Capítulo 34

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Prometo a minha mesma que não irei chorar. Me mantenho firme enquanto o encaro séria.

"Não minta apenas para que sua filha não seja presa, Mariah" Selena diz chegando por trás da minha mãe "Fale pra ele Thomas, fale a verdade a ele"

Meu pai estava confuso e parecia não saber muito bem o que fazer ou que desculpa dar. Se não foi tão desesperador a situação seria cômica a expressão do meu pai.

"Eu queria que você fosse o pai" Thomas diz o encarando firme "Não gosto do namorado dela"

"Pai!" Falo em advertência

"Nem você gosta dele, Melissa!" Ele diz impaciente "Cê gosta desse garoto aqui, mas você é imbecil"

"Eu decido o que faço da minha vida" respondo firme

"Então arque com as consequências de suas escolhas, e se arrependa depois. Porque a pior coisa do mundo é não viver com quem ama" ele diz baixo olhando para a Mariah

"Solte ela" Tony diz ao policial que já estava me algemando "Eu retiro a queixa"

Reviro os olhos enquanto espero o policial tirar a algema. Minha vontade era tirar meu sapato e jogar na cara dele.

"Não vai agradecer?" Ele pergunta sério

"Muito obrigada. Quer uma festinha em comemoração por ter me soltado?" Pergunto em deboche

"Educação nunca foi seu forte né"

"Jura?" Pergunto irônica "Fez tudo isso pra que?"

"Falei que conversaríamos por bem ou por mal"

"Quer conversar, Antony? Então vamos conversar" falo o encarando ríspida "Agora"

"Aonde?" Ele pergunta

"Vamos no restaurante aqui perto, lá a gente conversa"

Pego minha bolsa e já saio junto com ele. Meu pai pede para que eu por favor não mate o Tony, e eu não prometo nada. Apenas me calo e sorrio amarelo. Lembrei em minha mente que Emanuel morreu, era ele que eu amava. Eu não amo o Tony.

Assim que saímos já vi alguns paparazzis no outro lado da rua fotografando, mas nem me importo mais com isso. Logo estávamos no restaurante.

"Posso fazer alguma coisa por você agora?" Ele pergunta preocupado

"Café" falo grossa

Logo meu café chega e pego alguns pães de queijo, coisa que é difícil achar aqui na França.

"Sobre o que você quer conversar? Prometo tentar sanar suas dúvidas"

"Por que quis sair da minha vida?"

"Você estava como seu irmão. Eu não sou burra. Vi drogas no seu quarto e vi a mensagem que seu amigo mandou dizendo do racha que você iria participar. Não suportaria perder outra pessoa"

"Você não vai me perder" ele diz sorrindo

"Já perdi" falo sorrindo triste "A muito tempo"

"Você está mesmo com esse Derik? Você o ama?"

"Não" falo triste "Não é ele quem eu amo"

"Quem é?"

"Emanuel" falo sorrindo e ele ri

"Mas ele se foi" ele diz baixo "E eu fiquei"

"Eu sei"

"Melissa, estou te pedindo para por favor, me responda a verdade! Eu sou o pai dessa criança?"

"Meu filho não tem pai" falo baixo "Eu não quero que meu filho tenha pai"

"Você não fez com o dedo!" Ele diz impaciente "Quem é o pai?"

"Aí, merda" falo sentindo uma dor incomoda na barriga

"O que aconteceu?" Ele pergunta preocupado sentando ao meu lado no sofazinho

"Mexeu" falo rindo maravilhada

Levanta a blusa o máximo e dava para ver certinho o movimento da minha barriga a cada chute. Tony ria demais e eu fazia o mesmo. Ambos estávamos maravilhados com isso.

"Põe a mão" falo sorrindo "Para você sentir"

"Sério?" Ele pergunta sorrindo

"Primeira pessoa a sentir meu filho depois de mim" falo segurando suas mãos e colocando em cima da minha barriga

"Eu assumo essa criança" ele diz sorrindo e chorando ao mesmo tempo assim que sente o chute "Sendo meu filho ou não, eu crio, eu cuido, eu vou dar amor, vou dar uma vida boa e digna. Eu assumo esse filho e assumo você"

"Você seria capaz de virar sua vida de cabeça para baixo por causa de filho que nem seu é?" Pergunto já emocionada

"Você já virou minha vida de cabeça para baixo a muito tempo. Eu sou capaz de tudo se estou contigo, meu bem" ele diz me dando um selinho e sinto meu corpo tremer "Eu assumo"

"Vai muito além disso" falo sorrindo fraco enquanto me afasto

"Por que você dificulta tudo?"

"Quero ter meu filho sozinha" falo já me levantando enquanto enxugo minhas lagrimas "Por favor Antony, tente ser feliz, conhecer uma mulher que realmente te mereça e te ame. Eu não mereço"

"Tem razão" ele diz rindo mas estava diferente "A modelo famosa tem que ficar com alguém rico e famoso para poder ter a vida de rainha que ela merece"

"Não fala isso" falo irritada "Nunca liguei para dinheiro, você sabe disso"

"Eu não sei mais nada sobre você. Melissa, você liga para o dinheiro sim. E não te culpo por querer alguém mais rico para casar. Eu estava disposto a tudo para te dar uma vida de rainha, mas tudo bem"

"Falando assim parece que eu sou uma vagabunda"

"Então você entendeu direitinho o recado" ele diz ríspido

"Está me chamando me vagabunda?" Pergunto incrédula

"Sim" ele diz nevoso "Se interessa por dinheiro e vida boa. Uma pessoa sem coração que quer dá uma de boa moça mas não vale nada. Uma pessoa na qual eu fiz de tudo para ver bem, mas nunca valorizou. Uma pessoa que fez com que eu ficasse meses sem falar com meus pais, porque os enfrentei por amor. Uma garota que mesmo eu fazendo de tudo nunca valorizou meu amor. Uma vagabunda sim"

Involuntariamente dou um tapa em seu rosto. Sinto lágrimas saírem de meus olhos, mas era apenas raiva. Ele fica um pouco confuso, pois tudo foi rápido. Ficou me encarando por alguns segundos e eu fiz o mesmo.

"A vagabunda te amou, seu idiota. A vagabunda te amou antes de amar seu irmão, mas você não ligava para ela. A vagabunda quase foi expulsa de casa por estar com você. A vagabunda saia de madrugada de casa pulando a janela apenas para te ver. A vagabunda estava bem longe mas não parou de pensar em você. A vagabunda não aceitou o pedido de namoro de um cara rico, porque ama você. O coração dessa vagabunda aqui é seu, babaca. Agora faça com ele o que você quiser, porque por mais que eu te ame não irei nunca mais ficar contigo"

"Eu perdi a cabeça" ele diz após alguns segundos de silêncio

"Eu também" falo sorrindo entre lágrimas "Perdi a cabeça a tempos atrás, quando contrariei meu tio dizendo que eu ficaria contigo sim. Perdi a cabeça contigo mas hoje já tenho a cabeça no lugar"

"Mel ..." Ele diz me impedindo de sair

"Vai-te a merda" falo irritada

"Por favor ..."

"Some da minha vida!" Grito e então todo o restaurante fica em absoluto silêncio

Ele sai da minha frente e então vou embora.

Amigo dele, Inimigo meu [Parte III]Onde histórias criam vida. Descubra agora