Uma dose de coragem

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Meu pai foi pra empresa novamente e desde então Abie não parou de me elogiar.

- Shawn, você merece tudo isso e muito mais, você é muito talentoso.- Sorri e a beijei. Cada vez que eu fazia isso era uma sensação totalmente diferente, eu queria muito conhecer todas essas sensações.

- Você não acha que eu mereço um prêmio?- Falei colocando seus cabelos para trás.

- Acho.-Disse colocando a mão em meu pescoço. Quando ia beija-la o telefone começa a tocar me fazendo bufar e revirar os olhos, ela sorriu e foi atendê-lo.

- Alô?

- ...

- Oi Mart, pode falar.

- ...

- Hoje?

- ...

- Tá, chego aí em uma hora.- Ela desligou.

- Ah, não, Abie.- Cruzei os braços.

- É só por um tempo. Você pode ficar assistindo a aula.- Ela apertou minhas bochechas.

- Você precisa realmente ir? Você podia, sei lá, torcer o pé?- Ela bagunçou meus cabelos.

- Não, eu tinha que ter voltado desde a nossa chegada do Havai, só por um mês e meio, logo vai ter o espetáculo e a audição.

- O que eu ganho vendo você pertinho do Mart? Ele te agarrando e pegando em você.- Ela bateu na própria testa.

- Uma surpresa.- Ela subiu as escadas enquanto eu calçava o tênis que havia deixado na porta. Demorou dez minutos para Abie descer vestindo uma meia calça preta, um colam cinza e uma saia preta, ela carregava uma bolsa que parecia pesada andei até a escada e a ajudei. Peguei a chave do carro e saímos de casa pegando o elevador indo pra garagem do prédio, entramos no carro e fomos conversando sobre coisas aleatórias.

- Chegamos. Eu vou estacionar se você quiser ir, eu acho sua sala. Qual o número?

- Aqui não são números, são espetáculos famosos. Eu sou da sala Cisnei Negro. - Me deu um selinho, desceu do carro e antes de entrar cumprimentou várias pessoas que estavam saindo.
Estacionei o carro e entrei no estúdio escutando várias pessoas cochixando. Como eu odiava isso. Subi a escadaria chegando ao segundo andar, haviam portas de vidro e uma grande vidraça em cada sala, não demorou muito para eu achar a sala de Abie já que a vi fazer alguns movimentos na barra. Ela tinha uma habilidade fora do normal, ela realmente havia nascido pra dançar.

- Olá? - Uma mulher de meia idade disse com a porta meio aberta e seu corpo pra fora.- Você deve ser Shawn, oui ?-Falou com um sotaque francês.

- Sim, sou eu.- Ela sorriu.

- Sou a Madame Cossete Bouvier, Abigail me falou que você irá assistir a nossa aula, fique a vontade. - Disse me dando passagem. - Alunos! - Falou chamando a atenção de todos na sala. - Esse é Shawn Mendes e como já devem saber ele casou-se com Abigail. Ele assistirá nossa aula hoje e dirá o que achou. No espetáculo terão 2 ou 3 olheiros, um de Nava York, um do Chile e outro, possívelmente da Inglaterra. Pode fazer isso Shawn?- Disse enquanto todos prestavam atenção em mim.

- Sim.- Falei dando um meio sorriso envergonhado.

- Todos para sua posição. -Madame Cossete falou batendo palmas e eu me sentei na cadeira perto do som. No centro ficaram apenas Abie e Mart o resto ficaram como estátuas atrás. Meu desconforto foi enorme quando percebi que Mary me encarava mas eu tentei disfarçar. Não queria que Abie descobrisse o caso que eu tive com Mary. Madame Cossete fez uma contagem e ligou o som que estava perto de mim. Logo Abie e Mart começaram a se movimentar, eram passos que expressavam, não os sentimentos deles, mas sim dos personagens, no caso, de Romeu e Julieta. A fileira de estátuas se movimentava com extrema sincronia. Todos tinham ali muito potencial, até mesmo Mary era boa, Abie era constantemente puxada por Mart e isso talvez tenha me dado um pouquinho de ciúmes. Ele a rodava e passava a mão em várias partes do corpo dela. A música fazendo todos fazerem suas posições finais. Agora entendo Abie, assistir aquilo foi incrível, imagine para quem dançava. Todos se sentaram no chão como se estivessem mortos de exaustão.

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