--- CAPÍTULO 6 ---

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Harry pegou seu mapa e viu que havia uma escola próxima dali, era a Escola Primária Midwich, ele fez uma marcação no mapa indicando seu destino.

Harry então seguiu em direção à entrada do beco passando por seus corredores, até chegar novamente na Rua Finney. Ele calculou, após ver em seu mapa, que para chegar à escola deveria seguir a esquerda na Rua Finney, virar a esquerda na Rua Midwich e seguir até o fim chegando assim à escola. Decidido então ele seguiu pela Rua Finney, tomando um extremo cuidado com as criaturas que estavam sempre por perto as evitando sempre que possível até que pouco antes de chegar ao final da Rua Finney ele se deparou com algo surpreendente, a estrada havia desaparecido! Não havia nada mais além de um imenso abismo onde não se podia ver o fundo.

"– Destruída? Como a estrada pode estar destruída? O que pode ter acontecido para que a estrada ficasse assim? Um terremoto? Perece que a estrada foi implodida! Meu Deus o que há com esta cidade?" Dúvidas e mais dúvidas brotavam na mente de Harry à medida que ele adentrava mais naquele mundo estranho.

Harry não podia seguir por ali e então resolveu voltar e tomar outro caminho. Após fazer um risco em seu mapa indicando que a Rua Finney não tinha saída ele voltou uns metros ele decidiu pegar a direita na Rua Levin e virar a direita novamente pela Rua Matheson, ou pela Rua Bloch, ou pela Rua Bradbury, ou seja, quaisquer umas dessas ruas transversais o levariam a Rua Midwich e em seguida até a escola. Ele seguiu pela Finney pelo canto direito passando por uma área residencial, havia várias casas, todas aparentemente desabitadas, com árvores nos jardins gramados à frente. Harry passou em frente a uma casa desta rua onde havia uma casinha de cachorro a frente dela sobre o gramado, Harry notou que havia muito sangue em volta da casinha. Ele achou muito estranho, mas decidiu não se importar e continuou sua jornada. No caminho ele notou que o rádio estava emitindo muitos ruídos e sabia que o perigo estava ficando cada vez mais próximo, portanto redobrou sua atenção.

Chegando a esquina da Rua Levin com a Matheson ele dobrou a direita e continuou sua corrida até se deparar mais uma vez com a rua totalmente destruída, semelhante à Rua Finney. "– Ahhhhh! Mas que droga! Outra estrada destruída! Quantas mais estarão destruídas nesta cidade!" Harry estava perdendo a paciência com tudo aquilo, afinal, sua filhinha de apenas sete anos de idade estava desaparecida naquela maldita cidade infestada de monstros surreais e nem as estradas estavam colaborando.

Harry estava cansado de tanto correr naquela neblina, que não se dissipava, fugindo de monstros que queriam seu sangue! Ele inclinou seu corpo com as mãos sobre os joelhos para tomar um fôlego e observou a sua frente, bem na beirada do abismo sem fim, várias manchas de sangue e junto com elas havia alguns papéis também sujos de sangue. Ele percebeu que havia dois papéis postos lado a lado que continha uma informação escrita, aparentemente por uma criança. Em um deles estava escrito "casinha de cachorro" e no outro, "Rua Levin". Harry imediatamente lembrou-se que havia passado por uma casinha de cachorro sobre o gramado de uma das casas na Rua Levin e imaginou se havia algo de interessante nesta casinha baseado nessas novas pistas que encontrara.

Harry acreditava que estas eram pistas deixadas por Cheryl para que ele a encontrasse, mas por que afinal ela estaria fazendo isso? Por que ela simplesmente não iria até ele para que os dois fugissem daquele lugar? Sua mente estava confusa com tudo aquilo, mas no momento ele não podia fazer nada além de tentar entender estes enigmas e chegar ao fim daquilo tudo.

