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A festa já estava acontecendo. No meu apartamento com o Luke. E eu poderia até dizer que era um dejavú, mas eu sabia que o final da noite não seria tão bom quanto da outra vez.

Na verdade, dependendo da resposta de Lolla, seria péssimo.

E por falar em péssimo, eu era um péssimo amigo. Não, eu era o pior melhor amigo que alguém poderia ter em toda a face da terra. Que tipo de pessoa se apaixona pela mesma garota que o melhor amigo?

Quer dizer, eu não estava querendo dizer se apaixonar no sentido literal. Eu nunca me apaixonava. E não era dessa vez que isso tinha acontecido.

Era apenas uma sensação estranha. Uma sensação estranha que apertava o meu coração toda vez que eu pensava na resposta de Lolla hoje. Mas não passava disso. Um sensação.

E Luke não poderia estar mais animado. Tanto que me acordou sete da manhã só para ir na floricultura com ele. Ao que parecia, ele tinha comprado a floricultura inteira porque o andar de cima parecia um jardim.

Eu particularmente não era um fã de flores, só de passar alguns minutos lá, já estava passando mal pelo cheiro enjoativo.

— Harry, o que você acha? Eu coloco mais flores no quarto?

Luke olhou para mim em expectativa e eu me segurei para não revirar os olhos. Olhei entediado para todo o quarto e o encarei.

— Se você colocar mais ela vai pensar que você tá chamando ela para abrir uma floricultura, não para falar que gosta dela.

O Loirinho olhou para mim com uma expressão chateada e eu limpei a garganta, me sentindo culpado novamente.

— Na verdade, Luke. Acho que ficaria bem legal pôr mais algumas — tentei parecer um pouco melhor e ele sorriu, colocando as flores.

— Vou pegar uma bebida — eu disse repentinamente, descendo antes que ele me impedisse.

Desci as escadas só para observar aquele monte de gente na sala. Caramba, não fazia a mínima ideia de que cabia esse tanto de gente aqui?

Luke nunca permitiria que eu fizesse uma festa dessas se não fosse por Lolla. Claro que seria bem mais romântico leva-la para jantar, mas Luke me disse que ela parecia estar fugindo dele. Então, a festa era a melhor opção. Lolla não recusaria uma festa.

E por falar em Lolla, a garota que estava apoiada na bancada do nosso bar improvisado, parecia estar querendo ficar mais bêbada do que a outra que dançava seminua em cima da mesa que eu não sabia da onde tinha saído. A garota do bar era Lolla.

— Não, não — tirei a bebida da mão dela e a mesma me olhou indignada. — Você não vai beber.

Lolla me olhou de cima a baixo e perguntou:

— E eu posso saber o porquê?

— Porque você já está meio bêbada. E nossa última experiência bêbados juntos não deu muito certo — falei e depois sussurrei para que ela não ouvisse. — Na verdade, deu certo demais.

— Entendi. Você é chato — ela resmungou.

— E você é irritante — retruquei.

— Sério mesmo? — olhei para a outra bebida em sua mão. — Esse é o melhor jeito que você consegue lidar com isso?

— Você tem outro plano melhor?

— Claro que eu tenho. Meu plano hoje é aquela loira, por exemplo.

Apontei com o queixo para a loira na pista de dança que não parava de olhar para mim desde o começo da festa.

— Ela passou na cara um quilo de maquiagem — Lolla reclamou.

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