A filha de André Silva

15 *

Depois daquele pequeno incidente, decidimos então encomendar uma pizza que era a coisa mais rápida a vir.
A Ana estava no sofá, onde acabou por adormecer, deixando-nos almoçar "descansados".

Quando acabamos de almoçar, ambos, por insistência do André, arruma-mos tudo.

- Ok, acabamos... - suspirei, depois de pousar finalmente, o pano

- Vamos para a sala ver se a nossa princesa já acordou ou assim...

- Sim vamos.

Fomos para a sala e encontramos uma Ana, acabada de acordar a olhar para todo o lado.

- Oh meu amor, a mamã já está aqui. - eu peguei-a,  colocando-a confortável nos meus braços

- Eu acho que ela vai começar a chorar. - o André supôs, acabando por no mesmo instante isso acontecer

- Eu acho que ela tem fome!

- Como é que sabes?

- Ela só chora por: fome, fralda ou quando está com sono. Como acabou de acordar, sono não é, fralda não cheira mal por isso tem de ser fome.

- Faz sentido... hm queres que sai ou...

- Calma, podes ficar eu não vou a lugar nenhum, para além disso isto não é nada de mais...

- Pois, mas podias não te sentir confortável com a minha presença...

- André, tem juízo devem ser os 21 que te estão afetar. Eu nem acredito que vou dizer isto, mas já me viste pior...

- Ah??? - ele perguntou confuso

- Pensa um bocadinho. - piscai-lhe o olho sentando-me no sofá para começar a dar de mamar a Ana

- Não desculpa ainda não cheguei lá.

- Tu estás a gozar comigo certo!?

- Se calhar! - ele piscou-me o olho igual como eu lhe tinha feito - Mas esclarece-me lá...

- André menos... - pedi-lhe começando assim a dar de mamar a Ana

- Esclarece-me eu quero ouvir pela tua boca para depois tirar as minhas próprias conclusões!

- Não me vais obrigar a dizê-lo certo!?

- Vou, se queres que eu tenha a certeza se é aquilo que eu estou a pensar!

- Grrr - grunho em frustração - Tu já me viste como eu vim ao mundo... - disse-lhe um bocadinho corada de outra forma para ele "perceber"

- Hm... - ele riu-se da minha cara

- Podes parar?

- Deixa-me pensar... Não.

- E a minha mãe é que diz que eu é que sou pior que a Ana...

- E não és?

- Ainda não me chamo de André Miguel. - pisquei-lhe o olho ao qual ele me mostrou uma cara fechada - Estou a brincar

Ficamos os dois em silêncio a olhar para a nossa pequena a mamar, apesar de não querer admitir foi um bocado constrangedor mas pronto.
Assim que ela acabou, entreguei-a ao André para ela arrotar e compus-me de novo

- Lua eu vou ter de ir, mas logo vai ao jogo por favor é muito importante para mim que vocês as duas vão pode ser?

- Só porque fazes anos.

- Obrigada. - ele disse mesmo contente surpreendendo-me com um abraço onde a Ana também está incluída - Bem eu vou ter de ir, mas depois o meu irmão vai estar lá a vossa espera ok!?

- Está bem.

- Eu agora vou ter de ir, mas vejo-vos logo ok!?

- Rapaz eu já percebi que tens de ir... até logo então! - ele passou-me a Ana para os meus braços depois de lhe dar um beijo na testa e a mim um beijo no canto da boca o que me deixou surpreendida.

- Até logo. - ele pegou no casaco e foi em direção a saída, ouvindo-se logo a porta abrir e de seguida a fechar.
Eu fiquei estática, mas com um sorriso parvo nos lábios, com a Ana nos braços a olhar para o sítio por onde ele desapareceu...