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Senti a apreensão no ar. Algo me dizia que eu deveria me apressar. Apenas ajeitei rapidamente o cabelo e saí. Mal pude ouvir os gritos da minha tia, em minha nuca, questionadores, eu precisava correr e foi o que eu fiz... No entanto...
Cheguei a academia quase que brigando com o vento. Eu estava com uma blusa leve e uma calça legging surradas, mas não me importava e o frio não me amedrontava.
Nem cumprimentei Helena, fui procurar Daniel. Ele não estava no café, nem na sala de musculação – que voltara a funcionar, nem na ala de piscinas, nem na sala de Yoga, Pilates... Onde ele havia se metido? Voltei para Helena e lhe questionei:
- Onde está Daniel? – Naquele momento nem os bons modos me acompanhavam.
Helena olhou para mim com estranheza, decidi me especificar então, afinal, deveria haver muitos com o mesmo nome ali.
- Daniel, o irmão do Adriel, ele marcou de me encontrar aqui. Onde ele está? – Olhei-a de modo suplicante.
Helena aliviou a expressão e me respondeu, sem me fitar mais:
- Ele não está aqui.
- Como assim não está? – Falei quase aos berros. – Eu disse que ele marcou aqui comigo!
- Mas, ele não está – repetiu me fitando e logo voltando para a análise meticulosa da própria unha. – Faz tempo que eles foram embora, faz umas três ou quatro horas e...
Deixei-a falando sozinha e me afastei desorientada. Será que eu havia imaginado aquela ligação? Não, não... Minha tia era testemunha de que Daniel me ligara. Mas, por que ele não estava ali? Será que ainda iria chegar? Não, também não acreditei nessa versão. Segundo a pressa com que me falava, ele deveria já estar ali. Ainda assim, decidi esperar por alguns instantes... 10 minutos, 20, 30, 60, 90 minutos se passaram e nada! Aquilo não era possível. Algo havia acontecido, só podia ser isso.
Ah, e eu daria uma perna inteira para que essa minha suspeita fosse apenas mera imaginação...
***
Todos os dados dos participantes da academia ficavam processados em uma ficha pertencente a um programa no computador que ficava na recepção. Helena não ficaria ali o dia inteiro então, enquanto eu ainda aguardava por qualquer vestígio do irmão de Adriel, não desviei meus sentidos por completo daquela instrutora mal-humorada. Por certo, ela não ficaria ali para sempre e eu tinha que aproveitar qualquer descuido que ela pudesse ter.
Helena levantou e saiu, sem nem me dar atenção, enquanto eu ainda estava ali, sentada na recepção. O ambiente estava mais abarrotado do que nunca, pessoas entravam e saiam o tempo todo, mas nem sempre queriam papear com tão amável pessoa que ali imperava.
Em meio a tantos transeuntes eu me senti segura em me encaminhar firme até a mesa de recepção e visualizar o computador. Para a minha sorte, minha amiga querida deixara a tela desbloqueada, mas, para o meu azar isso só podia significar que ela logo retornaria. Eu precisava ser breve. Havia vários ícones ativos, um deles deveria ser o documento que dava acesso as fichas das pessoas... Logo encontrei o que procurava. Vibrei em meu canto, ainda mantendo os sentidos aguçados quanto a qualquer suspeita e a proximidade de Helena ou outro funcionário. Em meio a tantas pessoas, ninguém reparava em mais uma que analisava um computador por trás de uma mesa de canto...
Uma caixa de diálogo abriu e me revelou: "Nome para busca", eu estava muito perto de conseguir o que eu queria, o problema era... Qual era o nome completo do Adriel? Enfim, digitei apenas o primeiro nome, afinal, não era um nome tão comum e para a minha sorte a busca foi feita. Anotei o que pude pegando uma folha de rascunho e caneta na mesa e saí apressadamente. Meu plano havia dado certo!
Eu já os havia levado em casa, mas estávamos na penumbra – como agora, aliás, e eu estava absorta na conversação, sendo guiada pelos passageiros. Então, anotei o endereço e telefone que estavam na lista.
Já estava me dirigindo para o endereço em questão, de ônibus, quando me deparei com algo alarmante que me fez saltar o coração. Eu havia saído do jeito que estava da casa de minha tia e os óculos estavam incluídos nesse feito. Pois bem, ao conferir minha face por um dos retrovisores laterais do ônibus reparei, somente naquele instante, que meus óculos não estavam mais comigo e só podiam ter ficado em um lugar: na mesa de Helena.
***
Era tarde para voltar e embora o susto inicial eu poderia inventar qualquer desculpa depois, afinal, ainda que os óculos estivessem sob o teclado, nada poderia me incriminar. Eu havia desfeito minha busca antes de sair e deixado o monitor como eu havia encontrado... Agora, eu estava concentrada, precisava saber o que acontecia. O problema era, o ônibus levaria 40 minutos para fazer o percurso pretendido, isso foi o que o motorista me disse e eu estava sem o celular. Na pressa, o esqueci... Se eu o tivesse em mãos, talvez pudesse ter tido conhecimento de muitas coisas das quais eu nem imaginava que estavam acontecendo naquele exato instante.
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Apressei a postagem devido aos vários pedidos. Haverá capítulo ainda essa semana a fim de sabermos o que tanto tem acontecido na vida de Adriel e dos companheiros de Estela, como o Jadir e Mikaela. Fiquemos na torcida para que tudo dê certo e que nossa protagonista consiga encontrar o que tanto almeja. Muito obrigada pessoal!!! <3
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DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos Amâncio
RomansaBASEADO EM FATOS REAIS Trata-se do primeiro livro da "Trilogia dos irmãos Amâncio". Três irmãos compartilham de uma mesma vida devido a uma doença genética, uma distrofia muscular, que debilitará e ceifará a vida de dois deles. Destaque ini...