Quando Você Me Toca (Degustação)

CAPÍTULO QUINZE

A fantasia que Olivia escolheu, tinha sido totalmente por acaso. Estava quase aceitando ir de um dos personagens de X-men junto com Kurt quando Molly decidiu ir fantasiada de David Bowie. Olivia pensou que também iria se inspirar no mundo da música, resolvendo ir de colegial Britney Spears no clipe de Hit Me Baby One More Time. Não era loira, mas iria dar pro gasto e além do mais, seria fácil de montar. Molly a ajudou, claro, dizendo que Olivia não tinha maturidade fashion o suficiente para montar uma fantasia sozinha.
Os dias que faltavam para a festa se passaram mais rápido do que Olivia imaginara.

Agora ela se encontrava analisando sua fantasia em frente ao espelho do seu quarto. A camisa branca social estava amarrada na metade da cintura, com os primeiros botões abertos mostrando um pouco do decote e por cima um cardigan aberto. A saia colegial de pregas era curta, mas não o suficiente para mostrar toda sua bunda. No entanto havia valorizado suas pernas com a meia de cor preta que ia até acima do joelho junto com a bota de cano baixo da mesma cor. A maquiagem meticulosamente feita pela sua amiga, era simples mas realçava a sua beleza.

As amigas representavam bem seus cantores, a maquiagem em forma de raio no rosto de Molly estava perfeita. O Wolverine, vulgo Kurt, parecia bem avulso ao lado das duas.

— Você andou malhando?

Molly perguntou irônica quando abriu a porta para o amigo que vestia uma regata branca e havia assanhado o cabelo de um jeito muito engraçado.

— Ou levou um choque? — Olivia riu fechando a porta atrás de si depois que se despediu da mãe e da irmã.

— Se comportem ou vão ficar sem carona. — entrou no carro e as duas perceberam que o mesmo estava forçando um andar que não era dele. Elas riram automaticamente quando se entreolharam. — Abandono vocês duas no meio da estrada.

— Ai ai ai. — Molly sorriu apertando o tecido da calça metalizada vermelha.

— O que? — Olivia perguntou.

— Estou ansiosa.

— Eu também.

— Amadoras. — Kurt disse, acelerando o carro.

— Parece até que é a primeira festa que vamos, não é?

— Sim... — Olivia riu, ajustando a meia para cima.

— Mas é como se fosse, levando em consideração que vai ser um FESTÃO. — a ruiva suspirou e escorou a cabeça no banco. Olivia fez o mesmo.

Ela estava ansiosa e nervosa assim como sua amiga. Mas as razões eram completamente diferentes. Um misto de sensações habitava o seu peito durante toda aquela semana. Questionava constantemente se Thomas estaria na festa, e se estivesse, de que estaria fantasiado. Também sentia raiva por se preocupar com este fato, afinal ele era responsável pela maioria das irritações que ela tivera na editora até hoje. Não queria que ele estragasse a noite para todos e nem para ela com sua presença exorbitantemente odiosa.

Por outro lado, acabava deixando seus pensamentos recaírem nas lembranças dele tocando-a... Olhando-a daquele jeito tão profundo... E principalmente, deixando-a mais confusa. A forma como ele havia chamado seu primeiro nome ainda insistia em permanecer fixa na sua cabeça e Olivia achava aquilo incrivelmente estúpido. Pelo menos era o que ela repetia para si sempre que acabava pensando nisso.
Quando chegaram à rua do salão de festas, Kurt sentiu a necessidade de estacionar sozinho quando viu os manobristas na entrada do evento.

— Nunca deixarei meu carro nas mãos deles!

E foi por essa razão que ele realizava uma baliza dificílima, deixando Olivia e Molly mais aflitas e impacientes do que já estavam.

Quando finalmente saíram do carro, Olivia foi obrigada a dar um tapa no braço descoberto do amigo quando ele falou:

— Wolverine resolve tudo. Eu disse a vocês.

— Vamos. — Olivia puxou a mão da amiga e os três foram para a fila de entrada. Eles decidiram prestar atenção nas fantasias alheias e até mesmo rir de algumas bem criativas.

As duas estavam felizes que não havia encontrado mais ninguém com a mesma fantasia que elas.

— Próximo! — disse uma mulher negra, alta, muito elegante. Olivia não a conhecia.

— Olivia Chiarelli. Dois acompanhantes. — depois de digitar o nome da menina em um tablet e confirmar sua identidade em uma foto que aparecera no leitor, a mulher indicou a entrada e desejou uma boa festa para os três.

A porta se abriu e eles andaram por uma grande e larga escada que levava para outra porta automática. Quando essa se abriu fez os três imergirem em uma realidade completamente diferente. O som alto invadiu os tímpanos de Olivia, mas ela não se incomodou, logo estava estática com a decoração e iluminação impecável do lugar.