--- CAPÍTULO 4 ---

41 2 1
                                    


Harry desperta no banco do seu carro com uma terrível dor de cabeça e por uns três segundos ele não se lembra do que havia acontecido, mas assim que retoma o controle ele sofre aquele cheque de realidade! "– Meu Deus! O carro! A pessoa da estrada! Um acidente! CHERYL!" Pensou Harry assimilando gradativamente tudo que havia ocorrido.

Harry olha para o banco do carona e percebe que Cheryl não está lá e que a sua porta estava aberta, ela havia desaparecido! "– Cheryl? CHERYL?" Harry chama pelo nome da filha enquanto abre com muita dificuldade a porta do seu veículo acidentado às margens da estrada. Imediatamente, ao sair do seu veículo e caminhar uns metros à frente, ele percebe que havia amanhecido e que esteve desmaiado durante muito tempo.

"– Nossa, já amanheceu? Quanto tempo eu estive apagado, que horas são? Onde está Cheryl? Pensou Harry de pé ali de frente para o seu veículo destruído.

Ele pensou que poderia procurar sua filha com a ajuda de seu carro, mas ao observar melhor chegou à conclusão de que não havia possibilidades disso, pois seu carro estava bastante danificado e não iria a lugar nenhum por conta própria, o jeito seria procurar a pé e foi quando ele enfim voltou sua atenção ao lugar onde estava. A primeira coisa que Harry notou foi à densa neblina cobrindo todo o local, tão densa que só se via uns metros à frente. Olhando para trás ele pode, mas com muita dificuldade, ver que havia um túnel. "– Não me lembro de ter passado por um túnel antes de chegar à cidade?" pensou Harry ficando cada vez mais confuso, mas sua preocupação no momento era com Cheryl, pois ele não sabia onde ela estava ou se estava machucada.

Ele começou a caminhar pela rua, não havia absolutamente ninguém naquela cidade, as portas das lojas, até onde a neblina permitia ver, estavam todas fechadas, nenhum som se ouvia, nem de pessoas, carros, nenhum sinal de vida. A neblina era tão densa que ele nem se quer podia ver o sol, apesar de estar tudo claro naquela hora do dia. "– O que está acontecendo com essa cidade? Cadê as pessoas? A essa hora do dia essas ruas já deveriam estar cheias de carros e de pessoas caminhando nas calçadas. Onde está todo mundo? Realmente parece uma cidade fantasma! Não foi assim que eu imaginei nossas férias!" pensou Harry enquanto caminhava em direção a uma das lojas e se esgueirava sobre o vidro da janela na esperança de ver alguém, porém nada se via.

O clima daquele lugar não estava nada agradável, aquela neblina densa e um frio se misturando a um ar pesado não lhe estavam fazendo bem. Harry vestia apenas um casaco marrom com uma blusa escura por baixo, calças jeans azul escuro e sapato social. Ele não esperava estar em um local frio naquela época do ano e por isso nem se preocupou em usar roupas mais quentes.

Deixando de lado seu desconforto pessoal ele seguiu caminhando por uma das ruas de Silent Hil em meio à neblina tentando avistar algum sinal de vida e principalmente a sua filha, mas sem sucesso, até que... "– Passos? Este som parece com o de passos?" Harry falava consigo mesmo surpreso ao ouvir sons de passos ali por perto e foi correndo em direção ao som. Ao chegar na esquina ele dobrou a direita e avistou mais a sua frente uma silhueta de o que parecia ser sua filha parada no meio da neblina de costas para ele. Harry imediatamente começou a gritar pelo nome de sua filha: "– CHERYL! CHERYL!" Mas não obteve resposta e de repente a menina começou a correr para dentro da neblina atravessando a rua ignorando quem quer que seja que a estava chamando.

Harry não tinha certeza se era sua filha por causa da visão obstruída, mas como não havia visto mais ninguém ele imaginou que só poderia ser ela e começou a correr atrás dela: "– EI CHERYL! PARE! SOU EU, SEU PAI! CHERYL!" Mas a menina continuou a correr para dentro da neblina e Harry correndo atrás. Estranhamente Harry não conseguiu alcança-la e a perdeu de vista, mas continuou correndo até chegar à entrada de um beco onde ele conseguiu ver uma fraca silhueta de Cheryl adentrando aquele lugar: "– CHERYL! PARE AGORA!" Mas ela não parou e continuou seguindo correndo. Harry continuou correndo atrás dela por aquele beco onde tinhas muitas garagens dos dois lados e muitas latas de lixo com muito lixo espalhado em volta delas, ele podia ver algumas árvores ao fundo, com muita dificuldade, mas não se preocupou com isso e sim o porquê Cheryl estava fugindo dele, aquela atitude não fazia sentido, Cheryl nunca tinha agido assim na vida.

Silent Hill A Cidade do MedoOnde histórias criam vida. Descubra agora