Roberto

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Estava com o pensamento longe, dirigindo quase que automaticamente por essas estradas que conheço tão bem quanto as palmas de minhas mãos.

Onde estavam meus pensamentos? Adivinha .

Como sempre em Laura.

Me lembro como se fosse ontem de quando Laura e eu nos conhecemos .

Eu tinha acabado de me mudar depois de perder minha mãe e ter recém descoberto quem era meu pai .

Eu era um adolescente revoltado porque minha mãe nunca querer me dizer quem era meu pai, ela não queria me contar quem ele era por medo de me perder .

Minha mãe sempre me deu tudo de bom que podia, mesmo com todas as dificuldades de uma mãe solteira, ela tinha um emprego bom e uma certa estabilidade financeira.

Não pôde mais esconder esse segredo, quando aos meus 16 anos e já tendo repetido dois anos seguidos na escola ela começou a passar mal e vendo que poderia morrer e me deixar sozinho no mundo, contou quem meu pai era e também escreveu uma carta a ele.

Não demorou muito para ele aparecer .

Ele não sabia de minha existência, porque quando minha mãe descobriu que estava grávida, acabou fugindo e se escondendo por causa de mentiras .

Quando meu pai, que finalmente descobri se chamar Ângelo Rangel, chegou não duvidou por nem um momento de que eu pudesse ser seu filho, mas mesmo assim, minha mãe insistiu no teste de paternidade para que não houvesse nem uma dúvida sequer a esse respeito. Assim que foi comprovada a paternidade mudei meu sobrenome .

Pouco tempo depois disso minha mãe infelizmente não resistiu ao tratamento contra um câncer no fígado e faleceu, logo após fui morar com meu pai.

Eu estava mergulhado numa tristeza tão profunda que não tinha vontade de fazer nada nem ver ninguém , mas mesmo assim contra a minha vontade meu pai fez questão de me matricular logo na escola , pra que eu não perdesse mais nem um ano escolar o que foi a melhor coisa que me aconteceu.

Assim que passei pela porta da escola e virei um corredor procurando minha sala e conheci Laura num encontrão . Derrubei o meu material e o dela, mesmo assim ela me pediu desculpas e de cara fiquei amarrado na doçura dela, nos seus olhos castanhos claros esverdeados brilhantes e vívidos e seus cabelos castanhos castanhos claros, quase ruivos amarrados num rabo de cavalo, até mesmo seu aparelho dental era um charme.

Me encantei assim, logo de cara.

Ela era diferente das outras meninas que se preocupavam tanto com suas aparências, ela me encantava com a doçura e mesmo o seu jeito acanhado , mais cheiinha que a maioria , não chegava a ser gorda apenas mais curvilínea.

Mas a turma lá da escola sempre zoavam com ela, era por pirraça mesmo, já que havia gente até mais gordinha que ela. Mas sempre pegavam no pé dela , principalmente a Grace , que logo começou a ficar grudada em mim, fazendo com Laura não me quisesse por perto.Mesmo contra a vontade dela eu ficava e a protegia como podia.

Eu tinha outras amizades, mas a que mais me importava era Laura.

Mesmo com muitas vezes a galera me zoando, ainda mantinha-me perto dela.

Ela era especial. Não era só amizade, existia algo mais entre a gente, pelo menos de minha parte

Eu achava que ela gostava de mim, afinal eu sabia que era um dos garotos mais bonitos do colégio, sem modéstia alguma, mas eu era mesmo.

Sempre haviam garotas me rodeando, mas sempre arrumava jeito de ter um tempinho com ela.

Até o dia que ela me deu um tapa na cara em frente de praticamente todos os alunos da escola, por causa de um beijo que roubei dela e sumiu, foi embora, não quis falar comigo e nem que eu soubesse para onde ela havia ido
Ainda penso do porque aquilo aconteceu .
Depois de tudo que passamos por nossa amizade, por causa de um simples beijo acabou tudo, sem eu entender nada.

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