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Eu não entendo por quê minha mãe grita tanto. É um despertador ambulante.

⁃ Lauren, levanta e vai buscar sua irmã. Berrou. - Depois vai comprar pão e pegar minha vasilha na casa da sua tia.

Levantei xingando em pensamento. Tomei um banho rápido e botei a primeira roupa que vi. Passei algo no rosto pra disfarçar a cara de sono e desci para tomar café.
Meu pai lia o jornal e minha mãe preparava algo na cozinha.

Minha relação com meus pais nunca foi muito boa, eu era a "revoltada" da casa. Tipo a ovelha negra. A única que me amava ali era a Taylor, desde pequena sempre gostou de ficar grudada em mim. Ela sempre foi meu bem mais precioso.

Cheguei em frente a casa da Sofia e buzinei. Não tive resposta, então toquei a campainha. Ouvi algo cair, algumas coisas quebrando e alguns minutos depois a porta abriu.
Fiquei surpresa ao ver a garota da floricultura. Ela tinha o cabelo num coque totalmente bagunçado, usava uma regata branca e uma calça moletom cinza.

⁃ Bom dia, Camila?. Sorri

⁃ Bom dia Lauren. Sorriu amarelo

Suas bochechas estavam completamente coradas e eu achei graça.

⁃ Que coincidência. Tentei puxar assunto. - Onde está Taylor?

⁃ Muita, ela deve está dormindo. Passou a mão no cabelo. - Você quer entrar? Eu irei chamá-la. Deu espaço

Desliguei o carro e passei por Camila. Assim que nossos corpos se encostaram pela primeira vez, meu corpo reagiu automaticamente. Uma carga elétrica passou por ele e eu fiquei completamente arrepiada.
O cheiro de Camila era maravilhoso, seu rosto tinha uma expressão tranquila e envergonhada.

⁃ E..eu voou. Gaguejou e eu assenti.

Me sentei no sofá da sala e fiquei esperando por alguns minutos até Taylor e Camila descerem abraçada.

⁃ Tchau Camila. Se despediram.

⁃ Espere no carro Tay.

Camila olhou-me confusa e se aproximou.

⁃ Quer algo?

Você talvez

⁃ Ham, quer dar uma volta mais tarde? Almoçar?. Passei a mão na nuca

O que foi gente? A guria é uma graça.

⁃ Ham, eu tenho que ajudar a Sofia com a lição de casa. Sorriu. - Foi mal. 

⁃ Então tá bom, até mais.

Camila me decepcionou totalmente. Saí cabisbaixa e entrei no carro, até ouvir sua voz.

⁃ Lauren, Lauren!. Bateu no vidro

⁃ O que houve?. Abri a janela

⁃ Eu quero almoçar com você. Disse comprimindo os lábios. - Se você ainda quiser, claro.

⁃ Quero sim.

Após nos afastarmos da casa de Camila, Taylor me encheu de perguntas e piadinhas maliciosas.

⁃ O bom de vocês namorarem é que eu terei mais tempo com a Sofi. Disse animada

⁃ Por Deus Taylor, eu só vou almoçar com ela.

⁃ Hum, onde vocês se conheceram?

⁃ Lembra quando você me pediu pra comprar flores pra sua professora?. Assentiu. - Eu fui na floricultura do centro e acabei conhecendo Camila lá. Sorri largamente. - Ela foi tão educada e amável que eu passei a comprar flores todos os dias.

⁃ E onde estão todas elas?

⁃ No meu quarto. Dei de ombros. - Elas eram só um pretexto pra eu ver Camila, ela gosta muito de conversar sobre flores.

XXX

⁃ O que você gosta de comer?. Passei a mão no cabelo

⁃ Ham, comida italiana. Suspirou e olhou-me sorrindo.

⁃ Boa escolha, mas eu prefiro japonesa. Ela fez careta

Eu e Camila discutimos um bom tempo sobre qual comida pedir. Então acabamos concordando com o fricassê.

⁃ Fale sobre você, sobre sua vida. Dei um gole no meu suco

⁃ Bom, tenho 21 anos, sou cubana e cuido da minha irmã de 13. Meu pai faleceu há 3 anos por causa do câncer. Pausou. - Minha mãe ainda está viva, mas vive no hospital. Sofre de leucemia e perda de memória recente, ela é minha maior inspiração, minha verdadeira heroína. Sorriu. - Eu resolvi abrir uma floricultura, não por precisão, mas por amor. Dessa vez eu sorri. - Flores sempre me deram uma certa paz, sempre gostei do cheiro e do significado delas.

- Você é uma verdadeira guerreira, sua mãe deve ter muito orgulho da filha que tem. Assentiu. - Eu conheço Sofia a um tempo, ela sempre foi uma menina muito alegre e saudável, nunca imaginaria que ela passou por isso tudo, mas e você Camila? O que você gosta de fazer? Quem é você?.

Depois de almoçamos, fomos até a praia. O dia estava um pouco nublado, mas agradável. Camila andava olhando pro chão, seus cabelos voavam e batiam levemente em seu rosto.
Quando ela ria, é como se ninguém mais estivesse ali. Apenas nós duas. O som de sua risada era o melhor de todos, era uma risada verdadeira. Eu sempre andei em baladas, shows e as únicas risadas que eu ouvia vinha de pessoas embriagadas.

- Qual é sua flor preferida?.

- Lírios. Sentei em um banco

- Ah poxa, eu não sei o significado de lírios. Sentou-se do meu lado e suspirou

- Eu sei. Falei. - Lírios significam.

- Diga.

Me sentei de frente pra ela e olhei em seus olhos.

- Significam Eu te desafio a me amar. Vi suas bochechas corarem, mas não desviei o olhar.

Camila tinha os olhos fixos nos meus. Tirei algumas mechas de cabelo do seu rosto e deixei um beijo no topo de sua cabeça.
Passamos o resto da tarde sentadas naquele banco, Camila me abraçou e apoiou sua cabeça em meus seios, apoiei meu queixo em sua cabeça e ali ficamos por horas e horas.

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