Queria desaparecer...

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Joguei os contratos na mesa cansado de tanto ler. O horário do almoço não tinha nem chegado e eu já estava morto. Talvez o fato de não ter pregado os olhos durante toda madrugada tenha contribuído. Dormir sem Abie ao meu lado é difícil. Ficar sem ela é difícil.

Não falar direito com ela é difícil.

Não poder mais pegar na mão dela é difícil.

Hoje faz uma semana que ela pediu para darmos um tempo. No primeiro dia eu respeitei aquela escolha. Realmente, tudo aconheceu muito rápido com a gente, mas então passou dois, três e no quarto ela tirou suas roupas do nosso quarto. Junto com aquelas roupas se foram a minha alegria e paciência.

Será que ela não me ama mais e está com medo de me falar?

Meus pensamentos são interrompidos por duas batidas na porta.

- Pode entrar.- Cameron abriu a porta.-O que você quer Dallas?

-Você me entregou o contrato errado. Sorte que eu olhei antes de pedir pro officie boy levar.-Me entregou o envelope de papel pardo.-O que está acontecendo mano? Você nunca confundiu contratos.

- Eu só estou meio distraído. A Abie pediu um tempo. Mas ela ainda está morando lá em casa. E eu detesto o dar o de vê-la todos os dias e não conversar com ela.

-Você acha que ela quer se separar?

- Ela me disse que não. Mas eu tenho medo que sim. Principalmente pelos bebês. Eu melhor do que ninguém deu como é ter pais separados. Não quero isso pra eles.-Entreguei o contrato certo a ele.

-Eu sei como se sente e sinto muito. Tudo vai se resolver cara. Você vai ver.- Ele se levantou e arrumou o paletó.- Vou indo.-Cameron saiu da minha sala. Passei as mãos massageando os olhos.

Meu telefone de mesa começou a tocar.

-Shawn Mendes falando.

- Oi eu estou ligando do celular de Abigail Mendes. Ela estava na rua e desmaiou. Estamos em uma ambulância indo para o hospital do Centro. Acho que é grave pois ela está tendo um sangramento e pela barriga ela está grávida.

-Ai Meu Deus. Eu estou indo pra aí.

Peguei meu paletó e as chaves do meu carro. Saí que nem uma bala. Dirigi que nem um louco,  passei vários sinais vermelhos.

A Dr. Bruna falou que sangramento era algo sério.

Cheguei no hospital e fui para recepção.

-Oi, eu vim ver Abigail Mendes. Onde ela está? Eu preciso vê-la.- Disparei desesperado.

-O senhor precisa falar mais baixo, aqui é um hospital. -A enfermeira de meia idade falou com a testa enrugada.- Ela está na sala vermelha. O que o senhor é dela?

-Marido. Eu sou marido dela.

- Pode ir. Próximo andar, quinta sala a direita.

Agradeci e saí correndo. Naquele momento minha cabeça estava passando as piores coisas imagináveis.

Eu não sei o que faria se esses dois bebês morrerem. Se ela não ficar bem ou se acontecer algumas coisas com os bebês.
Eu nunca iria me perdoar.

Entrei no quarto com a placa escrita o nome dela a mão.

Entrei e um médico que não parecia ser tão mais velho estava escrevendo em uma prancheta.

-Você deve ser o marido da Abigail. Sou o Doutor Thalles. Ela teve um sangramento e um desmaio, ainda bem que chamaram o socorro rápido. Mas o sangramento é algo que devemos se preocupar. A Doutora Bruna já está vindo.

A ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora