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Harry

Antes de me conhecer, Lolla costumava a classificar as pessoas bêbadas em três grupos. Eu mudei isso nela, desde a primeira festa em que nós fomos mais um grupo foi adicionado e lá surgiu o meu grupo: as pessoas que não apresentam grandes mudanças de personalidade.

Assim que ela apareceu com o Luke praticamente desmaiado, eu ouvi algo como: Você pode me ajudar? Ele já está no grupo 4.

Embora eu achasse bem estranha essa mania da Lolla de classificar as pessoas em grupos, depois de um tempo eu entendi que esse era o lance dela e mesmo não tendo decorado todos os grupos, - coisa que Luke fez em três segundos - eu fingia saber exatamente quais eram eles apenas para que ela não me achasse um completo idiota. E é perfeitamente normal não querer parecer um idiota na frente dos seus amigos.

Nós nos conhecemos na faculdade. O Luke já a conhecia e admito que foi meio estranho, já que eu conhecia todas as pessoas que ele conhecia. Somos melhores amigos desde que eu consigo me lembrar.

Ele me contou que ela estava presente em nossa vida desde o ensino médio e que eu só não havia reparado nela porque naquela época eu estava interessado em garotas com peitos maiores que os dela. E claro, essa é uma explicação mais do que lógica.

Talvez se ela tivesse tirado a blusa na primeira vez que nós vimos...

Depois de um tempo, ela estava presente em tudo que fazíamos. E eu não estou falando que isso era ruim, eu achava legal ter ela por perto. Lolla entendia de carros, vídeo-games e futebol. Ela não era daquelas garotas que fingia entender o assunto, ela realmente entendia.

Bem diferentes de todas as garotas que eu já conheci.

Lolla não era feia, longe disso, mas também não tinha nada de extremamente atrativo. Para ver a situação, eu nem a havia notado como uma garota de verdade até aquele momento.

E, no momento em que notei, eu percebi como fui burro.

Eu podia sentir nossas respirações misturadas até que se tornaram uma só. A sensação dos lábios de Lolla contra os meus era algo quase familiar, mesmo eu nunca tendo a beijado antes.

Oh, mas quando ela entreabriu os lábios... Eu percebi o quão viciado eu poderia ficar.

Talvez Lolla devesse voltar para apenas três grupos de bêbados porque só o álcool poderia explicar o que estávamos prestes a fazer – e o que eu estava sentindo.

Eu não conseguia – nem ao menos – pensar direito. A sensação dos lábios e do corpo dela junto ao meu me levava ao limite. O que me incomodava mesmo agora eram as roupas; que me impediam de tocar cada pedacinho do corpo dela.

Que dizer, o cérebro é um órgão incrível, não é? Funciona durante toda a sua vida. Mas eu acho que nós estávamos quebrando um pouco as regras porque eu realmente não estava sã naquele momento.

Eu não sabia direito se aquilo era bom ou ruim, mas a questão é que nós nem estávamos nos esforçando para parar com aquilo. Lolla estava gostando, eu podia sentir. E eu tinha certeza que ela podia sentir que eu estava gostando também.

As pessoas – definitivamente – não deveriam se sentir culpadas por fazer algo que gostam quando querem.

— Eu tenho que repensar a quantidade de álcool que meu corpo suporta. — Sussurrei para que só ela ouvisse. Mesmo sabendo que Luke não poderia ouvir, ele estava complemente desmaiado no sofá da sala.

Até mesmo quando me envolvi perdidamente em Lolla, – envolto de todo aquele calor que transpassava pelo meu corpo – fiz com cuidado para que nada fosse percebido por Luke.

Lolla, que antes se encontrava um tanto hesitante em pôr suas mãos em mim, já deslizava suas mãos pelo meu cabelo como se buscasse por autocontrole. Em resposta, segurei suas coxas enquanto ela as entrelaçava na minha cintura e prensei seu corpo na parede.

O beijo que havia começado calmo e lento agora se transformara em algo intenso, lascivo e inquestionavelmente profundo. Eu apenas tocava todas as partes do seu corpo que podia, uma das minhas mãos foi para sua bunda fazendo-a liberar um gemido baixo e quase inaudível, mas apenas o suficiente para fazê-la mordiscar o lóbulo dá minha orelha e me fazer grunhir contra ela.

Suas mãos seguraram meu rosto, me impedindo de beijar seu pescoço. Eu ainda conseguia ver uma sombra de sanidade passando sobre ela.

— Harry... Não acho que nós devemos... — Lolla tentou dizer, mas engoliu em seco quando pousei meu dedo levemente sobre seus lábios avermelhados.

Lolla não falou mais nada, foi como se ela tivesse se entregado àquele momento. E eu não podia estar mais satisfeito com isso. Meu lábios foram de encontro ao seu pescoço e eu me perdi no seu cheiro doce e em sua pele macia.

— Você realmente deveria ter levantado a blusa no momento em que nos conhecemos... — Murmurei, desnorteado em relação a visão a minha frente.

E apesar de saber que não deveria, impulsionei seu corpo para cima de modo que agora eu a tinha – literalmente – em meus braços. Seus braços em volta do meu pescoço e minhas mãos em sua bunda, mesmo que eu soubesse que poderia segura-la perfeitamente pelas coxas.

Caminhei até o quarto trocando beijos esfomeados com Lolla. Suas pernas ainda rodeavam minha cintura quando joguei nossos corpos com cuidado sobre a cama.

— Harry... — Ela disse com a voz falha. E eu enterpretei aquilo como se último aviso.

Era tarde demais. Eu simplesmente precisava da pele dela junto a minha. Assim como precisava desesperadamente toca-la e ser tocado por ela.

E foi isso que fizemos.

Tirei as calças dela com tanta rapidez que achei que pudesse ter arrancado o zíper no processo. Já quando Lolla tentou tirar a minha calça, a única coisa que ela conseguiu fazer foi reclamar – em seu modo bêbado – do quanto minhas calças era apertadas.

— Harry... Você precisa urgentemente comprar calças mais largas. — Ela tentou puxar a calça para baixo mais um vez e não conseguiu. — Pelo amor de Deus!

Ri contra o seu pescoço e pude senti-la sorrindo contra o meu quando eu consegui me livrar da calça. As risadas, aos poucos, foram cessando e dando um ar mais sério ao ambiente. Não importava o quanto estivéssemos bêbados, sabíamos exatamente o que estávamos fazendo.

E assim como segundos se tornam minutos, todo o amontoado de roupa que nos separava se transformou em nada.

Jesus Cristo... No momento em que eu deslizei dentro de Lolla e senti cada parte quente dela me apertando; não tanto quando eu queria, por conta da fina camada do preservativo que me impedia de sentir realmente tudo.

— Você deveria ir mais rápido... — Ela sussurrou em meu ouvido, tão baixinho que acabou se misturando com seu gemido. Eu não estava mais tão preocupado com Luke, se ele não tinha despertado até agora, provavelmente só acordaria amanhã.

— Eu estava com medo de machucar você... Mas, querida, seu pedido é uma ordem. — Disse, com a mesma dificuldade de formar as palavras que ela. E quando Lolla me puxou para mais perto e profundamente dela com suas pernas... Eu juro que poderia ter me desfeito aquela hora.

Cara, se aquilo não era o paraíso... Eu não sabia o que era.

Eu não me lembro direito em que momento paramos ou simplesmente ficamos destroçados de tanto cansaço. A única coisa que eu realmente sei é que eu a tive por tempo suficiente para ver o sol nascer.

E não importava o quão bêbado eu estava, não havia como eu esquecer essa noite.

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