Recanto dos Sonhos - capítulo 6

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Dois dias depois....

Estava me preparando para ir atrás do meu pai na plantação, quando vejo a caminhonete de Roberto parar em frente ao portão.

Veio rapido me encontrar com um sorriso lindo naquele rosto safado, me pegando pela cintura, cheio de liberdade como se tivesse todo o direito do mundo de fazê-lo.

Pegou-me de um jeito que me arrepiou toda e me deu um beijo de raspão na minha boca, igual a quando se despediu de mim, eu estava começando a achar que não era tão sem querer que ele fazia aquilo.

E para piorar quando ele chega, eu fico sem ação ao vê-lo. Não deveria deixá-lo se aproximar de mim, quanto mais me abraçar como o fez.

O problema é que quando ele chega, minha cabeça dá pane, eu simplesmente deixo-o fazer o que quiser comigo.

Eu sei exatamente o que devo fazer, apenas meu corpo não me obedece e se entrega por vontade própria, agora mesmo minha vontade é de abraçá-lo de volta e me colar a ele como se não houvesse amanhã e fossemos só ele e eu no mundo, porém mantenho minhas mãos espalmadas em seu peito, num último resquício de lucidez que ainda sobra em mim. O que não é a melhor opção, pois consigo sentir seus músculos firmes por baixo da fina camiseta de malha que veste, seu coração bombeando apressado e como ele está quente,

— "Meu jesusinho, me socorre, se não esqueço tudo o que ele me fez e o agarro". – me obrigo a afastá-lo.

—Bom dia, Laura. Como você está? – pergunta despreocupado.

—Bem, e você Roberto? – consigo dizer com voz firme.

— Estou bem, mas vai ficar melhor ainda depois que eu levar o que vim buscar aqui.

— Meu pai está lá na plantação. Eu estava indo para lá agora mesmo, se quiser te acompanho e você fala com ele.

— Que bom que ele está lá, mas eu não vim buscar nada com ele. O que quero está com você. Vim por sua causa.

—Por mim!

—Sim, um dos meus cavalos está com problemas e você sendo veterinária pode me ajudar, que tal?Vamos então.—disse pegando-me pela mão, puxando em direção a caminhonete, não me dando chance para dizer nada.

Me recuperando de seu ato repentino, estaquei.

—Calma Roberto, eu nem disse que vou. – finalmente puxando minha mão da dele.

—E você vai se recusar a ajudar seu amigo que tanto está precisando de você?

—E eu posso concluir que você é o amigo em questão?

—Ué, lógico.

—Como você é cara de pau, Roberto. Engraçado que você não se lembrou disso quando....

—Roberto! Quanto tempo que você não aparece por aqui, meu rapaz. Esqueceu dos amigos mais pobres, não é?

—Quê isso, seu Joaquim. Não faz tanto tempo assim .

—Mas você poderia vir mais vezes.

—Prometo vir mais vezes. Ainda mais agora que Laura voltou. – e olhou para mim.

—Como assim? Você sempre vem aqui? Porquê?

—Ora desde que você foi embora ele sempre vem para bater um papo sobre a plantação e lógico para saber sobre você.—meu pai respondeu.

Olhei para ele que me pareceu um pouco envergonhado por ter sido delatado por meu pai .

—Ah é? E porque você queria saber de mim?

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