A Aposta

Lágrimas e Chuva

A única coisa que pensei naquele hora foi correr. Para algum lugar que eu não sabia ao certo pra onde.

Estava chovendo forte e eu via tudo embasado por causa das lágrimas e pelas gotas de chuva que se misturavam no meu rosto. Quando parei de correr estava na frente da casa de Mart, bati na porta desesperadamente. Eu não aguentava, precisava do meu amigo, de ser consolada por alguém e naquele momento só ele poderia me entender. Mart abriu a porta e assim que me viu fez uma cara de surpresa.

- Abie, oque aconteceu? Você está ensopada.- Dei um abraço forte deixando o seu moleton que e todo molhado.

- sEu vou casar, Mart. - Disse com a voz esganiçada por causa do choro.

- O QUE?- Ele me olhou espantado. -Ah, hahaha. Tá pode parar. Eu não vou cair na sua pegadinha. Chega! Já pode parar.- Ele cruzou os braços de encostou no batente da porta da sua varanda.

- Eu também queria que fosse uma pegadinha mas não é Mart, me ajuda.- Sequei minhas lágrimas.

- Acho melhor você entrar.- Ele me abraçou de lado me conduzindo até a sua sala .-Agora você pode me contar o que aconteceu, de forma clara e detalhadamente?

- Meu pai voltou a apostar.- Meu amigo fechou a porta logo que eu entrei - Ele já não tinha dinheiro e me apostou, como um objeto Mart.

- Wow! Como assim ele te apostou?

- Ele me prometeu em casamento como se eu fosse uma nota de dinheiro. - Mart me deu uma toalha branca para me secar.

- CASAMENTO? - Ele gritou.

- Sim, e eu estou desesperada. Me ajuda Mart.- Segurei suas mãos.

- Eu não sei o que dizer Abie. Não sei se você pode fugir disso. Você sabe para quem foi apostada? - Ele me deu uma xícara de algo quente e doce que eu nem olhei o que era.

- Não e nem quero saber.-Balancei minha cabeça negativamente.

- Espero que ele pelo menos seja bonito.- Eu ri. - Pelo menos eu te fiz rir, não quero ver você triste. - Ele acariciou meus cabelos molhados.

- Só você mesmo. - Sorri gentil mas fomos interrompidos por batidas fortes na porta da casa.

- ABIE, EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ. ME ATENDE, SOU EU SEU IRMÃO, DONY.- A voz de Dony parecia desesperada.

- Você quer que eu abra?- Mart perguntou baixinho.

- Pode abrir.- Mart andou até a porta e a abriu sendo jogado logo em seguida contra a parede.

- AH, SEU MARIQUINHA DE MERDA O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA IRMÃ?- Dony disse pegando na gola do casaco do Mart.

-Ei cara olha como você fala. Eu não fiz nada, ela chegou aqui chorando. E a minha sexualidade não te interessa.- Ele o soltou Mart bufando.

-Dony, eu tô aqui. Para que falar dessa forma com ele? Você é um grosso. -Andei até Mart que sussurrou que estava tudo bem.

- Mana, o pai e a mãe estão loucos atrás de você.- Disse me abraçando apertado.

- Eu que estou louca. Você não tem noção? Como o papai teve coragem de ME apostar?- Disse me sentando no braço do sofá.

- Abie, eu vou tentar conversar com o pai para tentar reverter essa situação. - Ele passou a mão no meu cabelo.- Ah meu Deus, você está ensopada. Desse jeito vai ficar resfriada. Vamos pra casa, trocar essa roupa, conversar com eles, depois você liga pro Mart pra falar com ele, não é Mart?!- Disse olhando pra Mart quase que de forma mortal.