Mentira? parte 2- capitulo 36

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Estou olhando para Roberto que encara fixamente João, como se esperasse que a qualquer momento ele dissesse que aquilo era uma brincadeira e começasse a rir, e devo dizer eu também queria que isso acontecesse. Na verdade eu desejo fervorosamente que isso aconteça.

-Você está brincando, não é?- Roberto fala depois de alguns segundos de silêncio.

-Bem que eu queria meu amigo. Ela me disse com todas as letras que esta grávida e a culpa é sua,e que agora você tem a obrigação de ajudá-la.

- Ela só pode estar inventando isso, lógico. Depois que soube que eu sim estou grávida. Senão porque ela diria tudo aquilo? Sobre odiar ter filhos e que tinha sorte por não ser ela a estar grávida. Até fez cara de nojo para minha barriga e agora vem com essa historia de gravidez? Se ela realmente estivesse ela teria jogado essa noticia na minha cara, com toda certeza, não faz sentido.

-Ela pode ter dito essas coisas por despeito, oras. Por raiva, apenas para fazer com que vocês briguem, são muitas as hipóteses do porque ela poderia falar isso - João responde. - Uma pessoa despeitada fala muitas coisas apenas para se sair melhor que a outra, principalmente uma mulher que foi trocada, como é que parece ser o caso.

- Primeiro, - disse erguendo o dedo em riste para João- que eu não fui o pivô de uma troca. Segundo, eles nem mesmo tiveram nada alem de uma relação de amizade, tirando uma única vez que eles ficaram juntos. Não é mesmo Roberto? - me dirigindo a Roberto e sorrir a espera de uma confirmação, tinha convicção disso - Então, é lógico que não teria como você ter obrigações com ela, mesmo que ela estivesse grávida, o que é de se duvidar.- continuei sorrindo certa de que eu havia acabado de esclarecer tudo e olhei para Roberto que me olhava serio e sem nem um misero vestígio de humor.

Meu sorriso começou a esmorecer nos lábios até se apagar totalmente.

-O quê? Vai me dizer que aquela não foi a única vez?

- Eu, é...

-Com licença, preciso ir ver como andam as, é....- João se enrolou-se ao tentar achar a desculpa e nos deixar a sós, percebendo a situação complicada em que estávamos. - Ah,é vou ali. - e saiu fechando a porta.

-Me diz que não tem como esse filho ser seu.
-Não tem.- quase soltei um suspiro de alivio, no entanto logo ele continuou.

- Eu acho que não. -não parecia ter tanta certeza agora. - Não tem, - disse com convicção- porque todas as vezes que estive com ela eu usei proteção.
Não era bem isso que eu esperava ouvir, isso quer dizer que eles...

Ah meu deus, eles ficaram juntos mais de uma vez. Sera que eu fui traída? Eu quero ser direta e perguntar se sou corna, mas o medo da resposta me desarma.

-Como assim? Mas você disse que foi uma única vez. Você disse que só ficou com ela aquela única vez depois eu fui embora.
- Não eu disse que foi a única vez com mais alguém junto. Daquele jeito foi uma única vez, porém a gente... Ann,- disse procurando achar a palavra que se encaixasse melhor na descrição do que eles faziam. - A gente ficava às vezes, quando batia a carência ou quando dava vontade, nós apenas ficávamos sem compromisso

- Ta ok. Já entendi. Não precisa dizer mais nada. - ergui a mão pedindo que ele parasse, pois me doeu ouvir aquilo.

Isso quer dizer que há chance de eu ter sido traída.

- Mas sempre ficou bem explícito que era apenas sexo. Eu te disse em uma das nossas conversas que ela e eu tínhamos tentado ficar juntos, só que não tinha dado certo, lembra? Nunca consegui te esquecer, e ela sempre soube disso.

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