Capítulo 22

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3 meses depois...

Passaram 3 meses e com isso o tempo estipulado para ter de voltar a trabalhar. Durante os dias que ainda tinha de férias eu e a Filipa entramos na busca de um espaço no centro da cidade para abrirmos o meu espaço, onde passaria a trabalhar.
Achamos um perfeito, era grande e localizava-se no segundo andar de um prédio com um consultório de psicólogos, uma terapeuta da fala e um sítio de massagens terapêuticas.
Durante a mudança eu e a Filipa fizemos amizade com a rapariga que trabalhava no consultório de psicólogos, ela tinha aquele consultório pois era o seu sonho e contratou um homem para a ajudar, já que muita gente a conhecia e ia lá.
Trocamos logo números e ela até ajudou a mobilar o meu espaço.
A Filipa ainda não trabalhava legalmente para mim mas já andávamos a angariar clientes que não estavam muito satisfeitos com os seus advogados e a sua grande maioria era mulheres. Decidi que também ia trabalhar com criminosos desde que is crimes deles não envolvam violação, assassinatos ou raptos.
Acho que até as pessoas más (até certo ponto) merecem um advogado.

- Olá advogata. - a Carlota diz assim que me vê ao pé da porta do prédio.

- Olá Carlota. - riu da maneira que ela me chama. - Tudo bem?

- Sim, então e novidades? - ela pergunta ansiosa. - É hoje que vais entregar a tua carta de demissão. Ansiosa?

- Um pouco. Mas já estou quase pronta para seguir a minha vida, só vim preencher o resto de uns papéis da burocracia e depois posso abrir isto.

- E a Filipa? Vai logo começar a trabalhar contigo?

- Não, decidimos que ela esperava um tempo até conseguirmos ter a certeza que isto ocorre bem e ter um pouco de estabilidade. - eu faço uma pausa be com um sorriso digo. - Isso e aproveitamos e trazemos clientes de lá para cá, de uma forma subtil é claro.

- Vocês são fantasticamente más. - a Carlota diz numa gargalhada. - Bem tenho de ir, tenho um cliente com problemas de confiança na sala de espera. Beijocas. Depois diz me como correu.

Entro na minha sala de espera e olho à volta. As paredes brancas e os quadros em tom de azul esverdeado com os dois sofás de padrão adorável que ficava a matar naquela pequena sala, com uma mesa de centro de vidro super querida, e claro uma mesa toda equipada em aparelhos como o computador, o telefone, uma estante para os papéis importantes, entre outras coisas. Tinha apenas duas portas, uma delas dava para a casa de banho e a outra era o meu escritório. O meu escritório era enorme, tinha uma secretária toda equipada, uma estante ao longo da parede toda  e dois sofás à frente da minha secretária.

Sento-me na minha mais nova secretária e trato dos últimos papeis da minha mini-mini-empresa. Estaria pronta para finalmente começar a exercer na semana que vem e possivelmente vou começar a avisar as pessoas que estou finalmente a trabalhar por conta própria.

Quando são três da tarde visto o meu casaco e fecho o mais novo consultório de advocacia ''Advogaspar'' uma mistura de Advogado com Gaspar, o meu ultimo nome. Achei hilariante e fofo por isso ninguém me conseguiu tirar esta ideia da cabeça.

Entro no carro e começo a conduzir pelas ruas do Porto para o meu antigo, ou quase antigo emprego.
Comecei a pensar se sentiria saudade daquilo, e cheguei à conclusão que talvez isso não vá ser um problema assim tão grande por o melhor ainda está por vir, e eu sei disso.
Sintonizo o rádio com o meu telefone e ponho a tocar a na minha playlist favorita "Brasileira". A música que começa a tocar nas colunas do meu rádio é fantástica e é um incentivo para agora "Ninguém segura ela".

-Oh oh oh oh oh oh ninguém segura ela. - começo a cantar. - Ela é marrentinha de mais, tira onda é sangaz, princesinha dos pais. Ela nunca olha para trás, ela sabe o que quer, ela sabe o que faz.

Ao fim de 20 de trânsito chego ao meu destino. Estaciono o carro e saio do mesmo.

Assim de entro na recepção todos me cumprimentam-me, as mulheres mais que os homens.

- Olá Eduarda. - a secretaria do meu querido quase ex chefe diz com um sorriso. - Ele está à tua espera. Boa sorte. - ela pisca me o olho enquanto eu caminho até à porta.

Bato nela e oiço a pessoa do outro lado a dar-me autorização para entrar.

- Eduarda. Bem vida de novo. - ele diz com um sorriso que me incomoda.

- Senhor. - faço um aceno com a cabeça e aperto. - como está?

-Bem melhor agora que a mulher mais eficiente da minha empresa chegou. Bem agora que voltaste já podes voltar à tua secretária e começar a trabalhar já. - ele mete um sorriso novamente incomodativo.

-Nao é bem assim. - começo a falar mas sou logo cortada.

- A sua secretária sem você não fez nada de jeito, andou aí a abanar-se só. Se pensa que se vai despedir tenho de informa-la que a sua secretária está presa a si. Se fosse saí ela também. Mas como não vai sair isso facilita a vida a todos. - ele dá uma pausa no seu discurso e olha bem atentamente para mim. - Sabe, eu tenho um filho lindo. Seria perfeito para você. Temos de combinar um jantar para eu o apresentar.

- Senhor Feiteira. - eu volto a falar mas sou novamente interrompida.

- Tens razão, eu depois mando o pormenores para a sua secretária. Vamos falar de trabalho. Vais trabalhar num caso onde a pessoa que vais defender foi acusado de assédio sexual. As mulheres agora não podem ouvir um elogio dizem que é logo assédio. -ele abana a cabeça em negação - vocês mulheres exageram muito, isso é por causa das vossas hormonas. Vocês são umas exageradas e bipolares.

- Okay, pronto acabou. - digo por cima do discurso machista. - Pois, eu despeço me. Vou tratar tudo com os recursos humanos e a minha secretária já arrumou as minhas coisas e não se preocupe. Pode despedi-la à vontade.

Levanto e caminho até à porta.

- Maria Eduarda. - ele levanta-se também. - se sair por essa porta nunca mais pode voltar e esqueça aquele jantar.

- Yoh, Feiteira. - levanto a minha mão onde se localiza um pequeno anel de compromisso. - Eu estou a namorar. - Viro lhe as costas e abro a porta. - Tenha uma boa vida machista Antônio. - olho para todas as secretárias que estavam a assistir a minha despedida. - Se precisarem de mim já sabem. Advogaspar. Fui.

Após o meu pequeno show dirijo-me aos recursos humanos e trato de tudo, finalmente livre para seguir com a minha vida.

Entro no carro e o meu telefone toca.

- Olá amor. - digo assim que o atendo.

- Princesa, vais demorar muito? A Margarida está ansiosa para ir visitar os meus pais. - ele fala do fim de semana que iamos passar na casa de campo dos pais dele.

- Já estou a sair daqui a caminho de casa.

- Estás livre? - ele pergunta interessado.

- Como um passarinho. - digo e ligo o carro.

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