenha uma vida decente. Quando sua namorada estava entre a vida e a morte, ela o fez prometer que jamais, sobe hipótese alguma, ele abandonasse o filho. Ele cumpriu. Mas as coisas começam a ficar difícei...