Ele então voltou pela Rua Levin e próximo à casinha de cachorro misteriosa havia, porque não, um cachorro faminto o esperando. Harry abaixou o volume de seu rádio e se aproximou lentamente da criatura, aproveitando seu momento de distração e assim que teve uma visão limpa "Bam!" um tiro certeiro em sua cabeça à fez cair em uma poça de sangue. Harry, contente por não ter tido que usar mais que uma bala para abater a criatura, aproximou-se da casinha para examina-la, havia muito sangue dentro e fora dela, mas nada do lado de dentro que possa servir como pista para o seu próximo destino, até que ao olhar para o teto da casinha pela parte de dentro ele viu que havia uma chave presa por fita adesiva no teto. "– Com certeza esse é o lugar mais seguro de esconder uma chave reserva de uma casa, quem iria meter a cabeça dentro de uma casinha de um cachorro feroz?" pensou Harry ao retirar a chave dali.

Harry imaginou que aquela chave seria da casa mais próxima e foi em direção à porta da casa naquele mesmo jardim onde estava a casinha de cachorro. Ele subiu as escadas de madeira que rangiam e se posicionou em frente à porta "Toc, toc, toc" ele bateu na porta na esperança de alguém atender, mas não teve resposta. Procurou alguma campainha, mas não encontrou e decidiu então tentar abri-la. Harry inseriu a chave a girou fazendo a porta ser destrancada.

Harry entrou na casa, "– Olá? Tem alguém em casa? Oláaaa?" Harry gritou, mas ninguém o atendeu. A casa estava vazia. Havia um longo corredor com piso de madeira e mais a frente a sua direita havia uma porta trancada. Harry seguiu em frente passando pela sala onde tinha uma grande mesa de madeira com uma caixa vermelha em cima, Harry a examinou e para sua incrível sorte, se é que pode se dizer que Harry Mason era um home sortudo, era uma caixa de munição compatível a sua arma. "Ah que ótimo! Menos uma preocupação!" Harry pensou enquanto recarregava sua pistola e esvaziava o restante da caixa colocando a munição em um dos bolsos de sua jaqueta. Ao lado da mesa havia uma televisão, porém Harry não a conseguiu ligar, pois não havia energia elétrica. Harry seguiu para a cozinha, havia uma pia com panelas vazias dentro e ele nem se arriscou a abrir a geladeira para ver o que tinha, vai que dali de dentro sai algum tipo de... Enfim ele continuou sua busca até chegar à porta fechada que daria para o jardim dos fundos da casa, porém ele notou que havia três cadeados trancando fortemente esta porta. Seria difícil passar por ali. Harry olhou em seu mapa e notou que se ele passasse por aquela porta ele chegaria a um beco que através dele poderia chegar facilmente a Rua Midwich e decidiu que valeria a pena o esforço em destrancar a porta. Ele não queria perder tempo procurando pela casa, as chaves daqueles cadeados e decidiu arrombar a porta, tomou distancia e "BAM! BAM! BAM!" deu três chutes com toda a força, mas ela nem se mexia! Ele pensou em dar uns tiros nos cadeados, mas não queria desperdiçar munição com aquilo, já que não sabia o que encontraria do outro lado. Foi então que ele olhou para o lado e ali estava, fixado a parede, um mapa da cidade, semelhante ao que ele tinha, porém havia algumas anotações feitas em certas áreas naquele mapa. Havia uma marcação em forma de circulo feita na parte de baixo da Rua Ellroy, uma linha reta rabiscada por todo o beco que ligava a Rua Finney com a Matheson e uma seta no final da Rua Finney. Harry também percebeu que estava escrito a frase "Chaves para o eclipse" em um canto deste mapa. "– Chaves para o eclipse?" ele pensou confuso, "– Provavelmente são as chaves que abrem essa porta." Harry chegou à conclusão de que infelizmente as chaves não estavam naquela casa e sim espalhadas pela cidade e sentiu um enorme desanimo em saber que teria que procurar essas chaves no meio daquele pesadelo terrível. Mas ele decidiu tentar, afinal ele poderia, quem sabe, encontrar Cheryl nessa jornada e mesmo que não a encontrasse, pelo menos saberia que ela não estaria ali ou pelo menos não passou por aquela região da cidade indicada no mapa, além do mais, ele nem havia tentado passar pela Rua Matheson e nem pela Rua Bradbury, que também davam acesso a Rua Midwich.

Harry copiou as mesmas anotações encontradas naquele mapa para o seu e seguiu para porta de entrada da casa.

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