DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos Amâncio

36 - ELA REAGIU - NOVAMENTE

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Eu não poderia estar brava realmente com Jadir, afinal ainda que tenha sido sem intenção, foi devido aos planos dele que me encontrei com Adriel e vivenciei o melhor momento da minha vida, até agora. Por isso mesmo o ajudei a invadir o escritório da gerência... Eu sei, era loucura! Mas, na guerra e no amor...

- Pois é, seu Walter, foi apenas um pequeno acidente...

Estava eu, ainda sentada no chão da ala de ginástica, com o "punho direito e o pescoço dolorido" após a tentativa de dar uma cambalhota ao contrário em um colchonete, falando com o gerente e para uma profusão de pessoas desocupadas.

- Mas, ela desmaiou! Tem certeza que está bem? – Ouvi uma estridente voz da instrutora de ginástica.

- Eu nunca vi alguém desmaiar na sala de ginástica... Ainda mais fazendo cambalhotas – conheci a voz.

Era a minha deixa.

- Eu estou melhor, sério – falei me levantando com ajuda, ainda estava um pouco zonza.

- Não se preocupe doutor – falou se dirigindo ao gerente, enquanto me amparava pelo braço. – Eu a acompanharei até em casa, ela está bem.

O gerente ainda olhou intrigado, mas cedeu sem falar nada. Na verdade, ele não havia dito nada desde que aparecera; tempo este que, pelos meus ainda déficits cálculos, havia girado em torno de 30 a 40 minutos.

- Tem certeza? – Repetia a instrutora em euforia. – Ela ficou bastante tempo desfalecida e...

- Ela não está acostumada, mas está bem. Posso ver pelo olhar dela. - Jadir me fitou zombeteiro.

- Sim, sou um desastre... – Falei amuada, desviando o olhar do brincalhão para fitar o chão.

- Não se preocupem, logo daremos notícia – falou Jadir me puxando pelo braço apressado em se livrar da multidão.

Andávamos compassadamente, mas assim que nos vimos fora do recinto de tortura física apertamos o passo. Reparei que Jadir não sorria mais. O interpelei:

- E então? O que descobriu?

Ele me olhou parecendo nervoso e nada disse. Insisti:

- O que há? A esteira estava ou não com defeitos?

- A perícia deu inconclusiva – respondeu irritado. – Não adiantou nada esse plano maluco. Além do mais você finge muito mal. Aposto que o gerente se tocou da armação.

- O segurei pelo tempo suficiente, seu mau agradecido... – Falei ainda zonza. - E agora você fará o que combinamos.

- Eu sei – falou cabisbaixo enquanto se apressava mais e tomava a dianteira. - Eu tenho de fazê-lo.

Jadir seguia em direção a casa de Natalie e eu... Estaquei por um momento, dei meia volta e decidi ir ao hospital.

***

Quase que mecanicamente fui até o quarto em que Mikaela estava.

Os aparelhos ainda estavam lá e apitavam. Será que ela não podia sentir nada mesmo? Não podia ouvir nada? Não estava pensando em nada?

Os gritos dos equipamentos contrastavam com a falta de vida aparente nela. Era como se eles berrassem sua vida. Sim! Ela ainda estava lá!

Inerte na cama, deitada lateralmente, sentei-me de frente a ela. Ela estava com uma máscara de ventilação e mais pálida do que das outras vezes em que a visitei.

Desde que soube de seu acidente a vi por três vezes. Sempre pensei ter visto ela mover os lábios, franzir a testa, ou mexer as pálpebras, mas ninguém mais parecera perceber. Nem mesmo Emerson que a visitava todos os dias percebia qualquer reação por parte dela.

- E aí amiga? Como você está hoje? – Eu sorria enquanto falava e acariciava seus cabelos. – O alimento não deve ser muito bom.

Eu tentava brincar para tentar aliviar aquela situação. É claro que eu sabia que a alimentação estava vindo por meio de uma sonda.

- Aconteceram tantas coisas nestes últimos dias... – Suspirei ao falar. – Queria que fosse a primeira a saber.

Enquanto eu contava tudo o que acontecia, não sei... Eu há muito que saí de mim. Não consegui conter algumas lágrimas e eu nunca fui muito de chorar. Mesmo o retorno que eu recebia de minha voz parecia desconhecido para meus ouvidos. Eu estava falando de um jeito totalmente diferente... Eu costumava me expressar gesticulando, falando alto e rápido e agora estava tudo ao contrário. Eu não mais me conhecia!

- O que está acontecendo amiga? O que está me acontecendo? – Perguntei. Eu sempre me direcionava diretamente para Mikaela esperando ou imaginando que ela me ouvia, compreendia ou... Levei um sobressalto. Meu coração quase saiu pela boca! Mikaela abriu os olhos!

Rapidamente acionei a enfermagem.

- Mikaela? Mikaela? Você está me ouvindo! – Cutuquei o ombro dela enquanto a chamava.

Milagrosamente alguém surgiu naquele quarto. Geralmente eles demoram muito tempo para se manifestar quando chamamos. Devia ser a emergência do caso.

- O que houve? – Perguntou um jovem enfermeiro.

Olhei para ele e disse:

- Ela abriu os olhos e... – Assim que me virei para fita-la, enquanto a apontava, reparei que as pálpebras estavam cobrindo os olhos novamente. – Eu juro que...

- Tá, eu sei – falou entediado, afinal, não era a primeira vez que eu relatava para eles alguma mudança no estado de minha amiga. – Entenda que ela não está reagindo voluntariamente aos estímulos.

- Eu sei, mas...

Deu-me as costas e se retirou. Voltei para Mikaela:

- Eu sei que você está aí. Sei que está me ouvindo. Somos amigas... Meu dever é te ouvir também.

Sentei na poltrona de frente a ela e esperei... Não desviaria os olhos até notar qualquer alteração significativa. Eu sabia que ela acordaria. Não podia ser algo da minha cabeça e... Eu espero não estar ficando louca.

***

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Fala gente linda! Tudo bem com vocês?? Vim fazer dois pedidos:

1 - Se ainda não me seguem aqui no Wattpad, sigam-me. Eu as vezes coloco informações sobre "Debilitado" em conversas. 

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Não lhes desejarei "feliz ano novo" ainda porque voltarei com mais partes de capítulo. 

É importante vocês estarem atentos a tudo o que acontece na história, porque tudo e todos têm um significado na vida de Adriel e os irmãos - por isso a volta no caso da Mikaela (que possui destaque no conto futurista) e Jadir. 

Muito obrigada por tudo. 

Até já!!! <3