Capítulo 39

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"Eu vou no hospital ver a Anna" falo já pegando minha bolsa e um casaco "Você ... Vai no seu hotel, pega algumas roupas. Pode dormir aqui comigo"

"Okay" ele diz vindo me dar um beijo mas eu desvio "Qual foi, Melissa?"

"Antony, você pode me achar uma vagabunda, como você já disse. Mas eu não sou uma. Eu namoro com o Derik, beijei você mas foi um erro que não vou mais cometer, porque a minha obrigação como namorada é respeitar ele" falo já abrindo a porta "Assim como eu nunca trai seu irmão, muito menos você, eu não vou trair mais o Derik"

"Eu não acho que você é uma vagabunda, Mel" ele diz sem me encarar "Eu estava nervoso, me desculpa"

"Nos vemos mais tarde" falo já saindo

*

Chego no hospital e logo já estava na porta do quarto. Eu estava ansiosa, com medo do que poderia vir acontecer. Nunca havia estado no hospital com ela, pois não gosto de vê-la sofrer. Entro no quarto e vejo ela deitada na cama com a avó segurando sua mão. Bem, a mãe da falecida mãe da Anna não gosta de mim, pois acha que estou "roubando o posto" da sua filha.

"Boa noite" falo a cumprimenta mas ela continua em silêncio

"O que você está fazendo aqui?" Ela pergunta ríspida

"Ah, vim aqui comer uma pizza" falo irônica "Estou em um hospital, no quarto da filha do meu namorado que está doente, o que acha que vim fazer?"

"Não tinha como arrumar uma namorada mais mal educada não, Derik?"

"Tinha não, querida" falo sorrindo "Se houvesse uma mais mal educada que eu já teria te jogado da escada. Para de pegar no meu caralho, uma mulher velha dessa querendo decidir na vida do EX genro"

"Olha só menina ..." Ela aponta o dedo para mim e vem em minha direção brava, porém eu a interrompo

"Deixei de ser menina a muito tempo" falo brava enquanto ajeito minha postura "E não aponta o dedo pra mim não, tá maluca?"

"Você acha que está falando com quem, garota?"

"Sai do meu pé, cassete" falo impaciente "Me detesta por que? Pois acha que roubei o lugar da sua filha? Não roubei não, maluca. Sua filha tem uma filha, e esse cara ainda ama sua filha. Mas o que você quer? Que a vida dele para como a sua vida parou depois que ela morreu? Quer que ele viva apenas chorando pela morte da sua filha? Quer que sua neta cresça pensando que não será feliz pois não tem a mãe? Acorda! Ela morreu"

"Você não sabe o que está falando" ela grita enquanto chora compulsivamente

"Melissa, para" Derik pede baixo enquanto toca meu braço

"Eu perdi um namorado. Ele era meu tudo, entende? Eu enfrentei toda a minha família por amor a ele, virei meu mundo de cabeça para baixo, porque eu não me importaria de viver toda errada desde que tivesse ele ao meu lado. E então eu descobrir que estava grávida dele. A alegria foi enorme. Nunca senti aquilo. Era engraçado e assustador saber que havia uma serzinho dentro de mim. E então Emanuel, meu namorado, se foi. Ele foi embora, ele me deixou. Ele foi para longe de mim, e hoje cuida de mim lá de cima. E depois de um tempo eu perdi meu filho. Tive duas perdas, e até hoje não superei. Eu aprendi a conviver com elas, mas não superei"

"Eu sinto muito" ela diz mais calma

"Você não é a única a ter perdas, você não é a única a sofrer, você não é a única a ter problemas. Estou aqui pela Anna, essa criança é um anjo e eu me preocupo. Mas jamais vou roubar o lugar da sua filha, pois ela era a mãe. Ela gerou, ela imaginou um futuro lindo para a Anna, ela sonhou, ela que é a mãe. Eu não"

"Preciso ir" ela diz já saindo correndo do quarto

Derik me encara sério, ele já não chorava mais. Fico envergonhada após não saber reagir com seu olhar.

"Você não me ama" ele diz ríspido "Por que está comigo?"

"Não é que eu não te ame" falo gaguejando "Eu tenho esperança de que um dia eu poça te amar"

"Por que você está comigo então?"

"Quer a sinceridade?" Pergunto tímida

"Por favor" ele pede

"Por causa da sua filha" falo apontando para ela "Me apeguei a Anna, Derik. Não serei capaz de sair da vida dela assim, do nada"

Ele fica alguns segundos me encarando sério e não sabia o que fazer.

"Não me importa como Melissa, você ficará comigo" ele diz sem desviar o olhar "Mesmo que seja só pela Anna"

"Isso me soou meio psicopático"

"Então soou direitinho" ele diz saindo quarto e batendo à porta

Amigo dele, Inimigo meu [Parte III]Onde histórias criam vida. Descubra agora