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09 de dezembro de 2016 — Manhattan.

[Narrador ON]

Último dia de aula. Essa frase tem impacto em qualquer lugar do mundo. E com os alunos de Manhattan High School não poderia ser diferente. Todos estavam empolgados com a chegada das tão esperadas férias.

Como todo colégio do ensino médio, o Manhattan High School também tinha sua elite e sua pirâmide de popularidade que definia e rotulava cada aluno que ali existia.

De um lado, os jogadores de basquete, bonitos, populares e desejados, do outro, nerds, viciados em jogos de computadores. Sem mencionar as patricinhas e as tão conhecidas "piranhas" que se acham as donas do poder.

~Toca o sinal de entrada para salas de aulas~

— Hey, Soph. — Nathalia cutuca sua melhor amiga, conhecida com a abelha rainha do colégio.
— O que foi, Nath? Estamos na aula do Sr. Branson, o que você quer? — Sophia indaga.
— Nós vamos passar as férias e o reveillon na velha casa abandonada que fica em frente ao lago Wren, topa ir com a gente? — Nathalia pergunta com um tom de expectativa no olhar.
— Aquele lago que surgiu a lenda dos assassinatos? — Sophia fica receosa e assustada com a notícia do local.
— Vamos, por favor. Como você disse é só uma lenda. — Nath piscava os olhos em expectativa.
— Ok, ok. Eu vou. Satisfeita? Agora vamos prestar atenção na última aula de literatura do ano ou ficaremos retidas. — Soph disse revirando os olhos.
Nathalia apenas assentiu com a cabeça e voltou sua atenção ao professor.

-*-
O dia foi passando tranquilo até chegar a hora que se encontraram na casa de Flávio, o capitão do time de basquete e um dos alunos mais ricos do colégio.
— Ok gente, o caminho é esse, a gente pega esse micro-ônibus do meu pai e fica lá durante as férias e reveillon. — Flávio disse animado enquanto dobrava o mapa que mostrava o lago Wren e o guardava em sua mochila.
— Tanto lugar pra gente viajar nas férias e estamos indo pro meio do mato, de certo eu virei guarda ambiental pra gostar de mato e bicho. — Déborah revirou os olhos e colocou sua última mala no bagageiro.
— Deixa de ser rabugenta, Deh. Essa viagem vai revigorar nossas energias e nos deixam bem. — Vitoria disse num tom totalmente zen.
— Deixa de ser mentirosa, Vitoria. Você só quer ir para casa do lago para poder fumar sua maconha em paz, sem teus pais te encherem o saco. — Júlio falou num tom debochado, fazendo todos os 24 jovens rirem e deixando Vitoria de cara fechada.

-*-

O percursso de ida até a casa do lago foi repleta de zoações e piadinhas internas. Todos pareciam estar se divertindo muito, menos Sophia, que estava quieta e aparentava estar triste desde o ínicio da viagem.
— Hey, você parece estar magoada? Está acontecendo alguma coisa? — Nicole perguntou a Sophia. Nicole era uma garota simples que tinha aulas de química com Sophia todas as quintas-feiras.
— Só estou cansada, vou dormir um pouco. — Sophia disse seca e virou para o canto e cochilou o restante da viagem.

-*-

Os jovens chegaram na casa do lago por volta das 23 horas. Estava tudo realmente escuro e silencioso.
— Caraca, eu já ouvi histórias dessa casa, mas não pensava ser tão sinistra assim. — Bibi comentou.
— Qual é Bibi? Ta com medinho do Jason nos matar? HAHAHAHA — Rafael disse rindo.
— Ok, sem mais delongas, vamos entrar logo, e nos acomodar em qualquer canto porque parece que vai chover. Amanhã a gente se instala direito. — Camis disse tentando acalmar os ânimos.
E assim foi feito, todos entraram na casa, se instalaram e logo foram dormir, já que o dia havia sido longo.
[...]
— Mas que merda. — Sophia disse se olhando no espelho do banheiro.
— Por que eu simplesmente não posso esquecer isso? Por quê? — A menina olhava no reflexo quando viu uma pessoa atrás dela.
— Não esquece o quê? — Era Júlio.
— Hãn.. bem, eu tive alguns pesadelos nessa casa, quando eu era pequena, só fiquei impressionada com o lugar e pelo escuro daqui. — Sophia disse um pouco embaraçada.
— Eu vou dormir ok, amanhã a gente conversa. — Sophia se despediu de Júlio, que na mesma hora puxou-a pela mão e deu um beijo em sua bochecha.

[...]

Era 3 da madrugada quando Sophia levantou de seu colchão e foi até a cozinha pegar um copo d'água.
Quando de repente, a luz da varanda se acendeu.
— Mas que merda? Tem alguém ai? — Sophia disse se aproximando da porta.
— Júlio é você que ta ai? Júlio? Tem alguém ai? — A garota estava assustada, procurando algo. Quando viu no tapete um pedaço de papel amassado escrito:
"Olá, Sophia! Eu sei de tudo. E eu vou ser a pessoa que vai tirar as máscaras."

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