Capítulo 11

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E então já estávamos todos dentro do carro. Prontos para ir. Eduarda com a cara enterrada no celular, não falou comigo e não deu nem ao menos um sorriso. Matheus não se atreveu falar comigo, fiquei completamente encantada pela sabedoria dele de saber que não quero contato com ele. Minha mãe apenas me abraçava e dizia coisas nada haver. Mariah sendo Mariah.

E então chegamos em frente ao aeroporto. Descemos do carro e meu tio me ajudou a me pegar minhas quatro malas e então, surpreendentemente, saiu uma mala a mais.

"Vou junto" Mariah diz pegando a mala que sobrou

"O que?" Falo rindo "Vai comigo morar na França?"

"Morar não" ela diz sorrindo "Passar uns dias"

"Você e Thomas não vai dar certo ..." Matheus diz rindo

"Nunca deu" ela diz sorrindo "Vamos?"

Pegamos a mala e fomos. Eu estava nervosa, coração bati a mil por hora. Sabia que estava mudando totalmente de vida. Indo a uma realidade paralela à minha. Tudo iria mudar. Novamente.

Chegamos no saguão e após alguns minutos o vejo. Meu pai, meu amigo. Saio correndo e pulo em seu colo. Estava morrendo de saudades. Thomas sabe de todos os meus segredos, todos os meus pensamentos. Ultimamente ele estava afastado de mim mas, hoje, somos uma família. Eu e ele. Ah, e Mariah.

"Que saudade" falo ainda o abraçando

"Você está enorme" ele diz rindo "Te amo"

"Também te amo, Thomas" falo rindo

Matheus, Eduarda e Mariah se aproximam e logo o Matheus dá um abraço em meu pai, eles sempre foram amigos. Os melhores amigos. Thomas dá um abraço na Eduarda e alogia falando que ela está enorme é linda. Até que ele olha para minha mãe. Um sorrisinho se abriu em meu rosto pois a histórias deles é tão clichê. Se amam mas não estão juntos.

"Oi marrentinha" ele diz sorrindo

"Não estamos velhos demais para você continuar a me chamar assim?" Ela pergunta sorrindo tímida

"Jamais" ele diz rindo "Como você está?"

"Ótima" ele diz sem esconder o sorriso "E você?"

"Bem melhor agora" ele diz me abraçando

"Você abraçou todo mundo, só falta abraçar ela" falo rindo

"Melissa!" Minha mãe diz em advertência mas não contém o riso frouxo

E então eles se abraçam. Quando se afastam ambos estavam rindo. Não pude deixar de lembrar do Tony. Quando nos vimos pela primeira vez foi assim. Um abraço "forçado" e um momento em que ambos ficamos constrangidos, éramos tímidos. Depois fiquei com Emanuel, me apaixonei, ele se foi mas ... Tony continua aqui. Por que tive que me envolver junto com irmãos?

"Vamos?" Thomas diz segurando uma das minhas malas

"Vamos" eu e Mariah falamos em uníssono

"Você também vai?" Thomas pergunta rindo

"Vou" ela diz rindo da reação dele

Ando em direção ao portão de embarque acompanhada do meu tio é minha prima. Meu enjoo aumentou e então pude ter certeza que era nervosismo. Não poderia ser gravidez. Não posso.

"Não vai agora não" Eduarda diz segurando meu braço "Espera"

"Esperar o que?" Pergunto assustada

"Ele" ela diz apontando para trás de mim

Me viro e vejo o Tony. Com um buquê pequeno nas mãos e um urso de pelúcia anti-alérgico. E então sorri. Meu tio se afastou mas não me importei. Ali era apenas eu e ele em mais uma despedida. Quando ele se aproxima eu o abraço e o beijo, sentiria falta daqueles beijos e daqueles abraços inesperados.

Amigo dele, Inimigo meu [Parte III]Onde histórias criam vida. Descubra agora